Encontros Inesperados

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Laura estava atrasada de novo. aquela semana tinha sido um caos no trabalho, e ela só queria voltar pra casa e se esconder do mundo. as ruas do centro da cidade estavam lotadas, as pessoas  apressadas  e o barulho dos carros parecia ecoar em sua cabeça. ela desceu as escadas da estação do metrô quase correndo, tentando alcançar o próximo trem antes de ele partir.

Foi nesse momento, ao dobrar a esquina para atravessar a rua, que esbarrou em alguém. o impacto foi tão repentino que ela quase caiu, mas duas mãos  firmes a seguraram pelos braços, impedindo a queda. Laura olhou pra cima, um tanto sem jeito, pronta pra pedir desculpas. no entanto, quando seus olhos encontraram os dele, ela sentiu algo diferente.

Ele a segurava com um cuidado genuíno, e seu rosto tinha um sorriso de surpresa, como se ele também não esperasse por aquilo. tinha olhos verdes que pareciam conter um universo próprio, com uma profundidade que a fez perder o fôlego por um instante. a sensação foi rápida, mas intensa. Laura sentiu como se conhecesse aquele homem há muito tempo, embora soubesse que isso era impossivel.

- Desculpe - Ela conseguiu murmurar, tentando organizar os pensamentos. seu coração batia acelerado, e ela não sabia se era pela correria ou por aquele encontro inesperado.

ele sorriu, ainda sem soltar seus braços. - acho que foi o melhor acaso do meu dia,- disse ele, num tom leve, mas com uma sinceridade que a fez sorrir.

Laura soltou uma risada tímida, sem saber o que dizer, era raro ela se sentir tão á vontade com alguém,  especialmente um estranho. e, no entanto, ali estava ela, sentindo uma calma inexplicável e ao mesmo tempo uma onda de energia que corria pelo seu corpo.

ela queria perguntar seu nome, talvez até saber mais sobre ele. mas, antes que pudesse reunir coragem pra fala, ele se adiantou.

- sou gabriel - disse, como se tivesse lido seus pensamentos. e, ao falar, seus olhos brilhavam com uma alegria tranquila.

- Laura,- respondeu ela, sentindo o próprio nome sair quase como um sussurro.

por um instante, ficaram apenas olhando um para o outro, ambos parecendo se esquecer do mundo ao redor.  a conexão entre eles era palpável, como se o tempo tivesse desacelerado para que aquele momento durasse mais um pouco.

mas, eventualmente, a realidade começou a se infiltrar novamente. o som da cidade, as pessoas passando, tudo voltou a se fazer presente.

gabriel, ainda sorrindo soltou os braços de Laura devagar. - espero que a gente se esbarre de novo,- disse ele, em um tom que parecia um misto de despedida e promessa.

Laura apenas assentiu, incapaz de formar palavras.  e, com um último sorriso, gabriel virou-se e foi embora, deixando-a ali, parada,  com um sentimento novo e ao mesmo tempo familiar crescendo em seu peito.

enquanto ele se afastava, Laura percebeu que seu coração continuava  acelerado, mas, dessa vez, era algo além  da correria e do cansaço. e enquanto continuava seu caminho acelerado, ainda com um leve  sorriso nos lábios, ela sabia que aquele encontro não seria algo que esqueceria tão cedo.

Laura permaneceu parada por alguns instantes, observando Gabriel se afastar entre a multidão. A cidade, que minutos antes parecia abafada e cheia de pressa, agora parecia mais leve, como se o encontro tivesse acendido uma chama em seu peito que ela nem sabia estar apagada.

Tentando reorganizar seus pensamentos, Laura respirou fundo e decidiu seguir seu caminho. Mas o rosto de Gabriel continuava ali, vívido em sua mente – aquele sorriso tranquilo, o olhar que parecia dizer tanto sem precisar de palavras. Ela se questionava se aquilo realmente tinha acontecido ou se era apenas um devaneio. Afinal, pessoas como Gabriel pareciam existir apenas nos livros e filmes que ela tanto amava.

Durante a viagem de metrô, Laura olhava pela janela, mas não via nada além de reflexos e sombras. Sentia-se flutuando, quase como se tivesse sido arrancada da realidade por alguns minutos. No fundo, sabia que aquele encontro breve tinha deixado marcas – marcas que pareciam mais profundas do que ela imaginava.

Chegando em casa, Laura largou a bolsa e se jogou no sofá, ainda com o rosto levemente corado e com o coração acelerado. Era estranho sentir aquilo tudo por alguém que mal conhecia.

Decidida a não se perder em pensamentos sobre alguém que, talvez, nunca mais veria, Laura começou a desfazer os planos de encontros e romances que sua mente já tentava criar. Mas, por mais que quisesse, uma parte dela não conseguia afastar a sensação de que Gabriel também sentiu a mesma conexão. O olhar dele... Era impossível esquecer.

Naquela noite, Laura se revirou na cama várias vezes antes de finalmente adormecer. E quando os sonhos vieram, foi com aquele rosto que eles se formaram.

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No dia seguinte, Laura saiu para o trabalho mais cedo do que o habitual. Sem perceber, ela seguia o mesmo trajeto que fizera na noite anterior, como se, em algum nível inconsciente, estivesse esperando reencontrar Gabriel.

Seu dia no escritório foi difícil – os prazos apertados, os e-mails, as reuniões, tudo parecia empurrá-la de volta à realidade e desfazer o encanto do encontro. Mas mesmo ali, entre uma tarefa e outra, seu pensamento escapava para ele, se perguntando onde estaria, o que estaria fazendo.

No fim do expediente, ao sair do prédio, Laura hesitou. Deveria simplesmente ir para casa, ou dar uma volta e reviver o caminho que a levou ao encontro de Gabriel? Ela sabia que não fazia sentido, mas seguiu o impulso, sentindo o coração acelerar mais uma vez.

Enquanto caminhava pelas ruas agitadas da cidade, pensou que talvez fosse uma bobagem. A cidade era enorme, e a chance de esbarrar em Gabriel novamente era mínima. No entanto, uma parte dela queria acreditar que o destino podia, sim, agir mais de uma vez.

E então, ao dobrar uma esquina, ela o viu. Gabriel estava ali, em uma pequena cafeteria, olhando para o lado de fora, com o mesmo sorriso tranquilo no rosto. Ele parecia perdido em pensamentos, até que seus olhos se cruzaram novamente.

Surpreso, Gabriel ergueu a mão em um aceno tímido e abriu um sorriso que parecia iluminar a rua inteira. Laura, com o coração disparado, respondeu ao aceno e entrou na cafeteria, onde ele a esperava com aquele olhar caloroso.

Sem saber o que dizer, ela apenas se sentou à sua frente, ainda com um sorriso de surpresa. Nenhuma palavra precisava ser dita, e ambos sabiam que, dali em diante, suas vidas estavam para mudar.


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⏰ Última atualização: 2 days ago ⏰

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