"Mas olha que ironia a gente é prova viva
Que os opostos se atraem quando existe amor
No fundo eu já sabia que essa tal menina
Aos olhos de outro cara não ia ter valor
Tinha que ser eu pra todo sempre eu
Meu coração te escolheu"
Tinha que...
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Maria Vitória|
Eu perdi ele. Perdi porque carreguei comigo todas as inseguranças e medos que outros relacionamentos deixaram. Achei que estava protegendo meu coração, mas acabei ferindo o nosso. Cada vez que duvidei, cada vez que hesitei em me entregar, era meu medo falando mais alto que o amor que eu sentia. E eu sabia disso, mas, mesmo assim, não consegui controlar.
Eu quis tanto o proteger de tudo, inclusive de mim mesma, que acabei afastando ele. Minhas inseguranças eram como um muro invisível entre nós, e eu não percebia o quanto elas o pressionavam, o faziam sentir que nunca seria suficiente. E o pior de tudo é que, no fundo, eu sabia que ele era. ELE era mais do que suficiente, era exatamente o que eu sempre quis, mas meu passado me cegou para essa verdade.
Se eu tivesse confiado nele, em nós, talvez as coisas seriam diferentes.
Me abrir pra alguém, deixar esse alguém entrar no meu coração me assusta, não é que eu não queira encontrar alguém, mas é que cada início de conversa, cada olhar mais prolongado, traz à tona as lembranças de todas as vezes que confiei e acabei decepcionada.
É como se cada vez que eu tentasse dar um passo à frente, o passado viesse me puxar para trás, lembrando-me de todas as vezes que me machuquei.
Mas as lembranças me perseguem, cada passo a frente, vem uma lembrança traumática e que se eu continuar eu vou viver aquilo novamente.
Mas eu sei que não, que eu não vou viver aquilo, mas o passado me puxa, me consome, e eu acabo deixando ele falar mais alto.
Eu sinto a necessidade de me proteger de tudo, proteger o meu coração de viver aquilo de nosso.
Mas por causa disso tudo, eu perdi o Raphael...
Por cauda desse medo bobo.
As lembranças da conversa com Raphael ainda estão frescas em minha mente.
Eu entendo ele. Eu entendo dele estar cansado de tudo isso, desse meu medo que eu coloco entre nós, ele se esforça tanto, tanto, pra eu me abrir com ele, pra eu deixar ele entrar no meu coração e eu simplesmente não deixo.
Por medo, por esse medo bobo.
Eu acabei de chegar no meu condomínio, ainda estou no elevador.
Por sorte não tem ninguém além de mim. Por um momento a solidão me invade, pensar que não terei mais os seus abraços e beijos calorosos, nossos momentos juntos. Minha tristeza aumenta mais.
Respiro fundo ao me ver no espelho do elevador. Meu rosto inchado, as minhas bochechas e meu nariz vermelho depois de chorar muito.
Eu desabei dentro do meu carro após sair de seu apartamento, deixei choro me consumir. Levei uns bons minutos até me recompor.
Desco o meu olhar até o meu pescoço.
E lá esta ela, a medalhinha que o Raphael me deu com sua inicial. Mesmo ele não estando aqui, eu sinto ele presente.
Esse foi o primeiro presente que ele me deu, ele consegui fazer dessa medalhinha mais especial do que ela podia ser.
Uma forma de carregar ele pra onde eu for...
Acordo dos meus devaneios com a porta do elevador abrindo já no meu andar. Saio do elevador e coloco a senha na porta entrando em meu apartamento.
Vejo Pilar sentada em meu sofá mexendo no celular. Ao ouvir a porta abrindo ela olha pra mim.
Vejo o seu olhar preocupação ao ver o meu rosto e vem correndo até mim falando:
- O que aconteceu, Vih? - me abraça e eu me permito chorar mais um pouquinho em seus braços
- Eu perdi ele por causa do meu medo bobo, Pilar! - choro mais
- Perdeu quem, Vih? - pergunta
- O Raphael! - me dói muito ao falar isso
Ela me aperta mais em seus braços e sinto seu carinho em meu cabelo.
- Calma, vem senta! - fecha a porta e me leva até o sofá e eu me sento
Respiro fundo tentando controlar as lágrimas e os soluços.
Eu explico tudo pra ela, sobre o que tinha acontecido nessas semanas e a nossa conversa de hoje.
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Oi genteee!!
Capítulo fresquinho pra vcs, por enquanto alguns capítulos vão ser pequenos, eles vão falar mais sobre os sentimentos deles. Mas logo vai começar os acontecimentos.
