Assim que terminou a escola, Lucero combinou com seus pais, Jonas e Fernanda, proprietários de uma multinacional de maquiagens, que gostaria de estudar moda em Paris, sendo enviada para lá imediatamente com um apartamento, lugar na melhor faculdade do país e uma alta mesada para usar com o que quisesse. Anos depois, muita coisa havia mudado. Infelizmente seu pai falecera de infarto e sua mãe não tinha mais idade para cuidar dos negócios, sobrando para Manuel, filho do motorista e amigo da família, administrar a empresa com total confiança, já que Antônio, filho do casal e irmão de Lucero, se interessava mais pela área automobilística, por isso quando a loira se formou e se especializou em moda, se sentiu pronta para assumir seu lugar no patrimônio como estilista das modelos das maquiagens expostas, pensando também se finalmente conseguiria também conquistar sua posição ao lado do homem que amava.
− Família, cheguei! – Lucero entrou animada em casa.
Lucero suspirou, nostálgica e sorridente. Apesar da família estar incompleta para sempre, era bom voltar para casa e sentir aquele cheiro de lar que só a mansão dos Hogaza tinha.
− Filha! Você nem disse que chegava hoje. – Fernanda se levantou em um pulo e correu para abraçar Lucero.
− Eu quis fazer surpresa. – Lucero falou sorrindo, abraçando Fernanda de lado. – Como estão as coisas por aqui?
− Ainda tentando voltar à normalidade. – Fernanda suspirou.
− A gente vai conseguir. – Lucero deu um sorriso triste, acariciando o ombro de Fernanda.
Nessa hora, Manuel chegou da empresa para o seu horário de almoço, o qual às vezes ele conseguia fazer em casa como Fernanda também fazia questão da sua presença, mas paralisou ao ver que Lucero estava na sala. Às vezes ele achava que nunca mais a veria e mesmo sabendo que ela sempre foi apaixonada por ele, até pensou que um dia, ela encontraria alguém por Paris e viveria lá, se esquecendo do amor adolescente que já viveu com ele.
− Eu não acredito! Será que eu estou sonhando ou a Lucero está mesmo aqui na sala de casa?! – Manuel brincou, rindo feliz.
O coração de Lucero disparou e ela se virou lentamente para Manuel. Naqueles anos, em todas as noites em Paris, ela via suas fotos nas redes sociais e na grande caixa de recordações que havia levado de casa, mas pessoalmente, ele conseguiu ficar melhor do que ela se lembrava e a moça ainda percebeu que era possível amá-lo bem mais do que o amava desde criança.
− Pois os seus sonhos acabam de se realizar. – Lucero riu, fazendo pose.
− Mas que bela surpresa! – Manuel caminhou a passos rápidos até Lucero e a abraçou. – Agora nem vou mais te chamar de pequena, você esticou demais, garota. – ele também riu.
− Bobo. – Lucero deu um tapinha em Manuel e beijou seu rosto. – Como você está?
− Muito bem. Quando você vai estar preparada para exercer as suas funções na empresa?
− Ah, já quero começar o quanto antes, mas preciso da sua ajuda para me situar na dinâmica de tudo.
− Claro, e também vou colocar a nossa melhor secretária à sua disposição.
Lucero forçou um sorriso, assentindo. Na verdade, ela esperava que Manuel pudesse ensiná-la tudo pessoalmente para assim poder ficar mais perto dele, mas era lógico que um presidente de uma multinacional não teria tempo de ficar para cima e para baixo com uma diretora de moda.
− Bem, eu vou pedir para colocar a mesa. Hoje o almoço será mais do que especial com a presença da minha filha querida. – Fernanda falou sorrindo e foi para a cozinha.
− E eu vou tomar um banho, Lu, tenho tempo contado para voltar ao trabalho. – Manuel falou.
− Está bem. Nos vemos depois?
− Sempre. – Manuel sorriu, já subindo a escada.
Lucero suspirou, mas não teve tempo de pensar no seu primeiro encontro com Manuel, pois Antônio apareceu com Diana, sua esposa. Ela era até bonita, longo cabelo preto, lábios grossos e corpo escultural, mas Lucero não achou nada empolgante que fizesse logo os dois homens da sua vida se apaixonarem por ela.
− Mana, eu não sabia que já tinha chegado. – Antônio falou ao ver Lucero.
− Acabei de chegar. – Lucero sorriu de leve e abraçou Antônio.
− Seja bem vinda. Essa é a minha esposa, Diana. – Antônio soltou Lucero e segurou a mão de Diana. – Amor, essa é a minha irmã, Lucero.
Diana não tinha conhecimento da paixão de Lucero por Manuel, afinal Antônio não via sentido de falar sobre o ex para a mulher, por isso ela só via a loira como cunhada.
− É um prazer. Espero que possamos ser amigas. – Diana sorriu educadamente.
Já Lucero, sabia muito bem de tudo que Diana havia aprontado, inclusive que ela era responsável pelo estremecimento da amizade entre Antônio e Manuel. Só seu irmão para levá-la para a mesma casa que o ex, isso era um perigo para todos os envolvidos na história.
− Isso vai depender de você, é só não causar mais problemas com o Manuel e nós teremos uma boa convivência. – Lucero ergueu a sobrancelha.
Diana arregalou os olhos levemente. Pelo que Antônio falava, Lucero é uma ótima pessoa de se conviver. Por que justamente com ela a mulher estava se mostrando o contrário?
− Hã, eu vou ver se a dona Fernanda precisa de alguma coisa. Até já. – Diana deu um selinho em Antônio e saiu rápido para a sala de jantar.
Antônio encarou Lucero que voltou a relaxar quando Diana se afastou. Ele nunca imaginou que a irmã pudesse tratar sua esposa tão mal. Se ele soubesse que sua reação seria aquela, nem teria contado tudo que aconteceu com Manuel, pois podia jurar que era somente por ciúmes que ela estava daquele jeito.
− O que foi isso, Lucero?! – Antônio perguntou estático.
− Eu não gostei dela. – Lucero falou simples, cruzando os braços.
− E isso é motivo para tratá-la mal?! Ela é minha esposa e mora aqui.
− Talvez seja esse o problema. – Lucero deu um risinho irônico. – Como você a traz para morar com o Manuel?!
Antônio desviou o olhar. Claro que aquela situação não era confortável para ele, mas também não podia deixar Fernanda sozinha em casa e se Diana o escolheu, ele preferia pensar que não corria mais riscos com Manuel.
− Isso não tem nada a ver. – Antônio falou, sem encarar Lucero.
− Espero que não tenha mesmo. – Lucero respirou fundo. – Eu vou tomar um banho. Pode pedir para alguém me ajudar com essas malas?
Antônio assentiu e Lucero foi para o quarto que sempre foi seu naquela casa, deixando o homem preocupado apenas com a convivência entre ela e Diana, já que não via nenhum outro problema ameaçando seu casamento.
~ * ~
Estou de voltaaaaaaaa! Espero que gostem!
Lucero já chegou mostrando a que veio, mas será que ela está certa, Diana e Manuel morando na mesma casa representa um perigo? 👀
VOCÊ ESTÁ LENDO
Nossa Pequena Vitória
RomanceLucero nasceu e cresceu em uma família rica. Acostumada a ter seus sonhos realizados, parecia impossível conseguir o que ela mais queria, ficar com Manuel, filho de João, o motorista da casa, principalmente quando Diana, ex namorada do homem, volta...