Hey Trouble

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6 de Fevereiro de 2024, 01:56.

ㅤㅤㅤㅤㅤA madrugada estava fria e quieta, podia-se escutar até mesmo quando um interruptor era aceso. O galpão abandonado exalava um cheiro inconfundível de ferrugem, era o local perfeito, com um tanque de água gelada no centro do local, era iluminado por uma única lanterna pendurada. O ambiente era como uma pintura macabra cuidadosamente composta. Tudo estava perfeitamente posicionado, talvez até melhor do que ele pretendia.

ㅤㅤㅤㅤㅤA vítima, um empresário com a ficha suja por fraudes e extorsões, estava amarrada e jogada no chão, completamente desacordada. O Corvo observava o homem com uma calma quase meditativa, ponderando entre o acordar ou apenas jogá-lo no tanque desacordado. Optou pela primeira opção: acordá-lo.

ㅤㅤㅤㅤㅤSeu sorriso por baixo da máscara era evidente, pegou um peso e o prendeu no tornozelo do homem.

— Parece até alguém decente... — ele murmurou enquanto se afastava e observava alguns medicamentos na mesa. Tantas possibilidades para acordá-lo — Foi pouco clorofórmio, então talvez... — pegou um frasco com amônia e se aproximou do corpo, se agachando ao lado. — Hora de acordar. — disse, e abriu o frasco próximo às vias respiratórias da vítima, deixando poucos segundos, o suficiente para que os olhos fossem abertos e ele despertasse com uma tosse forte. 

— O... q-quê? — o empresário arregalou os olhos ainda atordoado, uma hora estava entrando no carro a caminho de sua casa e no instante seguinte estava amarrado em um chão sujo.

— Sabia que eu sempre quis testar como seria um afogamento? Estudar o modo que a água é aspirada gradualmente para dentro de seus pulmões... — comentou enquanto se levantava e colocava o frasco de amônia no local de antes — Como começa a destruir suas células ao invadir sua corrente sanguínea. — se aproximou do homem e agarrou os fios de cabelo — Fico feliz por ter encontrado uma cobaia.

6 de Fevereiro de 2024, 18:26.

ㅤㅤㅤㅤㅤO som das sirenes cortava a noite silenciosa, ecoando pela vastidão do galpão abandonado. O ar parecia mais pesado, carregado com um cheiro metálico que ninguém podia ignorar. Quando os especialistas chegaram, a cena parecia surreal, como se um artista insano tivesse se dedicado a criar uma obra macabra para os amantes de terror.

ㅤㅤㅤㅤㅤNo centro do galpão, o tanque de água, iluminado pela lanterna que balançava suavemente com a brisa, lançando sombras irregulares nas paredes manchadas. O corpo da vítima estava parcialmente submerso, pendurado pelas omoplatas e decapitado, a cabeça pálida em uma bandeja na borda enquanto os olhos abertos e sem vida pareciam os observar, congelados em um misto de pavor e resignação. Um peso estava amarrado ao tornozelo, mantendo os membros inferiores no fundo do tanque.

ㅤㅤㅤㅤㅤO detetive Galpin foi o primeiro a entrar, seguido por Addams e Sinclair. O homem parecia cansado, mas sua expressão endureceu ao ver o corpo no tanque. Ele murmurou algo ininteligível enquanto colocava um par de luvas.

— Que... elaborado. — Wednesday murmurou quase como se estivesse admirando a cena. Os olhos escuros percorriam cada detalhe, absorvendo a cena mórbida à sua frente.

ㅤㅤㅤㅤㅤEnid, no entanto, sentiu o estômago embrulhar. Por mais que estivesse acompanhando as obras do Corvo desde o início, havia algo naquela cena que a deixava atordoada, talvez fosse o odor dos produtos químicos misturados com a maresia que parecia vir do tanque. Tentando afastar o desconforto, aproximou-se do tanque, tomando cuidado para não contaminar a cena.

— Ele planeja tudo mesmo, hein? — a loira disse com uma pitada de humor, a voz hesitante.
Ele não deixa nada ao acaso. Parece querer prender nossa atenção. — a morena lançou-lhe um olhar breve, avaliando a perita de forma silenciosa.

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⏰ Última atualização: Nov 17 ⏰

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Beautiful Crime - WenclairOnde histórias criam vida. Descubra agora