Capítulo 1

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O Rugir da Escuridão

As ruas de asfalto brilhavam sob a chuva, como um palco preparado para um espetáculo sombrio. As luzes dos postes piscavam intermitentemente, revelando pedaços do cenário caótico de uma cidade que parecia respirar perigo. A madrugada carregava o peso do silêncio, interrompido apenas pelo som de um motor ao longo.

Maya segurava firme o volante de seu Dodge Charger preto, os dedos tremendo entre a tensão e a adrenalina. Seus olhos, intensos como o brilho de uma lâmina sob a luz, miravam o retrovisor. Eles estavam vindo. Sempre vinham. A perseguição era sua rotina, sua maldição.

Ela abriu o acelerador. O ronco do motor cortou de madrugada, ecoando pelos becos e avenidas desertas. Seu coração batia em sincronia com o rugido da máquina, enquanto ela traçava um caminho traçado pelos labirintos da cidade.

Mas dessa vez, não era só ela. No banco do carona, Damian, com sua jaqueta de couro gasta e um olhar que misturava mistério e arrogância, tentava manter a calma. Ele era o tipo de homem que não se abria, mas seu silêncio gritava histórias de um passado tão escuro quanto as sombras que os perseguiam.

— Eles não vão parar até conseguirem o que querem, Maya — disse ele, a voz rouca, contendo de uma estranha mistura de ameaça e encanto.

— E eu não vou parar até provar que não podem me pegar — respondeu ela, os lábios se curvando em um sorriso amargo. Havia algo perigoso naquele sorriso. Algo que dizia que ela preferia morrer do que ser capturada.

No horizonte, os faróis dos carros dos perseguidores surgiram como olhos predadores. Eles não estavam apenas atrás de Maya. Estavam atrás do segredo que ela e Damian carregavam. Um segredo escondido nas portas-luvas do Charger, protegido por um código que ninguém deveria desvendar.

— Então, qual é o plano? — disse Damian, a tranquilidade tranquila escondendo um traço de inquietação.

– Simples. Vencer ou morrer tentando.

Ela virou o volante, levando o carro a derrapar violentamente em uma curva fechada. O som dos pneus gritando contra o asfalto era como um aviso para aqueles que ousassem segui-los. No entanto, os perseguidores eram tão determinados quanto insanos.

E então, veio a chuva de balas. As janelas laterais estilhaçaram-se enquanto Maya inclinava o carro, desviando como se dançasse entre a vida e a morte. Damian deixou uma pistola do coldre presa à cintura e começou a revidar, disparando contra as luzes cegantes que os seguiam.

— Isso é o melhor que tem? — falou ele, um sorriso sombrio brotando no rosto.

— Se você acha que isso é intenso, espera até a gente chegar no próximo nível — respondeu Maya, enquanto engatava a marcha e arrancava com força, ultrapassando os limites do possível.

A estrada à frente era uma linha tênue entre a liberdade e o abismo. E para Maya e Damian, cada milha era uma escolha entre enfrentar o passado ou ser consumida por ele. O destino, como o rugir de um motor, parecia sussurrar que o pior ainda estava por vir.

E no fundo, eles sabiam: ninguém sai ileso de uma corrida contra as trevas.

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Espero que gostem 💗

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Um beijão!!🏁🏁

Acelerando nas Sobras - Bianca Hansen Onde histórias criam vida. Descubra agora