Capítulo Oito

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Ripley

Isso não vai acontecer. A única vez que eu atuo sozinha tentando provar que nada de ruim vai acontecer e acabo sangrando no chão.

"Doce menina, temos que contar a ele. Ele ficaria fora de si se descobrisse que você estava machucada e não contasse a ele." Sua mãe, que está ao meu lado, diz, claramente preocupada e, por ser médica, continua medindo meu pulso com as mãos.

"N-não. Não." Consegui dizer antes de tossir como se tivesse acabado de passar por uma tabacaria.

"Chegando. Vamos dar uma olhada nela." O paramédico diz, me sentando.

"Sim, claro, mas ela deve ir para o hospital." Sua mãe diz a ele.

Eu estou balançando minha cabeça em negação, mas eles estão falando ao meu redor.

"O que diabos está acontecendo... anjo? O que aconteceu? Por que você está sangrando?" ele me levanta em seus braços, seus olhos me examinando.

Eu ouço o paramédico resmungar algo sobre crianças ricas mimadas baixinho.

"Ela precisa de uma ambulância, porra." Cobi grita com ele.

Colocando minha mão em seu rosto,tento acalmá-lo.

"Querido, eu estou bem. Acalme-se, Cobi."

O olhar que ele me dá faria um homem forte murchar.

"Não me diga que você está bem, Ripley. Você está grávida, pelo amor de Deus. Eu preciso de alguém para olhar para você e me dizer que você e nosso bebê estão bem."

Eu ouço suspiros e mais sussurros em sua declaração repentina.

"A ambulância foi puxada." Seu pai diz.

Cobi me leva até ela e me coloca na cama.

"Monroe, é hora de voltar ao campo." Seu treinador dá um tapinha em suas costas tentando fazê-lo voltar ao jogo.

Ele olha para ele como se fosse louco, fazendo o velho recuar.

"Estou bem, querido. Volte para o jogo. Sua mãe e seu pai virão comigo, certo?"

Seus pais concordam, confirmando o que eu disse.

"Parece que eu dou a mínima para o jogo? Minha noiva e meu bebê vão para o hospital e eu também."

Seu pai parece perplexo e sem saber o que fazer.

"Monroe, escuta. Temos que terminar o jogo. Tenho certeza que sua namoradinha..."

Essa foi a coisa errada a dizer. Cobi se vira para ele tão rápido que todos recuam.

"Você acabou de dizer minha namoradinha? Foi isso que eu ouvi, treinador?"

"Jacobi, filho, acalme-se." Seu pai tenta argumentar com ele.

"Dane-se isso pai. Você deixaria alguém menosprezar o lugar da mãe na sua vida?"

"Não, filho, não posso dizer que deixaria."

"Foi o que eu pensei. Então, vamos deixar uma coisa clara, eu não dou a mínima para esse jogo. Ou eu entro naquela ambulância com ela, ou eu arranco essa porra dessa camisa e nunca mais piso naquele campo. Você entendeu?"

Seu treinador joga as mãos para cima e para trás. Ele pula na ambulância comigo e as portas se fecham.

O caminho inteiro até o hospital é tranquilo e tenso. Eu sei que ele está chateado comigo, e não posso culpá-lo. Agora estamos no quarto do hospital, uma espécie de cinta está enrolada na minha barriga, a enfermeira diz que está monitorando os batimentos cardíacos do bebê, eu estendo minha mão e agarro a dele.

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