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𝟭, 𝟮, 𝟯...
𝗳𝗲𝗹𝗶𝘅 acordou assustado. em sua mente, o mesmo barulho se repetia. era irritante. se perguntava mentalmente o que acontecia no momento de agora; embora olhando para o lado, escutava atentamente seu amor a chorar.
― hyunjin? - chorava e chorava, a cada segundo que se passava, mais e mais lágrimas. ― hyunjin o que aconteceu? - ele não respondia, apenas chorava e chorava.
mais assustado, felix olha para os lados. suspirando fundo, ele viu que ainda estava vivo, porém seu amor não respondia aos seus chamados. o moreno parecia frustado e assustado. uma vontade avassaladora de o consola-lo se transformou no interior do lee, que até então, não entendia o motivo do seu choro.
― jinnie... - hesitando, ele começa. ― o que houve? você não me responde. - os olhos negros se voltaram ao azulado preocupado. o moreno arregalou os olhos sem brilho algum, parecia tomar um choque de realidade. ele se levanta e abraça o lee.
― felix... - chorou amargamente, liberando mais e mais lágrimas. o azulado, preocupado, pensava que este ficaria desnutrido de tanto chorar. ― meu anjo.
um sorriso profundo queria se formar nos lábios macios do garoto na maca, mas se transformou em um bico raivoso por ainda não entender nada. ― eu estou assustado.
― eu também estou. - revelou compartilhar o mesmo sentimento. ― você realmente sabe como me fazer chorar, não sabe?
― fazer-te chorar? - perguntou o garoto baixo. ― te pergunto o do por que que estas a chorar de tal forma.
― não te lembras? - o viu negar. sorriu sem entusiasmo. ― novamente, tu tiveste uma de tuas crises e quis tirar tua vida. - explicou calmamente. os olhos azuis se encheram, formando o oceano. ― correste até a rua e se jogou na frente do primeiro carro que tu achaste. perdeu-se teu sangue, tanto que tiveram de te doar um pouco para sobreviver. - seu tom de voz abaixa a cada vez que sua boca se abria.
o oceano transbordou, correu pela areia, colidindo com ela e a tornando rubra. as estrelas do mar caíram sobre a areia após a água salgada a abandonar, voltando para seu hábitat natural; os sons do oceano ainda eram presentes no quarto do hospital, e assim, a estrela do mar saiu da areia e voltou para o mar. o mar estava sujo, ele sentia isso. o pouco da sujeira, a estrela recolhia, retirando-a do mar; porém, sua cor não voltava. ele estava negro. negro como a noite. negro como um gato na escuridão.
negro como os olhos de hyunjin. olhos estes que mesmo após tudo, não paravam de olhar para aquele oceano. a diferença do mar para o oceano, é que o mar estava sujo. todo tipo de negatividade, o mar carregava. as pessoas só falavam consigo para descarregar todo o seu estresse do dia; aquele mar não servia para nada. mas o oceano não. o oceano era puro, a sua água era azul como o céu. as criaturas mais puras habitavam naquele oceano, ele era o preferido de todos. diferente do mar, as pessoas descarregavam toda a sua felicidade no oceano, porém o mar era o contrário.
e nesse momento, hyunjin se sentia como aquele mar. sujo. impuro. ele não conseguia sentir a felicidade; ele havia esquecido o que de fato era isso. sabia que o motivo da crise de seu amado, era si próprio. seu ciúmes era um problema, e ele sentia que felix deveria o largar e procurar alguém melhor. porém ele estava enganado.
felix se sentia como o oceano. amado. desejado. feliz. mas apenas de pensar que o motivo de todo o choro do cara que o fez descobrir o significado do amor, ele não conseguia se sentir assim. ele necessitava se desculpar, a culpa caia sobre seus ombros, mas sabia que se fizesse isso agora, acabaria por fazer hyunjin se acabar em lágrimas novamente. se lembrava corretamente o motivo da sua crise, então não queria fazer seu hyung se sentir pior do que já estava.
― hyunjin. - o chamou, o homem o olhou com incerteza. estava esperando ser xingado. esperava que seu amado o mandasse ir embora. porém, algo diferente: ― eu te amo tanto. por que ainda choras?
― sou eu o motivo da tua crise. sou eu o motivo do teu paradeiro. choro por tudo isso, como podes me amar? - devolve a pergunta.
― não importa. não importa se tu és a minha crise, não importa se tu és o motivo de estar aqui. eu apenas te amo. quero estar contigo, quero viver junto à ti. teremos momentos como este, mas podemos superar, sim? - em meio às palavras, ele se perde. novamente trazendo o oceano de volta.
― não chores. - o abraçou. um abraço caloroso, afetuoso. como se não se vissem à anos atrás. ― sim. - o respondeu. ― vamos superar isso. eu também quero viver junto à ti, também quero estar contigo. tu és o motivo do meu começo, meio e fim.
promessas de amor em uma noite fria dentro de um hospital. nunca se saberá se as promessas se cumpriram. só o Deus de tudo saberá responder; ou quem sabe, 𝘃𝗼𝗰𝗲̂ pode responder.
essa história se encerra com mil e uma perguntas: será que o "casal" conseguiu ficar junto? será que a paz de tudo reinou sobre estes? será que finalmente deram valor aos que não tinham?
