Morrer ou amar

relembrando o passado...

Eu no banco de trás meu pai dirigia, minha mãe ao seu lado, e meu irmão Rik, me enxendo o saco.
Eu era feliz, lembro que estávamos indo para uma viagem nos Estados Unidos, estávamos quase chegando no aeroporto, e eu realmente estava muito ansiosa, eu não gostava muito de viajar, preferia uma passeio no parque.
Eu gostava de passar o tempo com meu irmão, na maioria das vezes a gente quebrava algumas regras que minha mãe não nos deixava fazer e se descobrisse iria nos matar, minha minha mãe é muito rígida, eu e meu irmão temos apenas 3 anos de diferença, mais ele sendo o mais velho é o mais cobrado, eu estudo em três escolas, e meu irmão também, eu tenho sempre que ser a líder de torcida, meu irmão o capitão do time, e nas provas temos que sempre tirar 10, fora isso ser a filha perfeita, ter comportamentos perfeitos, ser uma menininha, gostar de rosa, eu me sinto sufocada, e percebo as pessoas da escola também, os alunos só falam comigo pra mim poder ter meu status, no caso pra minha mãe ver meu status de popular  ,para  muitas pessoas eu já deixo bem claro que não precisam ser realmente meus amigos, meu irmão sofre a mesma coisa, e a gente pode namorar só depois dos 18, sendo que eu tenho 15 e meu irmão tem 17, podemos dizer que ele é  mais mimado que eu.
Ja Meu pai nunca está em casa, então as vezes minha mãe acaba me batendo, só por eu estar errando em algo.
Chegando no aeroporto, despachamos as malas e fomos para a porta de embarque.
O movimento no aeroporto estava estranho, as pessoas estavam quietas demais, quando du nada entra um homem e para bem em nossa frente e apenas diz:
---- Eu mandei você me devolver minha grana... - e simplesmente atira no meu pai, meu irmão e minha mãe estavam terminando de fazer os passaportes deles e eu estava sozinha.
Meu pai estava morto em meus braços, e eu chorava, o homem que atirou me olhou com pena, eu não entendi muito bem mais, depois ele saiu correndo.

4 anos depois.

Sim, se passou exatos 4 anos depois do que ocorreu, minha mãe não lidou com isso muito bem, e nossa convivência só piorou, eu não podia retrucar nem mesmo falar, eu tinha apenas 15 anos na época, não entendia eu simplesmente me desliguei do mundo, meu irmão  ficou meio abalado mais ele já tem sua casa própria e sua família, eu sei que tenho 18, e eu deveria sair de casa, mais falta apenas dois meses para a minha faculdade acabar, e eu aguentei tanto tempo, dois meses não são nada...
Bom minha mãe arrumou um namorado novo, e ele mora com a gente eu não gosto dele, ele vive com mãos bobas pra cima de mim, quando não resolve me trancar em um quarto e fazer o que quiser, acho que só quem passou por isso sabe a angústia que é,  minha mãe ama ele e nunca acreditaria em mim se eu contasse, ela tá cega de amor por ele, não adiantaria.
Hoje é  segunda feira, tenho que ir na faculdade e depois passar em uns lugares, mais minha mãe não vai deixar então vou só na faculdade, se você tá se perguntando quanto tempo meu padrasto tá aqui na casa da minha mãe acho que são exatos 3 anos, acho que minha mãe ficou um ano sem dar o cu e resolveu arrumar um marido para ela, aí arrumou um problema pra mim.
Vou te contar direitinho, foi assim:
Era numa sexta feira e minha mãe saiu só ficou eu e o Fernado o meu padrasto, eu subi para o quarto e logo ele invade o quarto vindo para cima de mim, logo tirando minha virgindade, ele também me bate, e minha mãe super apoia, acho que já estou tão cansada disso tudo que nem ligo mais.
Depois desse dia nunca mais dormi com a porta do quarto destrancada, nem mesmo a do banheiro...
Fui a faculdade e na hora de voltar para casa antes mesmo de entrar em casa escuto uma voz desconhecida, logo entro e me deparo com um moreno do olho azul, ele parecia muito com meu irmão, ele estava muito puto pelo seu semblante, meu padrasto estava encarando ele com o mesmo semblante, minha mãe ao seu lado fingia um choro.

---O que tá acontecendo? - pergunto quebrando o silêncio.
--- Filha esse é  Gael, ele comprou você para podermos pagar a dívida que temos. - fala minha mãe com um sorriso vitorioso no rosto.
--- Claro sempre sou eu, a única né, a única que se fode toda pra vocês conseguir o que querem, se vocês soubessem a raiva que tenho de vocês nunca mais olhariam na minha cara ou se quer colocariam a mão em mim, e ja que você vai me levar embora te agradeço por me tirar desse inferno, e eu acho que você comprou a pessoa errada se quer esta querendo perfeição. Vou arrumar minha mala e você vai me levar embora hoje mesmo. - assim que termino de falar Fernando vem pra cima de mim e me dá um tapa na cara, me joga no chão com tanta força que acho que eu devo ter quebrado algumas costelas minha, eu sentia muita dor, e se já não fosse o suficiente ele pega alguma coisa e corta minha perna, ele chega bem perto e diz no meu ouvido:
--- Vou sentir saudade do meu brinquedinho, e nas horas que passamos juntos no quarto... - sinto alguém empurrar ele e me pagar no colo.
Eu estava com tanta dor eu  já nem sentia o meu corpo mais, Gael me levou para meu quarto eu arrumei minha mala em silêncio, as vezes eu parava, eu estava sentindo muita tontura e dor na minha perna, Gael me olhava na porta do quarto, tentando descobrir o que eu pensava ou sentia.
Descemos e minha mãe nem sequer olhou em meus olhos, aquilo me doeu mais eu nunca vou me arrepender de estar indo embora...