Gael.

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Entramos no carro ela estava chorando, não de vontade de ficar com os pais mas sim de dor.
Eu olhei para ela e ela estava tão distante, ela nem dentro do carro estava, seu olhar era triste, as lágrimas escorriam sem sua permissão, andamos um pouco e percebo que seu nariz estava sangrando, o Fernando foi um desgraçado, a menina é muito bonita, cabelos castanhos, olhos cor avelã, mais ela estava magra demais, com ematomas pelos braços, e sua perna sangrava, eu não podia fazer muita coisa, se eu invadisse o contrato estaria acabado, e eu só queria ajudar a garota, a menina tinha cara de ter uns 19, 20 anos, acho que se ela se cuidasse durante um tempo melhoraria seu corpo, e rosto, sempre tinha um aspecto de cansaço.
--- Será que você tem um papel para mim limpar meu nariz antes que eu suje seu carro, e parece ser bem caro para sujar. - fala a garota que eu ainda não sei o nome.
--- O carro depois eu mando lavar e tem um pano no porta luvas. - digo e ela pega.
--- Vamos demorar chegar, eu preciso saber para eu poder ir no médico, eu quebrei minhas costelas! - como assim, eu vou matar o filho da puta do Fernando.
--- Eu te levo, eu meio que moro do outro lado do mundo então teremos que pegar um jato particular, então vamos no hospital primeiro. - digo e percebo um sorriso em seu rosto  mais logo se desfaz.
---- Obrigada, não quero atrapalhar. - diz a garota com os olhos cheios de lágrimas, eu não seu por que mais eu já me importo tanto com ela, sendo que nunca nos falamos, nem nos vimos.
---- Eu só estou fazendo o que eu devia.

Chegamos no hospital, ela foi para a fila de espera, e se eu não me engano ela estava com apenas um short curto e uma blusa curta, nas costas dava para ver os ematomas roxos, e algumas cicatrizes, essa menina já sofreu demais, ela parecia com frio, eu vi a mesma falando com uma moça, e ela abanou a mão para mim ir com ela.
Ela entrou em uma sala e eu fiquei na sala de espera, aproveitei e fiz algumas ligações, minha gang estava responsável por fazer algumas coisas enquanto eu estava fora.
Demorou mais ou menos uma hora, eu já está impaciente, mas aí ela saiu de uma sala com faixas na barriga, e então é verde da ela quebrou a costela.
---- Desculpe a demora, eu quebrei 4 costelas, e isso prejudicou alguns órgãos, mais o medico me passou alguns remédios.- diz a menina tentando se explicar.
---- Ok agora vamos, o jato nos esperas.- falo e a garota me acompanha até o carro, achei engraçado hora que ela foi se sentar no banco e fez algumas caretas, enquanto íamos ao aeroporto, ela parecia inquieta, não entendi mais ela estava com medo, bom era o que seu semblante demonstrava.
Entramos no jato, e começamos a subir, ela olhava apenas para a janela, eu a olhava, pensativo, tentando apenas decifrar, o passado dele parece ser sombrio, medonho, adoro pessoas que escondem seu passado.
Além de tudo ela ainda tinha medo de mim talvez, ou até mesmo que eu descubra seu passado, ou os ocorridos que aconteceram, mais algo me dizia que nos daríamos muito bem, somos iguais, escondemos o nosso passado, sendo apenas frio, e arrogante, não ao ponto de tratar um ao outro com frieza, mais sim quem nos machucou, podemos concordar que não seria nada ruim nós podermos nos conhecer, virar um casal, e acabar com o mundo, ou quem nos machucou.

Parei de pensar quando ela se levantou.
---- Garota onde vai? - pergunto e  ela me olha como se eu tivesse feito algo errado.
---- Pra sua informação meu nome é Lizi, e vou ao banheiro.-  diz ela andando até o banheiro.
Agora sei seu nome, belo nome o dela, Lizi, soa como o nome de uma flor.
Ela volta e se senta de frente a mim, seu rosto mostrava tensão, seus olhos estavam molhados, parecia estar chorando.
---- Princesa, tava chorando por que? - pergunto sabendo que era bem provável que ela me bateria pelo apelido, ela me olha com uma cara de sapeca, o sorriso que se formou em seu rosto logo se foi.
---- Eu só estou com muito medo, não de ir morar longe e sim do que pode acontecer com os anos, medo do meu passado, medo de achar pessoas como meu padrasto por aí, medo de você me machucar. - diz ela rápido, deixando uma lágrima cair, e foi aí que me caiu a ficha, eu comprei uma garota de 19 anos, que foi abusada pelo padrasto, e agora está dentro do meu jato, com medo de seu futuro e de mim.
---- Princesa de mim você não precisa ter medo, eu vou te proteger, vou te falar uma coisa, venho te observando a tempos, sei cada coisa que você gosta, cor favorita, roupas favoritas, cantores, pessoas e até mesmo qual o dia de seu aniversário, sei que você já fez 3 tipos diferentes de faculdade e que estudou em três escolas ao mesmo tempo, perdeu o pai aos 15 anos e um ano depois sua mãe arrumou  o Fernando, ele me procurou para eu ajudar ele a conquistar sua mãe, e foi aí onde te conheci, por uma simples foto. - digo e a menina chorava, não por eu ter espionado seu vida inteira, mas sim pelo simples fato que eu lembrei de seu pai, ele era um bom homem, só que não ficava em casa e seus filhos sofreram com isso incluindo que quem mais sofreu foi essa garota.
---- Eu não sabia de você, e Fernando apareceu no meio da vida da minha mãe e mudou tudo como se fosse em livros, no começo ele era super carinhoso comigo, sem nenhum tipo de abuso ou coisa de tamanha preocupação. Mais eu nunca gostei dele, e eu acho que ele só entrou em contato com minha mãe por conta do dinheiro que ela ganha com os desfiles que ela faz parte. - a garota diz e agora entendo, ela só queria um alguém, para amá-la, um tipo de um super herói para salvá-la de si mesma ...

Morrer ou amar Onde histórias criam vida. Descubra agora