Irmãos, não importa o que! (One-shots)

Um fio fora do lugar

Autor: korryn24

Resumo:

Damian não pretendia começar a falar, mas as palavras simplesmente saíram. Uma vergonha ardente o queimou; Drake não precisava saber de seus negócios pessoais, e Damian certamente não precisava falar sobre seus pesadelos como uma criança.
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Damian e Tim encontram um ponto em comum e finalmente começam a se dar bem.

Notas:

TW para ataques de pânico e pesadelos, menções de morte
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Obrigado ao CertifiedIdiot pela leitura beta!

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Nada ao redor dele parecia real, mas cada sensação era muito aguda e dolorosa. Sua respiração e batimentos cardíacos estavam rápidos, e ele se sentia tonto e atordoado. Sua garganta doía. Ele tinha certeza de que estava chorando, o que só o fez entrar em pânico ainda mais. Ele não deveria chorar, não deveria demonstrar fraqueza.

Fraco. Ele se sentia fraco. Damian odiava se sentir fraco. Ele cravou as unhas na carne dos antebraços, tentando desesperadamente se firmar. Ele podia sentir o batimento cardíaco por todo o corpo, bombeando muito sangue para os membros, se preparando para correr ou lutar ou...

Através da névoa de emoção, Damian ouviu a porta se abrir. Ótimo, seu pior pesadelo. Ninguém tinha permissão para vê-lo assim, mas ele não podia exatamente impedir que acontecesse. Ele só podia esperar que fosse alguém em quem confiasse, como Richard ou o pai.

Quando a porta deslizou mais para abrir, Drake entrou na sala. O pior candidato possível.

“Ei, Damian, o jantar está—” Seu rosto mudou para algo parecido com desgosto. “Ei, Damian, você está bem? O que foi?” Ele fechou a porta atrás de si.

Não é desgosto, Damian percebeu com um sobressalto. É preocupação.

Mas não havia como Drake estar preocupado com ele. Por que ele estaria? Damian agarrou seus braços com mais força, como se enrolar em si mesmo pudesse manter Drake fora. Ele virou o rosto, não querendo que ele visse, julgasse.

Seu coração batia ainda mais forte, e ele não só estava tonto, mas a sala também estava girando levemente. Ele se sentia enjoado. Ele ia vomitar. Ele definitivamente ia vomitar, não havia dúvidas, ele ia—

De repente, ele se tornou ciente de seus arredores novamente. Ele estava em seu quarto, sentado em sua cama, e... havia um cubo de gelo em sua boca? Ele cuspiu em sua mão e olhou para Drake, que em algum momento se moveu para sentar-se ao lado dele na cama. Ele estava segurando o copo de água gelada que estava na mesa de cabeceira de Damian.

“Um pequeno truque que aprendi há muito tempo. Coloque um cubo de gelo na boca, e seu corpo muda o foco do pânico cego para a confusão. O que aconteceu?”

Damian fez uma careta e pegou o copo de Drake, colocando o gelo de volta dentro dele.

“Olha, eu entendo se você não quiser falar sobre isso. Eu sei que não somos exatamente próximos. Eu sei que você acha que eu vou te julgar ou algo assim, mas não vou. Eu entendo. Eu já tive ataques de pânico antes; todos nós temos. Dick, Bruce, Cass, todos nós.”

Damian puxou os joelhos até o peito, cruzando os braços e se virando mais para longe. Ele não acreditava em Drake. Ele pode não gostar de Drake ou aprová-lo de forma alguma, mas ele tinha que admitir que ele parecia ter sua vida sob controle. Pelo menos na maior parte. Não havia como ele também ter explosões tão embaraçosas.

“Não é nada para se envergonhar. É algo normal que acontece com as pessoas às vezes, especialmente com pessoas que sofreram traumas. Olha, eu...” Drake hesitou, respirando fundo. “Eu costumava sentir que não pertencia aqui, que não era bom o suficiente. Ainda sinto, honestamente. Eu tinha tanto medo de que a qualquer minuto alguém descobrisse isso. Que eles percebessem e, e me odiassem. Me expulsassem. Rissem de mim. Esse medo... É horrível. Na maioria das vezes, é administrável, mas às vezes é... paralisante.”