DIAS DEPOIS
Lucero já estava completamente familiarizada com o trabalho na empresa, cumprindo seus deveres com excelência e como sempre, sem precisar fazer esforço para que todos gostassem dela com sua simpatia, educação e competência. Para sua alegria, apesar da agitada rotina, ela deu outro jeito de se manter próxima a Manuel e ao perceber que ele fazia corridas matinais no parque, ela logo se convidou para acompanhá-lo e até então formavam uma boa dupla. Naquela manhã, eles rodeavam o parque pela terceira vez quando o homem parou, ofegante e se apoiando nos joelhos.
− Já se cansou? – Lucero riu, parando ao lado de Manuel.
− Pois é. – Manuel fez careta, olhando para frente sem se mexer.
Lucero sorriu, encarando Manuel e percebendo que seu cabelo estava um pouco grande e pelo suor, escorria na sua testa, fazendo com que a moça levasse a mão suavemente para ajeitá-lo. Em um rompante de coragem, a loira desceu o toque para o rosto do amado e lhe deu um selinho demorado. Já estava na hora de demonstrar que ainda amava aquele homem e estava pronta para retomar o romance dos dois.
− Lucero... – Manuel suspirou, se afastando de Lucero.
− O que foi? – Lucero franziu o cenho.
− Você não pode me beijar assim.
− Por que não? Eu não me lembro de ter que pedir a sua permissão para isso.
− Mas nós crescemos, não somos mais dois adolescentes para vivermos de namorico, agora temos responsabilidades.
Lucero observou Manuel por um tempo. Ele sabia muito bem que mesmo quando era mais nova, tudo que ela queria era viver algo sério com ele e se isso não aconteceu foi por ele fugir. Até que sua mente vagou para um passado recente, Diana havia terminado com Manuel para ficar com Antônio e ele tinha brigado com o amigo por semanas, portanto só podia ainda gostar dela. Ele seria capaz de viver em celibato total apenas por amor a quem nunca o quis de verdade?
− Você ainda a ama, não é? – Lucero perguntou, com desprezo.
− Do que está falando? – Manuel encarou Lucero rapidamente, mas logo desviou o olhar outra vez.
− Da tal Diana. – Lucero falou, com nojo. – Ela terminou quando você mais a amava, não é? – ela perguntou firme.
De repente, Manuel começou a suar ainda mais. Obviamente ele não deixou de gostar de Diana de uma hora para outra, o problema era o que Lucero faria com a informação, por isso só lhe restava negar.
− Trata-se da sua cunhada, acho que o passado não importa mais. – Manuel enfatizou. – É melhor irmos embora, o sol está fazendo mal para a sua cabeça. – ele tentou brincar para desviar o assunto.
− Manuel, eu sou a prova viva de que não importa o tempo ou a circunstância, o amor não vai deixar de existir, é uma pena que o seu seja uma causa perdida. – Lucero olhou nos olhos de Manuel. – Te espero no carro. – ela falou séria e saiu.
Manuel ficou parado por alguns minutos, refletindo nas palavras de Lucero. Ele só não tinha coragem de dizer que o amor dela também era perda de tempo, pois pelo menos por enquanto parecia impossível se esquecer de Diana.
~ * ~
Veio aí o primeiro "mini beijo" e o primeiro (de muitos 🤡) fora. O bom é que a Lucero já percebeu que ninguém vai sofrer sozinho, todo mundo vai sofrer 🗣️😂♥️
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Nossa Pequena Vitória
RomanceLucero nasceu e cresceu em uma família rica. Acostumada a ter seus sonhos realizados, parecia impossível conseguir o que ela mais queria, ficar com Manuel, filho de João, o motorista da casa, principalmente quando Diana, ex namorada do homem, volta...