À Luz da Fé e das Sombras ( não revisado)

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Capítulo 1: À Luz da Fé e das Sombras

☆《narradora》☆

Os sinos da igreja soavam ao longe, reverberando no silêncio do campo, e Felix caminhava apressado, com a camisa branca suada e os sapatos cobertos de poeira. O caminho entre sua casa e a igreja era longo, mas ele sempre sentia que o esforço valia a pena. Toda semana, a missa dominical era uma mistura de luz e paz para ele. Ou, ao menos, era assim que deveria ser.

Naquele domingo, a voz do pastor ecoava em meio à congregação enquanto ele conduzia o hino "The Old Rugged Cross". O coro da igreja, formado por amigos e familiares de Felix, unia-se em um cântico fervoroso, com vozes elevadas em harmonia:

"So I'll cherish the old rugged cross, Till my trophies at last I lay down..."

Felix fechou os olhos, deixando a melodia o envolver. Havia algo de puro, de redentor, naquelas notas, mas, ultimamente, ele sentia que as palavras passavam por ele, quase como um vento morno de verão. Enquanto os outros rezavam com fervor, Felix era consumido por uma dúvida que ele não ousava confessar: "Por que me sinto tão distante de Deus? Por que Ele parece cada vez mais longe?"

Desde pequeno, Felix foi ensinado a temer o mal e acreditar em Deus com todo seu coração. Seus pais, devotos fervorosos, fizeram questão de incutir nele uma fé inabalável, algo que, para qualquer outra pessoa, seria o suficiente para confortá-lo em momentos difíceis. Mas Felix sabia que algo estava errado, e não era algo que poderia contar a alguém. Porque, todas as noites, ele sentia uma presença. Uma sombra que pairava ao seu redor, uma sensação inquietante e perturbadora.

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Naquela mesma noite, depois que todos dormiram e a cidade estava envolta no silêncio profundo da madrugada, Felix saiu para caminhar. Era um hábito que adquirira nos últimos meses; algo sobre o escuro da noite parecia trazer-lhe uma estranha sensação de paz. Porém, essa paz era sempre interrompida pelo que sentia em seu íntimo, um peso que ele não sabia explicar.

Quando chegou ao campo aberto, parou e olhou para o céu estrelado. Aquela vastidão fazia-o sentir-se pequeno, insignificante. Ele se sentou na grama úmida e começou a murmurar palavras que aprendeu desde criança. Mas antes que pudesse continuar, uma voz suave e familiar soou em sua mente, e seu coração pulou ao reconhecer o timbre:

- Tanta devoção, mas nenhuma resposta? Quanto tempo ainda vai esperar para que Ele te ouça, Felix?

Felix congelou. Não era a primeira vez que ouvia aquela voz. Ela o assombrava, o acompanhava nos momentos mais vulneráveis, sussurrando-lhe verdades que ele se recusava a aceitar.

- Eu não estou sozinho - respondeu, quase sussurrando, como se tentasse convencer a si mesmo. - Deus está comigo, sempre esteve.

Uma risada suave ecoou pelo campo, e Felix sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha. À sua frente, uma figura alta e elegante surgiu, os olhos tão escuros quanto a noite. Ele reconheceu imediatamente aquela presença - a mesma que vinha a ele em sonhos e pensamentos, o rosto perfeito e inexpressivo que o observava com um misto de curiosidade e diversão.

- Será?, disse Hyunjin, o diabo em pessoa, inclinando-se ligeiramente para olhar nos olhos de Felix. Então por que você continua se sentindo tão vazio?

Felix tentou afastar o olhar, mas era impossível. Havia algo em Hyunjin que o atraía, algo que parecia familiar e ao mesmo tempo proibido. Sua pele era pálida sob a luz da lua, e o sorriso nos lábios era quase convidativo.

- Não preciso ouvir você, - Felix respondeu, lutando contra a confusão que sentia. - Você só quer me afastar de Deus.

Hyunjin riu novamente, com um toque de desdém.

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⏰ Última atualização: 4 days ago ⏰

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