O Segredo embaraçoso de Nami

Eu sei o seu segredo ~

Nami retornou ao seu quarto depois de lidar com o caos lá fora. Havia acabado de passar os últimos minutos tentando organizar a navegação e colocar os rapazes na linha, o que, como de costume, não foi uma tarefa fácil. Deu broncas em Luffy por ele ignorar completamente as instruções, em Usopp por suas desculpas para não ajudar, e em Zoro, que já estava de volta à soneca de sempre. Era exaustivo, mas ela sentia um leve orgulho em manter aquele grupo no rumo.

Suspirando, ela entrou em seu quarto e se jogou na cadeira com um pouco mais de peso do que o normal, relaxando por um instante. Mas, enquanto deixava os olhos vagarem pela mesa, algo parecia... diferente. Franziu o cenho. Ela estendeu a mão para o local onde havia deixado seus papéis, mas tudo o que encontrou foi um espaço vazio. Seus desenhos... os desenhos embaraçosos da Robin... tinham sumido!

Um pânico imediato tomou conta de Nami, e ela se levantou de um salto, os olhos arregalados.

— Não, não, não, não, NÃO! — gritou, puxando gavetas e olhando pelo chão, numa tentativa desesperada de encontrar os rabiscos. — Eles estavam aqui! Eu tenho certeza de que os deixei aqui!

Ela começou a andar de um lado para o outro, levando as mãos à cabeça.

— Não pode ser... Quem, quem teria entrado aqui? E pior — ela engoliu em seco —, quem viu esses desenhos?

Por um instante, ela se perdeu nos pensamentos, imaginando o tipo de situação desastrosa que poderia surgir se algum dos rapazes tivesse visto aqueles rabiscos. O coração acelerou. Sanji, então... Ele com certeza interpretaria tudo errado e nunca a deixaria em paz! E Luffy, com sua falta total de noção... Ele vai contar pros outros! E se a Robin descobrir...?

Nami bufou e levou a mão ao queixo, tentando pensar em alguma solução. Talvez alguém tivesse pegado os papéis por engano? Ela se esforçou para lembrar se tinha deixado alguma pista, algo que indicasse quem poderia ter sido. Mas quanto mais tentava pensar racionalmente, mais suas suposições começavam a soar absurdas.

— Só tem um jeito de resolver isso — murmurou para si mesma, cruzando os braços com determinação. — Eu vou descobrir quem pegou aqueles papéis, custe o que custar. Vou conversar com cada um dos membros do bando, de maneira discreta, tentando arrancar qualquer pista sobre o paradeiro dos desenhos!

— Eu só preciso ser discreta. — Prosseguiu a ruiva. — ... Ninguém vai desconfiar!!

— Desconfiar do quê, senhorita navegadora? — Robin surge nas suas costas como um fantasma. Seu sorriso é malicioso, e esperto, como se brincasse com a reação da mais nova.

Nami deu um pulo para trás ao se virar e ver Robin ali no seu quarto. Ela deixa cair vários de seus materiais de cartografia, mas se apoia na mesa. A mulher tenta mudar de assunto para não parecer ainda mais suspeita.

— A-ah! Robin! O que tá fazendo aqui, amiga? V-você me assustou! Haha...

— Hahah... Só vendo como está minha companheira. Pelo que vejo, não conseguiu relaxar, não é mesmo? Se precisar de companhia... — Ela se aproxima, ficando muito perto do rosto de Nami, a deixando avermelhada. — É só chamar.

Robin então sai do quarto, deixando a navegadora corada e sozinha.

"É só chamar? Com um mulherão desses, aí é que eu não relaxo nunca mais! Deus me livre... Mas quem me dera..."

Nami se recompõe e se recorda dos desenhos. Não importa o que acontecer, não pode deixar que ninguém os encontre! Não pode deixar que pensem que a senhorita navegadora é na verdade uma senhorita pervertida! Não!

"Eu preciso encontrar o responsável por isso!"

A ruiva abriu a porta do quarto com força e saiu dali, dando uma boa olhada ao redor, procurando por seu primeiro alvo investigativo. Seus olhos logo encontraram Franky, que estava no convés, ajustando algumas partes do Thousand Sunny com ferramentas espalhadas ao seu redor. Ele parecia completamente imerso no trabalho, cantarolando uma de suas músicas favoritas enquanto apertava um parafuso com precisão.