Os véus do engano|Jikook

Vingt-deux

Os ouvidos de Taehyung zumbiam com o bipe de Jungkook desligando a ligação na cara dele. Seu aperto no telefone aumentou. A raiva e a frustração reprimidas que estavam fervendo dentro dele a noite toda finalmente transbordaram. Ele pegou um vaso colocado na mesa de cabeceira e o jogou do outro lado do quarto, observando com uma satisfação furiosa enquanto ele se estilhaçava em um milhão de pedaços contra a parede.

"Como ele pôde?" Taehyung murmurou para si mesmo enquanto olhava para a bagunça que ele havia criado. Seus olhos escanearam o quarto, procurando por qualquer outra coisa para destruir. Ele pegou um livro, depois um travesseiro e jogou os dois. Cada item que caía no chão só aumentava sua raiva. Ele estava farto das noites tardias de Jungkook, suas respostas evasivas e sua clara falta de interesse no casamento deles.

Ele precisa descobrir... Ele precisa descobrir se Jungkook está lhe dizendo a verdade. Se ele está realmente no escritório ou se as suspeitas de Taehyung estão certas. Ele pegou seu telefone novamente e ligou para o escritório de Jungkook, sabendo que era tarde demais, então provavelmente os seguranças atenderiam.

"Alô?" Uma voz masculina cansada atendeu.

"Olá... Eu sou Taehyung, marido de Jeon Jungkook. Você pode me conectar ao telefone com ele, por favor? Não consigo falar com o telefone pessoal dele." A voz de Taehyung estava rigidamente controlada.

"Sinto muito, senhor, mas o Sr. Jeon já saiu do escritório há duas horas." A voz do segurança era calma e profissional.

O coração de Taehyung afundou quando ele ouviu a confirmação de seus medos. Ele desligou e jogou seu telefone contra a cama, observando-o quicar no colchão duramente. Seu peito estava apertado de raiva e traição. Ele agarrou seu cabelo, a dor em seu couro cabeludo o aterrando. "Como ele pôde?" Ele sussurrou, sua voz falhando. O quarto parecia estar se fechando sobre ele enquanto ele lutava com a realidade de que seu marido estava lá fora, com outra pessoa.

A visão de Taehyung ficou turva enquanto lágrimas de raiva e dor enchiam seus olhos. Ele soltou um soluço quebrado, o som ecoando no silêncio frio da sala. Ele pensou em todas as vezes que Jungkook agiu friamente com ele, o que é quase o tempo todo. Como Jungkook evita seu toque, nunca inicia nenhuma afeição, seu trabalho até tarde da noite, como Jungkook nunca deixa ninguém tocar em seu telefone.

E agora Jungkook está mentindo para ele sobre estar no trabalho quando ele está em algum lugar o traindo. Tudo isso não pode ser uma coincidência. Taehyung não pode mais negar. Ele não pode mais ignorar os sinais. Mas e agora? Jungkook não o ama e Taehyung está bem com isso, mas o enfurece pensar que em todos esses anos ele não foi capaz de fazer Jungkook se apaixonar por ele, então quem diabos é essa pessoa? Quem é essa vagabunda que está tirando Jungkook dele? Ele se levantou e começou a andar pela sala, seus punhos cerrados. A sala estava uma bagunça, um espelho de suas emoções.

Poderia ser que Jungkook esteja em clubes... transando com algumas prostitutas ou strippers? Pode ser. O pensamento não incomoda Taehyung tanto porque então significaria que é apenas sexo e nada mais. Mas não... não poderia ser apenas algumas prostitutas comuns. Se fosse esse o caso, Jungkook desapareceria uma ou duas noites em uma semana. Mas não... Jungkook está fora diariamente, ele passa a noite inteira em outro lugar. A pessoa é constante. Ele conhece apenas uma pessoa e ele a encontra diariamente.

Agora, isso é algo que o deixa furioso porque ele sabe que se esse for o caso, significa que há sentimentos envolvidos. Se Jungkook está apaixonado por outra pessoa, isso explicaria o porque ele literalmente repele os toques de Taehyung. A raiva está crescendo nele como um vulcão pronto para entrar em erupção.

Quem poderia ser? Quem poderia ser?

Taehyung então para quando um pensamento surge em sua mente. "Poderia ser..." Ele sussurra para si mesmo, "Poderia ser o assistente de Jungkook? Ele está sempre trabalhando. Então talvez seja alguém do escritório dele." Sua raiva se transforma em uma fúria fria e calculada enquanto ele pega seu telefone novamente.