"𝐀𝐬 𝐚́𝐠𝐮𝐚𝐬 𝐝𝐨 𝐂𝐚𝐨𝐬".

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Na vastidão de um cosmos silencioso, onde o tempo era apenas uma ideia e o caos reinava supremo, havia Tehom — a encarnação da desordem primordial. Muito antes de anjos e demônios, antes mesmo da primeira luz, Tehom era o tudo e o nada. Aprisionado nas profundezas do abismo, seu poder foi selado por forças incompreensíveis, mas sua vontade nunca foi destruída.

E então, após eras de esquecimento, algo mudou.

Na Igreja de Judas, Padre Blackwood folheava um tomo que pulsava com uma energia antiga. As páginas pareciam vivas, como se sussurrassem segredos em línguas esquecidas. Ele encontrara o livro nos escombros de um templo perdido — um presente, pensava ele, dos próprios deuses. Blackwood não sabia que o que tinha em mãos era mais perigoso do que qualquer pacto que já fizera.

Ele leu os encantamentos em voz alta, sem hesitar, como sempre fazia. Mas desta vez, as palavras não apenas ecoaram no ar — elas rasgaram o véu entre os mundos. Um vento gélido invadiu o santuário, apagando todas as velas. A escuridão tomou conta, e por um breve momento, o silêncio foi absoluto.

Até que veio o som. Um sussurro. Não uma voz humana, mas algo vasto, infinito.

"Libere-me."

O chão sob Blackwood tremeu, rachando em padrões que pareciam sigilos. Ele caiu de joelhos, suando frio, enquanto uma imagem se formava em sua mente: um oceano interminável, onde ondas negras devoravam estrelas. Ele deveria ter fugido, mas sua ambição o cegava. "Eu posso ser o arauto", ele murmurou, aceitando o pacto que nem entendia.

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Sabrina Spellman e os Sonhos

Na Mansão Spellman, Sabrina estava inquieta. Nos últimos dias, seus sonhos vinham carregados de imagens perturbadoras. Ela se via presa em um oceano escuro, incapaz de respirar, enquanto mãos invisíveis a puxavam para as profundezas. Sempre terminava com a mesma visão: dois olhos brilhantes, um vermelho como sangue, outro violeta como o crepúsculo, encarando-a das sombras.

Naquela manhã, enquanto tomava café na cozinha com Ambrose, ela decidiu compartilhar:

“Você já ouviu falar de um lugar chamado… Tehom?”

Ambrose, normalmente calmo e sarcástico, deixou a xícara cair. O som do impacto ecoou pela cozinha.

“De onde você tirou esse nome?”

ele perguntou, a voz mais séria do que nunca.

Sabrina estreitou os olhos. “Então você sabe algo.”

Ambrose suspirou, correndo uma mão pelos cabelos. “Tehom não é um lugar, Sabrina. É um ser. Uma entidade tão antiga que faz Lúcifer parecer um recém-nascido. Está aprisionada nas profundezas do caos. Pelo menos, é o que dizem os textos mais antigos.”

“E se eu te dissesse que sinto que isso está... acordando?”

Antes que Ambrose pudesse responder, o som de uma batida pesada na porta ecoou pela casa. Zelda atendeu, apenas para ser confrontada com uma figura imponente. Era uma mulher com cabelos platinados, olhos dourados que pareciam irradiar luz, e uma armadura brilhante que parecia algo entre o celestial e o moderno.

“Eu sou Caelos, Arcanjo do Céu,” ela declarou, com uma voz firme. “E estou aqui porque algo terrível está prestes a acontecer.”

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O Chamado do Céu

Caelos explicou que havia sentido a rachadura no véu do universo, um sinal claro de que algo ou alguém estava mexendo com forças proibidas. Ela foi enviada pelo Céu não apenas para investigar, mas para deter a ameaça a qualquer custo.

Sabrina, ainda irritada com o tom autoritário da recém-chegada, cruzou os braços. “E o que isso tem a ver comigo?”

Caelos a encarou, sua expressão tão dura quanto pedra. “Tudo. Você é a filha do Inferno e herdeira da magia sombria. Se Tehom retornar, você estará na linha de frente dessa guerra — queira ou não.”

As palavras pairaram no ar, enquanto Sabrina sentia o peso de sua responsabilidade. Antes que pudesse responder, o som de uma explosão veio de longe. Caelos sacou sua espada, cuja lâmina brilhava como mil sóis. “Está começando,” ela disse.

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O Primeiro Encontro com o Caos

Ao chegarem ao local da explosão, descobriram que o Padre Blackwood havia sido possuído por uma força que nem mesmo Sabrina conseguia identificar. Seus olhos brilhavam em um tom púrpura intenso, e sua voz reverberava como mil ecos ao dizer:

“Eu sou a voz das profundezas. Eu sou Tehom.”

Sabrina e Caelos se prepararam para lutar. Caelos, com sua disciplina e poder celestial, invocou um escudo de luz. Sabrina, com sua magia criativa, conjurou correntes infernais para conter o inimigo. Mas nada parecia deter Blackwood, que agora era um avatar de algo muito maior.

“Vocês não entendem,” ele disse, rindo. “Isto é apenas o começo.”

Com um gesto, ele criou uma fenda no chão, de onde começaram a emergir criaturas feitas de sombra líquida — servos de Tehom. Caelos gritou: “Sabrina, segure-os! Eu cuidarei dele!”

Enquanto a luta continuava, Sabrina sentiu algo puxando-a mentalmente. Uma voz — não de Miguel, nem de Blackwood, mas de Tehom em sua forma verdadeira — sussurrou em sua mente:

"Você não pode me deter, criança. Você pertence a mim."

Ela gritou, tentando afastar a voz, mas sabia que aquilo era apenas o começo de algo muito maior.

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Fim do Capítulo 1

−Capítulo pequeno só pra introdução

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−Capítulo pequeno só pra introdução. Espero que gostem. Deixe o seu feedback e curta. Até mais.

"A Arcanja −A Protetora Relutante" (Sabrina Spellman/You) Onde histórias criam vida. Descubra agora