Cap 4: O Legado dos Condenados

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(madrugada de 3 de fevereiro de 2017)

A chuva caía incessantemente enquanto Angel era guiada pelo jovem. Após alguns minutos correndo, finalmente chegaram.

(...): "Angel, chegamos."

No meio da floresta densa, Angel podia ver uma grande casa se revelando, quase escondida pelas árvores altas e pela escuridão da noite. As paredes eram feitas de madeira antiga reparada por grades e troncos, e o telhado da varanda gotejava constantemente na parte de fora da casa, refletindo as poucas luzes que escapavam pelas janelas e sobre a escada que dava acesso a porta de entrada.

(Angel): "Onde estamos?"

(...): "Essa é a casa das histórias que você ouviu. Pertencia à minha família há muito tempo. Eu não... costumo falar sobre isso..."

(...): " Vem, vamos entrar. Você tá encharcada."

Angel apenas segue o rapaz escada acima.

Ele empurra a porta pesada e então a apresenta a sala principal do lugar. O interior era escuro, iluminado apenas pelas velas e pelos relâmpagos que iluminavam o céu lá fora, já que não havia energia elétrica em boa parte da casa por ser uma estrutura muito antiga. Embora tivesse seu interior bem conservado, chão estava coberto de poeira, mas parecia sólido.

(...): " Não repara a bagunça." Disse ele ironicamente, caminhando mais a frente.

(Angel): "Relaxa. Meu quarto era bem pior." Disse ela, completando a ironia e em seguida, colocando seu gatinho Noah no chão.

Mais a frente, na mesma sala, lamparinas revelavam alguns quadros nas paredes com rostos rabiscados de parentes da família, criando um contraste com o frio cortante e a umidade lá fora.

(...): "Tem uma lareira na sala ao lado. Talvez eu ainda consiga acender."

(...) vê que Angel ainda estava muito assustada, então tenta acalmá-la guiando-a até a outra sala. Seus passos ecoavam pelas paredes vazias até que encontram a lareira e, depois de alguns esforços, ele consegue acender o fogo, trazendo um pouco de calor e luz a aquele ambiente.

(Angel): "Eu esqueci de agradecer... Obrigada..." Disse com a voz trêmula por conta do frio que sentia em si. "Como se chama?"

(...): "Me chama de Axel..." Disse ele retirando os lençóis de cima de um sofá e alguns outros móveis que ali ficavam.

O som do fogo crepitando se misturava ao barulho da chuva e as cortinas pesadas em uma das janelas balançavam com a brisa que conseguia se infiltrar pelas frestas. O cheiro de madeira antiga impregnava o ambiente.

Do lado de fora, a floresta era tomada pela neblina. A luz da lua, quando conseguia se infiltrar pelas nuvens, iluminava brevemente parte da casa antes de ser novamente coberta pela escuridão.

(Angel): "Quando te vi, reparei que você também tem uma máscara assim..." Disse ela retirando a máscara de dentro de sua mochila.

(Axel): "Encontrei ela no sótão, pouco tempo antes dos meus pais desaparecerem. Eu estava explorando a casa, tentando descobrir qualquer coisa que pudesse explicar a presença daquele homem que te persegue. Quando achei a máscara, senti uma conexão estranha com ela, como se ela estivesse me chamando, me guiando. Desde então, sempre carrego ela comigo. De alguma forma, sinto que essa pode ser a chave para entender o desaparecimento dos meus pais."

Axel olha profundamente para a máscara em suas mãos com um olhar sereno e toma seu tempo antes de continuar.

(Axel): "Eu tentei me desfazer dela de todas as formas possíveis, Angel. Joguei no rio, enterrei no chão, até tentei queimar e quebrei ela várias vezes, mas de alguma forma, ela sempre voltava pra mim... Às vezes, ela simplesmente aparecia ao meu lado de manhã, outras vezes, no meu quarto quando eu voltava pra cá. É como se estivesse ligada a mim de um jeito que eu não consigo explicar." Diz ele parecendo estar cansado.

Angel o ouvia atentamente e sentia a gravidade da situação, mas tentava o acolher.

(Axel): "Eu comecei a enlouquecer, como se perdesse todos os sentidos. Comecei a acordar no meio da floresta sem lembrar de nada, nem de como fui parar lá." Disse inquieto.

(Angel): "Isso é assustador, Axel."

Angel percebe que ambos têm a mesma máscara com um círculo riscado por um "x" e decidem comparar as duas.

(Angel): "Axel, olha isso... Talvez seja só uma coincidência, mas olha."

Angel puxa uma máscara da sua mochila novamente. É idêntica à de Axel, mas a dele com o símbolo como se tivesse sido talhado em si. Os dois comparam as máscaras, e ambos ficaram perplexos enquanto Noah, sonolento e despreocupado, observa tudo de cima de uma poltrona que havia deitado, próximo a janela.

(Axel): "São exatamente iguais, exceto pelo símbolo."

Os dois conversaram por mais um tempo sentados em um tapete junto a alguns travesseiros que haviam ali, em frente a lareira. Logo Angel acabou dormindo, debruçada sobre parte do sofá.

Axel levantou e foi até seu antigo quarto que ainda permanecia intacto mesmo com o passar do tempo. Abriu a porta e observou o ambiente como se todo seu passado se mantivesse ali, do mesmo jeito. Assistiu seu passado por alguns segundos e foi até o guarda roupas onde havia também alguns cobertores. Pegou um deles e voltou para a sala onde Angel estava. Cobriu-a com cuidado e se sentou novamente ao lado dela.

(Axel): "Não deveria ter sofrido tanto assim tão cedo... Bom descanso Angel"

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⏰ Última atualização: 11 hours ago ⏰

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Angel, a alma corrompidaOnde histórias criam vida. Descubra agora