(De Play no vídeo para uma experiência mais imersiva, ALERTA: Gatilho fobia de barulho de chuva)
Após um tempo, ouvi passos se aproximando. Olhei para cima e vi uma garota com um guarda-chuva colorido. Era Flora, uma das poucas pessoas que eu conhecia na escola. Ela vinha em minha direção com um sorriso tímido no rosto.
— Oi, Clara! — disse ela com seu sotaque goiano, parando ao meu lado. — Você não está sozinha aqui, né?
Sorri de volta, embora não estivesse certa se aquela era a verdade.
— Não... só estava pensando — respondi,
Flora se sentou ao meu lado, abrindo seu guarda-chuva para nos proteger da chuva. Eu percebi que talvez não estivesse tão invisível assim.
— Você já fez amizade com mais alguém?
— perguntou ela, olhando para o pátio— Não muito... ainda estou tentando me adaptar com tudo isso — confessei.
Ela assentiu, como se entendesse perfeitamente o que eu estava sentindo.
— Eu também passei por isso quando perdi meu pai ano passado. É difícil no começo, mas as coisas melhoram. Você só precisa dar tempo ao tempo, sei que seu avô era especial— disse Flora
— Obrigada por vir até aqui — falei finalmente. Agradeci pela companhia dela naquele momento
Após as aulas e as apresentações chatas era finalmente hora de encontrar Amanda
Minha melhor amiga e minha colega de quartoO vento uivava lá fora, fazendo as árvores balançarem como se estivessem tentando avisar sobre algo que eu ainda não conseguia entender. A noite estava gelada e pesada, e eu sentia um arrepio que não era só por causa do frio. Cada passo que eu dava pelo corredor do colégio parecia ecoar mais alto do que o normal, como se algo estivesse me observando.
Depois de me despedir de Flora, uma sensação estranha me acompanhava. O lugar estava mais vazio do que o habitual; as luzes piscavam, lançando sombras nas paredes. Eu hesitei por um momento antes de abrir a porta do meu dormitório. A última coisa que eu queria era ficar sozinha em um espaço tão escuro e silencioso.
Quando entrei, Amanda estava lá, e lançou um grito
— Clara!!! Quanto tempo meu Deus! - ela dizia me dando um longo abraço
Você não vai acreditar no vestido incrível que encontrei hoje na loja vintage! — disse Amanda com entusiasmoAmanda é uma herdeira, ela sonha em ser designer de moda eu não tenho dúvidas que ela realizará, digamos o nepotismo só é ruim pra quem observa de longe.
Eu forcei um sorriso enquanto tentava afastar a sensação de que estávamos sendo observadas. Algo na escuridão lá fora parecia se mover; era como se as sombras tivessem vida própria. Quando Amanda começou a falar sobre suas ideias para o desfile da escola, eu mal conseguia prestar atenção.
— O que você acha de fazermos um projeto juntas para as aulas? — Amanda sugeriu com um brilho nos olhos.
A ideia deveria ser empolgante, mas eu não conseguia ignorar essa sensação. Algo me dizia para ficar alerta. O vento uivava mais forte agora, como se estivesse tentando nos avisar sobre algo terrível prestes a acontecer.
— Eu adoraria! — respondi, mas minha voz saiu mais hesitante do que eu pretendia.
Enquanto Amanda falava sobre suas ideias, minha mente vagava para a escuridão lá fora. Uma sombra se movia na janela e meu coração disparou. Eu me virei rapidamente, mas não havia nada além da noite fria e silenciosa. A tensão no ar era palpável; cada palavra de Amanda soava distante enquanto eu lutava para manter a calma.
Aquela noite prometia ser mais do que apenas uma simples conversa entre amigas; havia algo no ar, uma presença desconhecida esperando o momento certo para se revelar. E enquanto as risadas ecoavam no quarto, eu sabia que mal sabíamos o que realmente nos aguardava naquela escuridão sinistra.
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O Chamado Das Sombras
ParanormalAo se tornar a nova aluna do misterioso colégio São Miguel, Clara se vê envolvida em um enigma aterrador com o desaparecimento de colegas. Junto com Flora, Amanda, Pedro e Miguel, ela investiga os segredos obscuros de um suposto culto que assombra a...