Herdeira proibida - Livro 1

-029- Por ela

Thomás

Foi difícil ouvir tudo o que ela tinha pra dizer, mas eu entendi tudo, o que ela era e o que eu era pra ela, a importância do relacionamento dela com a matilha, seu alfa ser seu possível parceiro, seu irmão, o sequestro e até mesmo o cativeiro, mas eu não conseguia aceitar, talvez era cedo demais, mas minha cabeça não conseguiu assimilar tudo isso, eu a amava, ela era minha, nós tínhamos planos, essa era a minha verdade e tudo isso foi rompido repentinamente.

Eu e ela éramos compatíveis em vários aspectos de nossas vidas, eu também não tinha família, fui criado em orfanatos e aos 18 anos tive que viver minha vida fora de lá, eu não tinha muitos amigos, e os poucos que tive me levavam para noitadas de bebidas, sexo e drogas. Não tive muito contato com o amor de uma mulher, eu não me considero um cara bonito, mas as pessoas ao meu redor pareciam gostar do que viam e eu me aproveitava para me relacionar com várias e me apegar a nenhuma, mas a Liv.. ou melhor a Olívia era pra mim o que eu nunca tive em nenhuma dessas mulheres com quem já me relacionei.

Estávamos indo para o leste do estado, o interior, poucos prédios, muitas fazendas, Olívia estava dormindo, tão linda, não pude deixar de lembrar da nossa noite, única noite que tivemos juntos, ajeitei seu cabelo e apareceu a marca no seu ombro que se destacava com brutalidade em sua pele branca, essa especie de homens-lobos eram arcaicas, marcavam suas mulheres com mordidas. Seu ombro estava com a marca de dentes, em volta estava arroxeado com pontos de sangue preso na pele, ela falou que não doía mas só de olhar imagino o quão dolorido foi receber essa marca.

Chegamos ao nosso possível destino, outro estado e muita distância, ela acordou assim que o carro parou.

— Onde estamos? - Olívia acordou assustada.
— Calma, estamos ao leste, primeira cidade no próximo estado, não paramos desde ontem à noite, preciso descansar e esse foi o primeiro hotel que encontrei.
— Espera, não saí ainda - ela segurou minha mão.

Olívia pós sua cabeça para fora pela janela e cheirou o ar se concentrou bem e voltou a falar comigo.

— Talvez seja seguro eu não senti nada. Vai lá, eu fico no carro, quanto menos me verem e o meu cheiro se espalhar melhor - Ela estava em alerta.

Eu não conseguia imaginar como ela seria transformada, o que eu via era uma mulher forte mas mesmo assim tão fraca e delicada, mas não era bem assim, pelo que entendi tão cedo eu a veria em sua forma de loba pois seu cheiro se espalharia e quem estava atrás dela iria nos encontrar.

Peguei a chave e fui para o carro, estacionei o carro bem em frente ao quarto. O lugar era simples, um hotel de beira de estrada, não tinha luxo mas era aparentemente limpo e organizado. O quarto que peguei tinha uma cama de casal, um frigobar, uma cômoda e banheiro com vaso, pia e chuveiro, como falei não tinha luxo.
Estava amanhecendo o dia, eu fui tomar um banho e Olívia estava quieta espreitando pela janela.

— Você não falou nada desde que chegamos no quarto! - eu estava desesperado para criar vínculo com ela novamente.
— Desculpa, estou preocupada, mas não deixei de notar a cama de casal, rsrs, vou tomar banho também - Olívia se distanciou da janela e passou por mim sem tirar o olhar de mim indo em direção ao banheiro.
— Você quer conversar? - segurei sua mão enquanto ela passava por mim.
— Você precisa descansar...
— Eu preciso de você! - interrompi sua fala para mas uma vez me declarar.
— Mesmo com tudo que eu falei, você ainda quer estar comigo - Olívia parecia incrédula.
— Você acha que eu estaria aqui arriscando a minha vida se não quisesse estar com você?

Olívia se aproximou de mim, me deu um beijo convidativo e foi em direção do banheiro, eu ainda estava de toalha, esperei um tempo até ela ligar o chuveiro e se molhar e fui atrás dela.

— Pensei que iria precisar te chamar - Olívia falou e me puxou pro seu abraço.
— Eu vou sempre estar aqui por você, até o dia que eu morrer. - jurei a ela.
— Pare de jurar algo que você não vai poder cumprir.

Mais uma vez senti seu corpo no meu, seu cheiro doce, sua pele macia, ela parecia ser tão delicada, mas ela não queria ser tratada assim, naquele momento ela queria mais pressão e prazer e eu podia dar.