𝕻𝖗𝖔́𝖑𝖔𝖌𝖔

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Alyssa segurava a carta com as mãos trêmulas, o papel levemente amarelado pelo tempo. Ela não havia relido aquelas palavras desde o dia em que partiu para Nova York, quando, em meio a lágrimas, guardou a carta na mala e deixou tudo para trás. Ainda lembrava da última conversa com João Pedro, das palavras que ele disse e que a magoaram profundamente. A lembrança do seu olhar misturado com insegurança e arrependimento ainda estava marcada na memória dela. Ele era seu melhor amigo, alguém com quem compartilhava segredos e risadas, alguém em quem sempre confiou. Mas, no último momento, ele não havia conseguido lidar com a despedida.

Agora, de volta ao Brasil, a lembrança da dor se misturava à saudade. Ela se perguntava o que João Pedro estava fazendo, como ele havia mudado, se ainda pensava nela. A carta que segurava era a prova de que, mesmo em meio à dor, algo entre eles tinha sobrevivido. Talvez fosse o momento de descobrir se aquele laço ainda estava intacto ou se as feridas do passado tinham deixado cicatrizes impossíveis de curar.

Ela respirou fundo, dobrando a carta com cuidado e colocando-a no bolso de sua mochila. Amanhã seria seu primeiro dia no Colégio Franciscano São Miguel Arcanjo, e a possibilidade de rever João Pedro era ao mesmo tempo assustadora e emocionante. Aquele reencontro poderia trazer a paz que ela precisava... ou reacender sentimentos adormecidos, que nem o tempo nem a distância conseguiram apagar.

As Cartas Que o Tempo Guardou ᴶᵒᵃ̃ᵒ ᴾᵉᵈʳᵒ Onde histórias criam vida. Descubra agora