Uma curiosidade interessante sobre o Romantismo da Primeira Geração no Brasil é o "indianismo", um dos principais temas literários dessa fase. Esse movimento não se limitava apenas a uma idealização do índio como herói nacional, mas também refletia a busca por uma identidade autêntica para o Brasil, desvinculada das influências europeias.
O curioso é que, embora os autores românticos exaltassem o índio como um símbolo de pureza , a verdadeira realidade dos povos indígenas naquela época era bem diferente, marcada pela colonização, violência e marginalização. A idealização do índio no Romantismo funcionava como uma metáfora para o Brasil em construção, uma nação "pura" e "nobre", ainda não corrompida pelas influências externas.
Autores como Gonçalves Dias e José de Alencar contribuíram fortemente para essa visão, com obras como I-Juca-Pirama e O Guarani, que transformaram o índio em um herói que representa a luta pela liberdade e pela cultura nacional.
Esse "indianismo" é um exemplo de como o Romantismo foi usado para criar um símbolo de união e identidade nacional, mesmo que a realidade fosse bem mais complexa.