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────── 𝐎 𝐌𝐈𝐒𝐓𝐄́𝐑𝐈𝐎 𝐃𝐎𝐒 𝐁𝐎𝐋𝐈𝐍𝐇𝐎𝐒

Entre a luz do dia e a escuridão da noite, eles
   dançavam na linha tênue entre o amor e o
ódio, onde cada passo era um conflito
     de desejos proibidos.❞

Park Sunghoon sempre foi um garoto tranquilo

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Park Sunghoon sempre foi um garoto tranquilo. Seu mundo girava ao redor dos livros, das observações silenciosas e da rotina previsível que, de alguma forma, o confortava. Ele não se importava muito com as coisas externas. Não era popular, nem tinha muitos amigos, mas estava bem com isso.

Até que, uma manhã, algo mudou. Algo doce, mais precisamente.

Quando o sinal do intervalo tocou, Sunghoon foi direto para sua mesa, como de costume. A sala estava cheia de conversas abafadas, risos e o som das cadeiras sendo arrastadas no chão. Mas, ao se aproximar de seu lugar, algo chamou sua atenção: um pequeno saquinho de papel marrom estava repousado discretamente sobre sua mesa. Dentro, ele podia ver a forma familiar de bolinhos de chocolate.

Sunghoon parou no lugar, sentindo uma mistura de surpresa e curiosidade. Ele olhou ao redor, mas ninguém parecia notar o saquinho. Não era comum ele ganhar algo assim. E, ainda mais estranho, ele não lembrava de ter visto quem os colocou ali.

Com um movimento cauteloso, ele pegou o saquinho e o abriu, liberando o aroma doce dos bolinhos fresquinhos. O cheiro fazia seu estômago roncar, mas antes que pudesse dar a primeira mordida, percebeu que havia algo mais no fundo do pacote. Um pequeno pedaço de papel dobrado, com uma caligrafia cuidadosa.

Ele desenrolou o bilhete, que dizia simplesmente:
"Para alguém especial. Espero que goste. Com carinho, alguém que te observa."

Sunghoon leu as palavras várias vezes. Ele sentiu uma onda de confusão, mas também de calor. Alguém, um completo estranho, havia deixado isso para ele. O "alguém que te observa" parecia uma pista, mas nada fazia sentido. Quem poderia ser? Quem mais poderia saber da sua rotina para deixá-los ali?

Ele olhou novamente para a sala, tentando identificar qualquer sinal de quem poderia ser o responsável por aquele gesto tão doce, mas ninguém parecia diferente. Ninguém estava olhando diretamente para ele. O que apenas aumentava o mistério.

━━ Ah, você sabe quem deixou isso aí? ━━ Uma voz interrompeu seus pensamentos. Era o seu colega de classe, Lee Jiwon, sentado em uma mesa próxima. Ele estava rindo de algo, talvez de uma piada com outros amigos, mas logo percebeu que Sunghoon estava absorto no saquinho de bolinhos.

━━ Eu não sei quem deixou isso aqui. ━━ Sunghoon murmurou, ainda segurando o bilhete com um dedo, como se fosse algum tipo de pista importante.

Jiwon deu de ombros, sem muito interesse. ━━ Quem sabe? Talvez seja alguém te mandando uma indireta. E, pelo visto, com bastante bom gosto. ━━ Ele deu uma risada baixa, jogando um olhar curioso para o saquinho. ━━ É estranho, não é? Alguém te deixa bolinhos e não aparece para pegar o crédito.

Sunghoon apenas assentiu, pensativo.━━ Sim, muito estranho.

Naquela tarde, ele não conseguia parar de pensar no bilhete. O "alguém que te observa" parecia algo saído de um livro de mistério. Mas o mais confuso era que não havia indícios óbvios. Nenhum sinal de alguém que pudesse ser o responsável por esse gesto.

