Prisão

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Por anos, por meses, eu te ouço falar de outra,

E o brilho dos teus olhos ao mencionar o nome dela,

Como se cada palavra fosse uma flecha,

Atinge meu peito, e a dor, revela.



Eu vejo a paixão que teus olhos revelam

Enquanto a dor reflete nos meus, em espelho

E -eu te odeio por isso-, por cada sentimento não dito,

Que em silencio, consome o amor que um dia foi infinito.



Te amei tanto, que o amor transbordava

Mesmo quando tuas palavras se perdiam ao vento

E cada sorriso teu ao falar dela era um tormento

Que fazia o meu amor parecer um sofrimento lento.



A cada conversa sobre ela, meu coração se retorce

Porque, em vez de se a musa, eu sou o açoite,

De um amor não correspondido, um desejo proibido,

E eu te odeio por isso, por te amar tanto e te ver perdido.



Por anos, por meses, meu amor continua a te buscar

Enquanto a tua afeição se perde em outro lugar,

E eu, em silêncio, sofro mas sigo em vão,

Guardando no peito a dor de uma prisão.

Pensamentos de um Mundo Solitário (e Silencioso)Where stories live. Discover now