Vendida a um Mafioso

Capitulo 24 / Eu o odeio

A realidade é triste, ele fica lá por alguns minutos e vejo o número desconhecido me ligar, talvez ele já saiba que eu sei quem ele é, eu quero fugir, correr, ligar pro Victor mas eu não posso mostrar que eu sou apenas uma garotinha indefesa, mas eu não sou uma garotinha indefesa, talvez antes, mas agora, não, eu mudei ou melhor a mafia me mudou. Atendo o telefone.

*Ligação*

Ana-Oi

William-Cade Você? Eu vou te matar se você não tiver aqui em 3 minutos

Ana-Eu já tô aqui querido.

William-Ah? Então tomou coragem.

*Desligo*

Saio do carro e o vejo, talvez ele iria tentar me matar? Mas gastar 3 horas só indo pra cá e pagando mil reais só pra me matar? Não deve ser outra coisa, só pode ser outra coisa. Eu o odeio, e ele provavelmente deve me odiar também, ele me olha e logo fala, aquele idiota.

William- Ana.

Ana-Oi, William

William- Você não parece feliz em me ver.

Ana- Não estou.

William com aquele sorriso sarcástico e repugnante fala

William- Imagino. Você sempre foi ingrata, mas venha cá minha filha

Ana-Você me chamou de filha? Eu não sou sua filha William. Você foi um mostro a minha vida inteira eu nunca vou te considerar como um pai.

William- Você não entende. Eu fiz o que era necessário

Ana-Necessário? Você me machucou, me humilhou, me fez sentir insignificante.

William Você é fraca. Não consegue lidar com a realidade.

Ana- Você não sabe o que é realidade. Você vive em seu próprio inferno.

William- Não preciso disso. Você não mudou. Ainda é a mesma menina

Ana- Eu mudei. Agora eu vejo você pelo que você é: um homem cruel e vazio. Na verdade eu sempre vi o quão idiota você era mas eu finalmente pude escapar de suas garras

William- Você vai pagar por essas palavras.

Ele fala essas palavras idiotas, iguais a quando eu tentei proteger a minha irmã, e ele realmente foi escroto e me fez pagar pelo oque eu fiz, mas isso é passado e agora eu não vivo mas lembrando da merda do meu passado, eu vivo no presente e é isso que importa. Então eu respondo confiante

Ana-Não. Você não tem mais poder sobre mim.

William ri e responde

William- Você realmente acha que eu não tenho poder sobre você querida?

Ele ri novamente e eu fico com raiva daquela idiotice.

William-Você ainda é tão sensível

Ana-Eu não sou mais a porra da garotinha que você acha que eu sou William

William-Eu sou seu pai. E você vai respeitar-me

Ana-Você não é meu pai. Você é um monstro que me torturou por anos.

William-Eu cuidei de você por anos também! Eu te alimentei! Eu te coloquei na escola! Te dei uma casa!

Ana-Voce acha que aquela merda era uma casa? Todo dia tinha cheiro de maconha e bebida, e você só me dava a porra de comida pra eu fazer pra você, você nunca cuidou de mim, você nem me levava a escola, eu tinha que ir sozinha naquela rua cheia de drogado.

William- Mas eu te dei um lar!

Ana-Um lar?

William-Apenas vem comigo.

Ana-oque você quer, seja direto e me fale o porquê me levou aqui.

William-Quero que você volte comigo, essa mafia deve tá te explorando!

Ana-Você nunca iria se importar comigo! Fale o verdadeiro motivo

Ele me olha com raiva, eu sabia que era mentira mesmo que na minha mente eu estivesse desejando que fosse verdade e que finalmente ele iria se importar comigo, mas eu sabia que era mentira eu conhecia ele melhor do que ninguém.

William-Apenas venha comigo Ana.

Ana-Fale a porra do verdadeiro motivo William

William- Me chame de Pai

Ana-Você não é meu pai é eu já te disse isso.

William-Venha Ana, eu não quero te obrigar

Ana-FALE A PORRA DO MOTIVO WILLIAM

William-Você vai se casar.

Oque? Ele vai me vender de novo? E sério? Eu o odeio tanto, se ele apenas dissesse que era pois tava com saudade eu iria, mesmo sabendo que não seria verdade, ele nunca será um pai amoroso talvez apenas nos antigos sonhos de uma mini Ana de 12 anos que ainda tinha fé que o William seria um pai melhor. A ana de 12 anos, depois de virar mocinha percebeu o inferno que era a sua vida.

Ana-Vai se fuder.

William-Olha eu melhorei, depois que você foi o dinheiro que recebi eu paguei todas as nossas dívidas e agora a gente tá melhor!

Ana-O dinheiro que você recebeu pois me vendeu e era apenas suas dívidas. Ah e você quer um prêmio por ter conseguido usar o dinheiro em pagar as dívidas do que comprar droga e bebida velhote.

William-Olha isso e uma oportunidade! se casar com um homem bonito e rico

Ana-Porra eu não ligo William, eu quero ser amada, não a porra de um objeto!

Todo mundo me trata como se eu não tivesse sentimento, as vezes eu sinto como se só ligassem ao meu corpo, eu me odeio.

William-Vem Ana, caralho! Eu tô pedindo!

Ana-Não. Eu não vou!

William pega uma uma seringa, meu corpo treme, meu coração tá acelerado, acho que eu vou desmaiar, vejo ele se aproximando, eu deixei a arma no carro mas ainda tenho uma faca escondida no vestido, mas não sei se eu vou conseguir pois tô muito assustada pra me mexer ou fazer qualquer coisa.

Fecho os olhos. Apenas fecho os olhos pra ver se eu consegui ou não. Eu consegui, derrotei o mostro da minha adolescência.

Ele tá com a faca na barriga, sangrando e eu olho ao meu braço e ele tá com a merda da seringa, ele conseguiu, vejo alguns homens aparecendo dos arbustos e eu desmaio, em quanto eu penso sobre tudo. Tudo o que esse mostro já fez pra mim.