Poemas

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    Gonçalves Dias

   Um dos mais conhecidos poemas brasileiros foi escrito durante a primeira geração romântica: Canção do exílio, de Gonçalves Dias:

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá. 

Uma curiosidade sobre esse clássico poema da literatura brasileira é que ele, de fato, foi escrito no exílio.

Exílio é o estado de ser forçado a sair de sua terra natal (ou seja, vila, cidade, estado, província, território ou até mesmo país) e incapaz de retornar. Pessoas (ou corporações e até governos) podem estar no exílio por motivos legais ou outros.

Segundo pesquisadores da vida do autor, é possível que o poeta tenha redigido seus versos na cidade de Coimbra, em Portugal.

O escritor fora mandado para lá para estudar Direito na universidade da cidade portuguesa. Cheio de saudades, Gonçalves Dias escreveu “Canção do exílio” em 1843 para ressaltar a exuberância brasileira em detrimento da vida solitária que vivia nas terras dos colonizadores do Brasil.

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