Eu achava que nada poderia ser pior do que aquela foto no jornal, mas, claro, estava errada. Os rumores se espalharam como fogo. Agora, em todo lugar onde eu ia, parecia haver alguém me observando, como se eu fosse algum tipo de “namorada secreta” do jogador mais popular da cidade. Era absurdo e frustrante.
Naquela noite, eu só queria esquecer tudo isso. Carla, sempre disposta a me animar, me arrastou para um bar, convencida de que sair um pouco me faria bem.
— Olha, Beth, a gente merece uma noite divertida, ok? E você precisa relaxar. Esqueça o Josh, os jornais e toda essa história ridícula — disse ela, empolgada, enquanto eu tentava me convencer de que ela tinha razão.
O bar estava cheio, e por alguns minutos consegui relaxar. Sentei-me, aproveitando o ambiente e as luzes baixas, imaginando que estava apenas em uma noite comum. Mas então, notei alguns olhares direcionados a mim. Pessoas cochichavam e apontavam discretamente, como se eu fosse uma celebridade. Tentei disfarçar e continuar a conversa com Carla, mas logo alguém se aproximou.
— Ei, você não é a garota do Josh? — perguntou um rapaz com um sorriso atrevido.
Sorri, tentando disfarçar, mas, ao ver o olhar da Carla direcionado ao galo na minha testa, percebi que era inútil negar. Um dos sinais da “famosa” bolada estava bem visível. Suspirei, desejando desaparecer.
— Não, você está enganado — respondi, forçando um sorriso. — Só uma coincidência.
Mas ele não parecia convencido e continuou a me olhar, meio desconfiado. Decidi que era hora de ir embora. Fiz sinal para Carla, e começamos a sair do bar, mas antes que eu pudesse chegar à porta, uma luz forte de flash me cegou por um segundo.
— Senhorita, podemos fazer algumas perguntas sobre seu relacionamento com o jogador Josh? — Era um repórter. Claro que era um repórter.
Comecei a andar mais rápido, sem responder, tentando manter Carla ao meu lado. O repórter insistiu, e percebi que mais pessoas se juntavam ao redor, filmando e cochichando. O barulho começou a me deixar tonta, e a cada passo eu sentia a pressão dos olhares sobre mim.
— Por favor, não tenho nada a dizer — murmurei, tentando evitar qualquer contato visual, mas aquilo só pareceu atiçar a curiosidade deles.
O repórter continuava a disparar perguntas, e eu já não sabia mais para onde fugir. Foi então que ouvi gritos e aplausos vindo da entrada do bar. Ao olhar para trás, vi que o time de Josh estava entrando. O foco da multidão mudou quase instantaneamente, e o repórter saiu correndo para tentar uma entrevista com eles.
Aproveitei o momento e agarrei a mão de Carla.
— Vamos sair daqui agora!
Ela me seguiu sem hesitar, e fomos pela saída dos fundos. Ao finalmente alcançar a rua, senti o peso sair dos meus ombros.
— Você está bem, Beth? — Carla perguntou, ainda um pouco ofegante.
— Estou, agora que saímos daquele inferno — respondi, com um meio sorriso cansado. — E você tinha razão, amiga. Precisava sair, mas não imaginei que sair fosse me trazer ainda mais confusão.
Ela riu e me deu um leve empurrão no ombro.
— Quem sabe isso tudo não passa em alguns dias?
Olhei para ela, desejando que estivesse certa.
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Bolada Do Destino
FanfictionEpílogo A vida na cidade grande era difícil para Elisabeth - ou Beth, como preferia ser chamada. Longe de sua família e com o aluguel atrasado, ela se sustentava com pequenos trabalhos enquanto cursava Pedagogia. Quando soube de uma vaga para estagi...