- Capítulo 2 -

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Depois de pegar minha irmã com a babá e nos despedirmos rapidamente, comecei a caminhar de volta para casa. Ela estava sonolenta, abraçada a um dos brinquedos favoritos, e eu segurava sua pequena mão enquanto andávamos pelas ruas silenciosas.

Foi quando percebi o carro. Um sedan preto, distante o suficiente para não chamar muita atenção, mas perto o bastante para que eu notasse que estava nos seguindo. Meu coração acelerou, e a sensação de alerta voltou com força total. Disfarçando, olhei para minha irmã e lhe dei um sorriso tranquilo, tentando mantê-la calma.

─ Vamos brincar de foguete? ─ sugeri, pegando-a no colo. Ela riu, e eu comecei a andar mais rápido, mantendo a expressão serena para não assustá-la, mas sentindo a tensão subir a cada passo.

Ao finalmente chegarmos em casa, destranquei a porta o mais rápido que pude, entrei com minha irmã, e tranquei tudo, girando a chave e trancando a corrente. Depois de colocá-la no sofá e pedir para ela esperar um momento, fui até as janelas e fechei as cortinas, com cuidado para não fazer barulho.

Mas antes de fechar a última, olhei pela fresta. O carro preto estava parado do outro lado da calçada, suas luzes apagadas, mas era claro que ele estava ali. Esperei, o coração batendo forte, imaginando quem poderia estar atrás daquele volante – e por que estavam nos observando.

Depois de alguns minutos observando o carro parado na calçada, finalmente vi as luzes se acenderem. O motor foi ligado, e, devagar, o carro começou a se afastar, desaparecendo no final da rua. Senti um alívio percorrer meu corpo, mas a tensão ainda estava lá, como um resquício de perigo.

Respirei fundo e fechei a cortina de vez. Fui até minha irmã, que estava distraída com seus brinquedos, e me agachei ao lado dela, tentando acalmar a mim mesma tanto quanto a ela.

─ Vamos tomar um banho, princesa? ─ perguntei, sorrindo, tentando disfarçar qualquer nervosismo na minha voz.

Ela assentiu, rindo, e me seguiu até o banheiro. Ajudei-a a entrar na banheira e, enquanto ela brincava com a espuma e seus brinquedos, o ambiente foi ficando mais leve. As risadas dela ajudavam a dissipar a tensão, e eu me permiti relaxar um pouco, focando apenas nela.

Depois de secá-la e colocá-la de pijama, a levei para o quarto e a deixei confortável com seus cobertores e bichinhos de pelúcia. Quando ela finalmente adormeceu, fui para o banheiro, desejando que a água quente também levasse embora o cansaço e o desconforto daquele dia estranho.

Depois do banho, vesti uma roupa confortável e fui até a sala, onde o silêncio da casa parecia acentuar o que tinha acontecido. O peso da situação começou a se acomodar na minha mente, e percebi que não ia conseguir relaxar sem desabafar com alguém. Sem pensar muito, peguei o telefone e liguei para Jacob.

Ele atendeu no segundo toque, com a voz leve e calorosa de sempre:

─ Oi, belíssima. Chegou bem em casa?

Respirei fundo, tentando organizar meus pensamentos antes de responder.

─ Sim, cheguei bem, mas... Jacob, aconteceu uma coisa estranha ─ comecei, minha voz mais tensa do que eu pretendia.

A voz dele mudou de tom, imediatamente atenta. ─ O que houve? Está tudo bem?

Expliquei rapidamente o que tinha acontecido: como o carro preto parecia nos seguir desde que saímos, e como ele ficou parado em frente à minha casa antes de finalmente ir embora. Jacob ficou em silêncio enquanto eu contava, mas eu podia sentir a preocupação através do telefone.

─ Você acha que alguém pode estar te seguindo? ─ ele perguntou, a voz grave.

─ Não sei. Achei que fosse só uma coincidência, mas... não consegui relaxar desde então. Foi estranho demais.

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