Prólogo I

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Salém, 125,d

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Salém, 125,d.c

Éster tinha seus olhos fixos nos três filhos e no marido jogados no chão.

-- Você tem certeza de que isso é a única solução? - ela murmurou com certo temor na voz.

-- Toda magia tem o seu preço, irmã. - a de olhos escuros respondeu. -- Está criando uma maldição, mas está salvando a sua família, você pode continuar... Ou podemos ir embora e deixarmos eles mortos. - ela terminou de dizer se levantando do chão.

Ela sabia que estava indo contra a natureza, que isso teria uma consequência, mas ela não poderia perder mais nenhum filho e não poderia perder toda a família depois de ter começado...

Lilith puxou a taça com sangue a levou nos lábios de Jason, o sangue caindo sobre o rosto pálido do homem... Éster virou o rosto para os filhos, o futuro de suas vidas dependia dela.

Alguns segundos até que Jason estivesse acordado totalmente atordoado olhando para a esposa, Seu segundo filho Mark estava encolhido com as mãos na cabeça,
Daphne chorava descontrolada enquanto via o pai acordar cheio de sangue.

-- Mamãe...? - a voz inocente e infantil soou pelos ouvidos da mulher que fechou os olhos.

-- Deve ser feito agora! - Lilith bradou olhando para o céu, as primeiras gotas de uma grande tempestade se iniciava.

-- Está tudo bem, minha Beatrice! Mamãe precisa que fique aqui em cima e faça oque a tia Lilith pedir. - ela falou olhando no fundo dos olhos da filha de apenas treze anos.

-- Mamãe, oque há de errado com o papai? - ela perguntou assustada, mas não houve resposta, a mulher se afastou e Lilith se aproximou com uma adaga em mãos.

-- Eu te amo, Bea! - Éster gritou para a filha diante da tempestade forte que caia.

-- Oque vai fazer, Éster? Oque está fazendo com a minha filha? - ele perguntou vendo a cunhada de aproximando do altar onde a menina estava.

Nenhuma resposta foi dita, a cena brutal a seguir prendeu a atenção de todos.

A bruxa mais velha subiu no altar e sorriu para a sobrinha que chorava com medo, os olhos se tornaram vermelhos como sangue e a menina deu um passo atrás com medo.

Os olhos de Éster se fecharam e um feitiço começou a ser murmurado, a luz vermelha rodeou o altar, o céu começou a trovejar, os raios caindo sobre o cemitério, Jason percebendo o movimento da cunhada ameaçou a impedir, mas foi paralisado por um feitiço de barreira feito pela feiticeira da morte.

A mulher sussurrou para que ela ficasse quieta e não se mexesse, a mesma assustada o fez.
E com um movimento nada sutil a adaga passou pelo pescoço da garotinha de cabelos escuros, Jason gritou ao ver a filha jorrar sangue pela garganta cortada. O irmão mais velho agarrou a irmã mais nova a impedindo de cair no chão pelo choque.

Éster virou a cabeça pro lado com pressa agoniada ao ver a cena que acabara de ocorrer.

A barreira foi quebrada e Jason correu para segurar a filha antes de cair por completo no chão. Um raio caiu sobre o altar e os dois outros filhos caíram no chão gritando ao sentir o peito queimar, Jason gritou sentindo a mesma dor, mas se agarrou ao corpo da filha, a dor de ver sua filha ser morta era maior do que a queimação em seu coração.

Lilith se virou com os olhos ainda completamente vermelhos, e desceu o altar como se nada tivesse acontecido.

-- Está feito. - foi tudo oque ela disse antes de dar as costas e sumir sobre o cemitério.

(...)

Os três ainda restantes da família estavam parados diante do túmulo da Jovem Beatrice, Jason não havia aguentado suportar oque tinha visto na noite anterior e desapareceu nas sombras no meio da madrugada.

Éster e os dois filhos pareciam três cadáveres vivos, os irmãos não entendiam o porquê da mãe ter feito com eles e com a irmã oque foi feito.

Uma voz sussurrou nos ouvidos da bruxa que percebeu que a natureza estava tomando atitude sobre seus atos, ela olhou para os dois filhos, sentiu o peito queimar e a pele avermelhar.

-- Tirem ela de lá. - pediu a bruxa para os filhos que olharam confusos. -- Tirem minha Beatrice desse túmulo! - foi tudo oque ela gritou antes de olhar pra cima e sentir a brasa, sentir o peito queimar de dentro pra fora, ela sumiu, sumiu como o pó, deixando os dois filhos sozinhos e assustados, assistiram tudo sem saber.

(...)

O corpo pálido e morto da irmã estava deitado sobre a cama, os irmãos estavam na sala sem saber oque fazer ou para onde ir, o pai havia sumido, a mãe sumido, a irmã morta.

Quando um som alto tomou conta do ambiente, os dois correram de pressa para o quarto encontrando para a surpresa deles a irmã viva.
Beatrice estava viva.
O corte em sua garganta havia sumido, como se nunca tivesse existido, a palidez desaparecido, como se nunca tivesse morrido.

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