PILOTO

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FLASHBACK on

UMA GAROTINHA loira brincava no cemitério sozinha, estava escuro, era um pouco tarde. Mas ela não parecia com sono, seus olhinhos curiosos vagavam pelo local mal iluminado.

O cheiro de terra forte, misturado com o fraco aroma de pinheiros da floresta de Greendale, tornava o local confortável o suficiente. O Mortuário Spellman exalava uma calma tensa, como se o próprio lugar estivesse esperando por algo sombrio, o silêncio parecia uma linha fina prestes a ser cortada.

Era 31 de outubro, aniversário de 5 anos da garotinha, por isso estava vestida em um lindo vestido preto, adornado com babados fofos. Era adorável olhá-la, seus cabelos louros balançando com o vento, seus risinhos quando um morcego voava perto de mais de si, seus olhos brilhantes analisando o local com atenção, seus calafrios pelo frio trazido com o vento.

As sombras pareciam se espessar, como se a escuridão estivesse se aproximando em torno dela, sendo chamada pela sua presença inocente. Sabrina revirava a terra de uma das covas com a ponta de sua sapatilhas, estava distraída e alheia ao que a observava. De repente, ouviu-se uma baixa risada atrás de si, era como um uivo horripilante do vento.

Sua nuca se arrepiou com o sopro da respiração que sentiu, seu tronco se virou sozinho, seus olhos tão inocentes e confusos, se focaram em uma sombra de olhos vermelhos.

A escuridão daquilo crescia sobre ela, como uma enorme onda de escuridão arrebentando nas pedras e corais de uma praia.

— Oi, eu sou Sabrina. Você é um fantasma? — A voz suave da garotinha assustou a sombra, seu tamanho diminuiu mais do que pela metade. Sua estatura, agora menor do que a da criança.

Seus olhos brilhantes se ofuscaram um pouco, se cerraram em direção a criança, um misto de descrença e confusão.

— Não está... com medo? — Questiona surpresa com a reação da pequena, sua voz saiu rouca, como se fosse a primeira vez que alguém não se afastava em pânico.

— Você é engraçada — Diz a loirinha, uma risada lhe escapando ao fim da frase.

A figura, ainda mais confusa, se curvou e tomou a forma de Sabrina, uma silhueta negra e tremeluzente, distorcida, como se o reflexo no espelho fosse feito de fumaça. O vento calmo tremulava sua forma, soprando suas sombras, mexendo com a fumaça negra e densa.

A criatura se curvou para a garotinha, seu olhar fixo e penetrante, ainda imersa em confusão.

— Curioso... você não teme o que não entende — Murmurou mais para si do que para a criança.

FLASHBACK off


O Demônio Que Eu Possuo | Sabrina SpellmanOnde histórias criam vida. Descubra agora