Harry suspirou decepcionado ao olhar para seu caldeirão, ele podia sentir o olhar de reprovação de Snape em suas costas.
Amortentia, a poção do amor. A poção surtia efeito exalando o cheiro de seu amado ou alma gêmea, Harry nunca havia sentido o cheiro talvez seja porque nunca se apaixonou ou, sua alma gêmea não tenha nascido. Com toda a confusão do torneio tribruxo o grifinorio não teve tempo de revisar suas anotações sobre poções e acabou por fazer a pior poção de sua vida. Com a cabeça perdida em um labirinto de pensamentos, Harry observava o caldeirão borbulhando, exalando vapores esverdeados e com um cheiro que mais parecia uma mistura de chulé com ovo podre. Sua mente, no entanto, estava longe da aula de Poções e vagava por um lugar muito mais distante: um lugar onde a felicidade era simples e o amor, puro.
Pensava em sua alma gêmea, aquela pessoa que completaria sua vida e com quem ele poderia compartilhar seus medos, sonhos e aventuras. Imaginava longas conversas ao lado da lareira, passeios mágicos e risadas que ecoariam pelos corredores de Hogwarts. A ideia de encontrar alguém com quem pudesse se conectar em um nível tão profundo era como um raio de sol em um dia nublado, aquecendo seu coração.
Mas seus devaneios foram bruscamente interrompidos por uma voz aguda e irritada.— Harry, você está prestando atenção? – Hermione o cutucou com o cotovelo, tirando-o de sua reverie. — Você quase fez explodir o caldeirão!
Harry piscou algumas vezes, tentando se concentrar na aula.
— Me desculpe, Hermione. Eu estava só... pensando.
— Pensando? – Hermione cruzou os braços, com uma expressão de reprovação. – Pensando em mais uma maneira de se dar mal em Poções? Você não se concentra em nada!
Harry suspirou, sentindo-se culpado e frustrado. Ele sabia que Hermione tinha razão, mas não conseguia se concentrar na aula com tantos pensamentos em sua mente.— Eu sei, eu sei. – murmurou ele, desviando o olhar.
Hermione se aproximou, seu tom de voz suavizando um pouco.
— Harry, eu sei que o Torneio Tribruxo está te deixando nervoso, mas você precisa se concentrar nos seus estudos. Poções é uma matéria importante e você precisa tirar boas notas.
Harry assentiu, mas seus pensamentos já haviam retornado à sua alma gêmea. Será que ele a encontraria em Hogwarts? E se ela já estivesse lá, mas eles ainda não se conhecessem? A possibilidade de nunca encontrar seu outro metade o deixava triste. Enquanto Snape continuava a aula, Harry se perguntou se a Amortentia poderia ajudá-lo a encontrar sua alma gêmea. Afinal, a poção era conhecida por revelar o cheiro da pessoa amada. Mas e se ele nunca sentisse esse cheiro? E se sua alma gêmea ainda não tivesse nascido? Com essas perguntas pairando em sua mente, Harry continuou a aula, tentando se concentrar nos ingredientes e nas instruções de Snape, mas seu coração ansiava por respostas.
A noite havia se instalado em Hogwarts, e as estrelas cintilavam como diamantes no céu noturno. Harry, sentindo a necessidade de um refúgio para seus pensamentos, caminhou em direção à Torre de Astronomia. O lugar era perfeito para encontrar a paz que tanto buscava. Ao chegar ao topo da torre, escolheu um canto isolado e se sentou, observando a vastidão do céu.
Imerso em seus pensamentos, Harry tentava organizar as ideias que se amontoavam em sua mente. O Torneio Tribruxo, a crescente tensão em Hogwarts, a proximidade do Baile de Inverno e, acima de tudo, a incerteza sobre seus sentimentos. A solidão da noite era reconfortante, permitindo que ele se conectasse consigo mesmo.
De repente, um sussurro baixo e irritado cortou o silêncio. Harry se virou e viu Luna Lovegood, com um olhar exasperado, tentando alcançar seus sapatos que estavam pendurados no alto de um dos pilares da torre. Ao seu redor, pequenos Pixies, com suas asas brilhantes e risadas agudas, voavam de um lado para o outro, divertindo-se com a situação.— Esses pequenos diabinhos! – Luna exclamou, tentando sem sucesso alcançar seus sapatos. – Eles não param de me pregar peças!
Harry sorriu, a tensão se dissipando. A presença excêntrica de Luna e a travessura dos Pixies criaram uma atmosfera leve e divertida, quebrando a melancolia da noite.
— Precisa de ajuda, Luna? – ofereceu Harry, levantando-se.
— Oh, Harry! Seria uma grande ajuda. Obrigada! – Luna agradeceu com um sorriso.
Com um movimento rápido e ágil, Harry conseguiu recuperar os sapatos de Luna. Os Pixies, frustrados por perderem a diversão, voaram para longe, emitindo pequenos gritos agudos.
— Muito obrigada, Harry. Você é um salvador. – Luna sorriu, colocando os sapatos. – Sabe, às vezes acho que os Pixies só querem um pouco de atenção.
Harry concordou com a cabeça, enquanto observava os Pixies se afastarem.
— Acho que você tem razão. – disse ele, voltando a se sentar.
Os dois ficaram em silêncio por um tempo, apreciando a vista da noite estrelada. A companhia de Luna era reconfortante, e Harry sentiu que seus problemas pareciam menos importantes naquele momento.
Aquele encontro inesperado na Torre de Astronomia havia sido um bálsamo para a alma de Harry. A leveza e a espontaneidade de Luna o ajudaram a esquecer, por um instante, as preocupações e os desafios que o cercavam. De repente, Luna se virou para Harry, um brilho peculiar nos olhos. Em suas mãos, segurava uma carta selada, com um curioso brasão dourado estampado no envelope.— Os Pixies roubaram do escritório do diretor, eles disseram que é importante. — a loira murmurou, a voz quase perdida no som distante de sua cantilena.
Harry pegou a carta, examinando-a com curiosidade. O papel era envelhecido e o selo, com o símbolo de Gringotes, parecia exalar uma aura de mistério. A menção dos Pixies o fez sorrir. Aquelas criaturas peculiares eram capazes das mais estranhas façanhas.
— Um presente dos Pixies, então? – brincou Harry, tentando decifrar a origem da carta.
— Acho que sim, – Luna respondeu com um sorriso enigmático. – Eles são muito inteligentes, você sabe. Às vezes, trazem presentes inesperados.
Intrigado, Harry abriu a carta. O conteúdo era conciso, mas a mensagem era clara e urgente: uma grande soma de dinheiro havia sido depositada em seu cofre em Gringotes, e um representante do banco o aguardava para mais informações. Harry sentiu um frio na espinha. De onde teria vindo aquele dinheiro? A possibilidade de estar ligado ao seu pai biológico, que ele nunca conheceu, cruzou sua mente. Será que havia finalmente encontrado uma pista sobre seu passado? Ou seria alguma armadilha?
Com a carta em mãos, Harry e Luna desceram da Torre de Astronomia, a mente de ambos repleta de perguntas. O que significava aquela misteriosa carta? E quais segredos ela revelaria? A aventura, mais uma vez, batia à porta de Harry Potter.Amores, estou de volta!
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Herdeiro das trevas
FanfictionQuando Harry Potter descobre que é a alma gêmea de Tom Riddle, segredos sombrios e traições vêm à tona. Unidos por um vínculo inesperado, eles planejam derrubar Dumbledore, expor mentiras do passado e reivindicar o poder que lhes foi negado. Entre d...