Mordida pelo rei ( 4 livro da série sangue virgem )

Capítulo Dois

                                           Bishop

— Bishop!

Grita alguém, mas só ecoa nos meus ouvidos.
O som está distante e minhas pernas estão fracas quando fecho meus olhos. Eu me sinto sendo levado para a minha cama quando uma onda de exaustão me atinge. Em algum lugar no fundo da mente, me lembro da Dove dizendo quem é a garota na pintura, mas não consigo me concentrar.

Tudo está ficando preto e o mundo se inclina antes que eu me sinta na minha cama. Posso sentir o cheiro de medo e pânico ao redor e então há gritos. Estendo a mão, mas os lençóis frios são tudo o
que encontram meus dedos quando eu perco a consciência.

Quando caio na escuridão, vejo os olhos violetas
que sonhei. É quase como se ela estivesse aqui comigo. Mas se estivesse, eu não estaria morrendo. Eu posso sentir o fim da minha vida se aproximando rapidamente, e acho que é isso que está acontecendo
comigo agora. Eu sempre soube que esse momento chegaria, mas não estou pronto. Ainda tenho muito para contar à minha família.

Há tanta coisa que preciso ensinar sobre nossos caminhos. Tentei escrever tudo e fazer toda a pesquisa que pude, mas não é suficiente. Já faz duzentos anos, mas é uma gota no balde em
comparação com as vidas que todos viverão agora. Eles encontraram seus companheiros e seus laços verdadeiros foram formados. Isso é tudo que eu sempre quis para eles. Eu sei que, não importa o que
aconteça, eles estarão com a pessoa que amam e, sabendo que estão em segurança, fica mais fácil abandoná-los.

Eu só tenho um arrependimento e é nunca a ter encontrado. Meu lindo sonho com seus olhos violetas e cabelos ruivos. Eu sei em minha alma
que ela era minha companheira, mas não era para
ser. Estou deixando este mundo sem nunca a encontrar, mas não posso deixar de esperar que
de alguma forma eu a encontre na eternidade.

Três dias depois...

Minha boca está seca e meu corpo está fraco quando rolo na cama. Sinto um calor aperto na minha mão e abro os olhos lentamente.

— Ravana? — Eu grunho, e seus olhos se levantam para encontrar os meus.

— Oh, graças a Deus! — Ela respira quando se vira para desviar o olhar de mim.

— Valen! Ele está vivo! — Ela aperta minha mão e eu pisco algumas vezes, afastando o sono.

— Quanto tempo eu fiquei inconsciente? — Minha voz racha e soa como se eu estivesse mastigando giz.

— Shh, vá com calma. Não fale... — Ela diz enquanto abaixa a cabeça no que eu posso dizer que é alívio.

— Você está bem. — Ouço Valen correndo para o quarto e vem ficar ao lado da Ravana.

Ele coloca um braço em volta dela e a mão em cima das nossas unidas.

— Você nos pregou um susto de morte,velho.

Eu quero sorrir para ele, mas agora tudo dói.

— Você ficou inconsciente por três dias. Acho
que você estava em algum tipo de coma. Não tínhamos ideia do que fazer. Kane e Juliet estavam conversando sobre uma viagem para encontrar um médico vampiro.

Eu levanto a mão em sinal de protesto.

— Não se preocupe. Eu acabei de os chamar. — Acrescenta Valen.

Ele se senta na cadeira ao lado da Ravana e ambos me dão um olhar duro.

— Nós pensamos que você morreu.

— Não falta muito agora. — Eu digo conforme consigo limpar minha garganta novamente, e desta vez dói um pouco menos. —Estou ficando sem tempo.

Os dois compartilham um olhar e há algo que eles não estão me dizendo.