Os dias passaram, e os bolinhos começaram a aparecer com regularidade. Toda vez, com o mesmo bilhete, e sempre em momentos inesperados. Às vezes, Sunghoon encontrava os pacotinhos pela manhã, antes do início das aulas. Outras vezes, no intervalo, como naquela primeira vez. Mas o mistério permanecia. O que estava acontecendo?

Havia uma constante sensação de expectativa em cada um desses momentos. Sunghoon sentia seu coração acelerar a cada novo pacotinho deixado em sua mesa, mas, ao mesmo tempo, ele não sabia o que fazer com aquilo. Quem era aquela pessoa? E por que ele? Ele nunca soubera como atrair a atenção das pessoas. Ele sempre fora o tipo de garoto quieto, discreto, que preferia se manter à margem, observando ao invés de participar.

Mas, quando os bolinhos apareciam, algo dentro dele se aquecia. Era como se o ato de alguém deixar essas pequenas delícias para ele fosse uma mensagem silenciosa, algo maior do que simples chocolate.

Na manhã seguinte, logo depois do toque do sinal, Sunghoon se dirigiu até sua mesa. Ele respirou fundo, esperando encontrar mais um saquinho de bolinhos, como nas outras vezes. E não demorou para que ele notasse o pacotinho, já na superfície de sua mesa. Ele se aproximou, os olhos correndo para ver se havia alguma pista. Mas, dessa vez, algo era diferente.

O bilhete estava ali, mas o que o fazia estranho era o modo como ele estava escrito. Não mais uma caligrafia cuidadosa, mas algo mais... rápido, mais desajeitado. Era como se a pessoa tivesse hesitado antes de escrever. O bilhete dizia: "Espero que não esteja ficando cansado de tanto chocolate."

Sunghoon sentiu seu coração bater mais rápido. A caligrafia estava familiar, mas ele não sabia de onde. A pessoa parecia saber que ele já havia começado a esperar pelos bolinhos. Algo estava mudando, e ele sabia que precisava descobrir quem estava por trás disso.

Ele olhou ao redor, tentando analisar cada rosto na sala. Os alunos estavam dispersos, conversando, mas algo o fez olhar na direção de Kim Sunoo, que estava sentado alguns lugares à frente, com os olhos baixos, mexendo em seu celular. Ele estava tão imerso em seus próprios pensamentos que Sunghoon duvidava que ele tivesse notado o que estava acontecendo.

Sunghoon não conseguia explicar por que seu olhar havia se fixado em Sunoo. Ele nunca tinha conversado com o garoto tímido, mas havia algo naquele sorriso constante e naquele jeito desajeitado que o atraía. Talvez fosse a maneira como Sunoo parecia ser o oposto de tudo o que Sunghoon era: tranquilo, mas, ao mesmo tempo, sempre com uma expressão calorosa e acolhedora.

A dúvida cresceu em seu peito. E, sem perceber, sua curiosidade sobre os bolinhos foi se transformando em algo mais profundo, mais íntimo. Algo que envolvia não apenas os doces, mas o mistério da pessoa que, de alguma forma, parecia entender Sunghoon mais do que ele mesmo.

O sinal tocou, e a sala se encheu de movimento. Sunghoon guardou o bilhete no bolso e se levantou. Enquanto caminhava até a porta, seus olhos procuraram Sunoo mais uma vez, mas o garoto parecia tão distraído quanto sempre.

O mistério dos bolinhos estava longe de ser resolvido, mas uma coisa Sunghoon sabia: a cada doce deixado, ele se sentia mais próximo de descobrir não apenas quem era o misterioso doador, mas também o que tudo aquilo realmente significava para ele.

Mas, por agora, tudo o que ele podia fazer era continuar observando e esperar que, talvez, a resposta chegasse logo.

𝐁𝐎𝐋𝐈𝐍𝐇𝐎𝐒 𝐃𝐄 𝐂𝐇𝐎𝐂𝐎𝐋𝐀𝐓𝐄; 𝗌𝗎𝗇𝗌𝗎𝗇 Onde histórias criam vida. Descubra agora