Capitulo 21

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O dia tinha sido tranquilo, Aurora já estava dormindo em seu quarto, e eu e Gustavo nos ajeitamos na cama. A noite lá fora estava silenciosa, com o barulho leve do vento que fazia as folhas das árvores roçarem nas janelas. Eu estava quase pegando no sono quando ouvi uma tosse abafada vindo do quarto da nossa pequena. Instintivamente, me virei e cutuquei Gustavo.

— Amor... você ouviu isso? — perguntei, com o coração acelerando de leve.

— Hm? — ele murmurou, sonolento, mas logo ficou alerta ao perceber minha preocupação. — Que foi?

— Acho que a Aurora tá tossindo... parece... — parei, tentando ouvir melhor.

Um chiado começou a cortar o silêncio da noite, fraco no começo, mas ficando mais intenso conforme os segundos passavam. Levantei-me de imediato e fui ao quarto dela, seguida por Gustavo, que ainda esfregava os olhos.

Ao abrir a porta, a cena partiu meu coração. Aurora estava encolhida na cama, tentando respirar, mas sua respiração saía entrecortada e difícil, com aquele som agudo de quem luta para puxar o ar.

— Meu amor... — sussurrei, pegando-a nos braços, sentindo o calor do corpinho dela encostar no meu.

Gustavo, já completamente acordado, foi rápido. Sem que eu precisasse pedir, ele correu até o armário do quarto e pegou o inalador.

— Vai ficar tudo bem, Aurora... a mamãe e o papai estão aqui, tá? — falei, tentando manter minha voz firme, mas meu peito apertava ao vê-la assim.

— Segura ela firme, Ana, vou ligar o inalador — Gustavo disse, com o olhar determinado, embora eu visse a preocupação nos olhos dele.

Aurora choramingava, assustada, e o chiado ainda estava ali, fazendo com que cada segundo parecesse uma eternidade. Segurei sua mãozinha, sentindo sua pele quente, enquanto Gustavo ligava o aparelho.

— Calma, amorzinho... só mais um pouquinho, o remédio vai fazer efeito — sussurrei, tentando manter minha voz suave.

Gustavo olhava para mim, dividindo a tensão. Ele colocou o inalador perto do rostinho dela, e Aurora tentava se afastar, desconfortável.

— Tá tudo bem, princesa... vai ajudar você a respirar melhor — ele dizia, com a voz baixa e reconfortante.

Minuto após minuto, a respiração dela foi ficando mais leve. Ainda com ela no colo, dei um suspiro de alívio quando o chiado foi diminuindo. Olhei para Gustavo, que me deu um sorriso de encorajamento.

— Foi só um susto, Ana... ela já tá melhorando — ele disse, passando a mão nas costas dela.

— Eu sei... — respondi, mas ainda sentia a tensão no peito, abraçando Aurora mais apertado.

Esperamos até que ela estivesse completamente calma, então Gustavo a colocou de volta na cama, ajeitando o cobertor sobre ela. Fiquei ao lado dela, passando os dedos pelos seus cabelos, observando sua respiração tranquila.

— Quer que eu fique com ela um pouco? — perguntou Gustavo, percebendo que eu estava hesitante em deixá-la sozinha.

— Vamos ficar juntos... só por um tempo — murmurei, e ele assentiu, puxando uma cadeira e se sentando ao meu lado.

Ficamos ali, observando-a adormecer profundamente, enquanto o susto ia se dissipando pouco a pouco, deixando em nós apenas a sensação de que, com qualquer crise, estávamos juntos para enfrentar o que fosse preciso.

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⏰ Última atualização: 7 days ago ⏰

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