"Quando forças celestiais começam a ameaçar o equilíbrio entre o Céu e a Terra, Sabrina Spellman se vê envolvida em uma missão improvável com um ser Celestial.
Uma versão feminina do Arcanjo Miguel, disciplinada e inflexível. Vê Sabrina como uma am...
O ar estava pesado, quase tangível, e Sabrina mal conseguia respirar. Sua mente estava em chamas, como se estivesse sendo dilacerada por mil agulhas, todas apontando para um único ponto — o caos. Tehom ainda sussurrava em seus ouvidos, suas palavras impregnadas com uma escuridão tão profunda que parecia corroer sua alma.
A luz dourada ao seu redor, criada por Caelos, piscava como uma vela prestes a se apagar. Ela estava lá, tentando mantê-la segura, mas ela podia sentir que a barreira estava se enfraquecendo. O poder de Tehom era imenso, muito maior do que qualquer um imaginava. Mesmo os arcanjos, seres de poder quase incompreensível, tinham seus limites. E Sabrina... Sabrina estava no centro dessa guerra, entre a luz e a escuridão, o céu e o inferno.
"Você não pode escapar, Sabrina. Eu sou o caos, e o caos não tem fim," a voz de Tehom continuava, agora mais forte, mais penetrante. Era como se ele estivesse dentro de sua pele, em cada célula, em cada pensamento.
Ela sentia sua identidade sendo sugada, lentamente, como se fosse uma marionete, e Tehom, as cordas. Cada vez que tentava se afirmar, ele puxava, e ela afundava mais fundo em sua própria mente. Ele estava transformando suas lembranças em uma névoa densa, distorcendo o que era real. Ela via flashes de sua infância, momentos felizes com sua tia Hilda e Zelda, mas esses momentos estavam se tornando distorcidos, sombrios, como se fossem uma mentira.
"Você... não... pode... me ter..." Sabrina murmurou, suas palavras saindo entrecortadas. A dor estava se tornando insuportável, e ela sabia que, se não resistisse, seria consumida pela escuridão.
Caelos estava de joelhos ao lado dela, suas mãos brilhando com uma luz celestial enquanto ela tentava, desesperadamente, reforçar a barreira. Sua expressão era de preocupação, mas também de determinação. Ela sabia o que Tehom queria. Sabia que, se Sabrina não se libertasse, ela a perderia para sempre.
"Sabrina, ouça-me," ela disse, a voz firme. "Você é mais do que esse caos. Você é filha do Céu e do Inferno, uma força que transcende tudo. Não deixe que ele controle sua mente, não deixe que ele apague quem você é."
Aquela frase, tão simples e direta, foi o que finalmente fez Sabrina despertar um pouco. O brilho dourado ao redor dela parecia intensificar-se, como se estivesse lutando contra a escuridão interna. Ela fechou os olhos e tentou focar nas palavras de Caelos, tentando lembrar quem ela realmente era.
A batalha dentro de si estava longe de ser vencida. Cada pensamento seu parecia ser invadido por uma maré de desespero e medo. Mas, no fundo, algo dentro dela se acendeu. Algo que Tehom não poderia destruir. Sua humanidade, sua essência, o que a tornava quem ela era.
"Você não vai me controlar," Sabrina sussurrou, seus olhos agora brilhando com uma intensidade perigosa. "Eu sou Sabrina Spellman. E não importa o quanto você tente, eu nunca vou me curvar ao caos."
Foi como se as palavras fossem um feitiço em si mesmas. A energia ao seu redor começou a mudar, a luz dourada de Caelos se intensificando, enquanto a escuridão que cercava Sabrina começou a recuar, mesmo que lentamente. Mas Tehom não ia desistir tão facilmente. Ele era paciente. Ele sabia que o momento certo chegaria.
"Você acha que pode resistir? Você acha que pode me vencer, criança?" Tehom rosnou, a voz agora mais distorcida, mais monstruosa. "Eu sou eterno. Eu sou a verdade por trás da mentira. Você não é nada diante de mim."
Mas Sabrina não recuou. Ela sentia o calor da batalha, o peso da sua linhagem, como um fardo que agora se tornava sua força. Ela não estava mais apenas lutando contra Tehom. Ela estava lutando contra si mesma, contra a dúvida e o medo que ele plantara em sua mente.
A luz dourada de Caelos envolveu-a completamente, e, por um momento, a escuridão pareceu se dissipar, como se ela tivesse conseguido romper o controle de Tehom. Ele estava enfraquecendo, mas a luta não havia terminado. Ele ainda estava lá, nas sombras de sua mente, esperando pela próxima oportunidade.
Sabrina olhou para Caelos, seus olhos brilhando com uma força renovada. "Eu não vou deixar ele me vencer," ela disse, sua voz firme, mas carregada de um peso silencioso. Ela sabia que, por mais que tivesse resistido, a batalha estava longe de acabar. Tehom ainda estava à espreita, pronto para atacar quando ela fosse mais vulnerável.
Caelos a observou, sua expressão se suavizando. "Você está mais forte do que pensa, Sabrina. Mas não podemos baixar a guarda. O que enfrentamos agora é algo que vai muito além de nós. Tehom... ele não vai desistir."
O ar ainda estava denso, carregado de tensão. Sabrina sabia que a vitória naquele momento não significava a vitória final. Tehom era apenas uma parte de algo muito maior, e sua presença ainda pairava sobre eles, como uma tempestade prestes a eclodir.
Mas, por agora, Sabrina tinha resistido. E isso, por mais que fosse pequeno, era o suficiente.
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Enquanto a luta interna de Sabrina continuava, Tehom observava em silêncio. Ele sabia que, embora a batalha tivesse sido adiada, o fim estava próximo. Ele tinha semeado a dúvida, a insegurança. E uma mente dividida era o terreno perfeito para o caos.
Agora, ele apenas aguardava o momento certo para tomar o que era dele.
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