Rafe - Enem

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O sol batia forte naquela manhã de domingo. Eu e meus amigos já estávamos no ônibus, a caminho da escola onde a gente ia fazer o primeiro dia do enem. O clima dentro do ônibus era de tensão misturada com risadas nervosas. Kaic, meu amigo de longa data, tava mais ansioso que o normal, e eu até tentava aliviar a tensão com umas piadinhas, mas era difícil. Todo mundo sabia o quanto essa prova era importante.

Chegamos lá umas 11 horas, com bastante tempo antes dos portões abrirem. A escola tinha liberado o transporte porque o local da prova ficava longe pra gente. Quando a gente desceu do ônibus, o calor já tava de lascar, e eu sabia que aquele ia ser um longo dia.

Kaic:
— Eita, mulher, só tá começando e já tô derretendo aqui. Como é que eu vou conseguir pensar com esse sol?

Eu ri, ajeitando a mochila nas costas.

SN:
— Rapaz, nem fale. O pior é que o calor só vai aumentar. A gente que lute, né?

A gente caminhou em direção à entrada da escola, onde já tinha uma galera esperando. Enquanto eu olhava em volta, tentando me distrair da ansiedade, foi aí que eu o vi. Um menino lindo. Alto, com os cabelos loiros bagunçados de um jeito natural, tipo quem nem tenta arrumar, mas tá sempre perfeito. Ele tava encostado na parede, mexendo no celular, de boa.

SN (sussurrando pra Kaic):
— Eita, Kaic, olha ali... aquele menino ali, ó. Que coisa mais linda!

Kaic olhou discretamente na direção que eu tava apontando e levantou uma sobrancelha.

Kaic:
— Ah, é bonitinho mesmo, mas não faz meu tipo não. Agora o teu, hein... Acho que tu vai fazer essa prova pensando só nele.

Eu ri, meio sem jeito, mas não conseguia tirar os olhos dele. O pior é que Kaic tava certo. Mesmo sem nem saber o nome do cara, ele já tinha mexido comigo de um jeito que eu não esperava. Quando deu meio-dia, a galera começou a se organizar pra entrar, e eu ainda tava com aquele rosto na cabeça.

Dentro da escola, a tensão aumentou. A gente foi se espalhando pelas salas, e eu acabei ficando numa sala lá no fundo do corredor. Me sentei, me ajeitando pra esperar o início da prova. Tava tudo tranquilo até que o menino do portão entrou na sala. Quase tive um treco quando percebi que ele ia fazer a prova na mesma sala que eu.

Ele passou por mim sem me notar, foi direto pra um lugar no fundo da sala. Eu fingi que tava concentrada nas minhas coisas, mas era difícil não espiar de vez em quando. Quando os fiscais começaram a chamar os nomes, meu coração quase saiu pela boca quando ouvi o nome dele:

Fiscais:
— Rafe Cameron!

Ele levantou a mão, meio distraído, enquanto o fiscal confirmava a presença. "Rafe..." Agora eu tinha um nome pra aquele rosto. Mas o clima de prova logo tomou conta de tudo, e a partir dali não teve mais espaço pra distrações. Foi cada um por si e Deus por todos.

Quando a prova terminou, umas seis e meia, eu saí da sala com a cabeça a mil, mas mesmo assim ainda consegui esbarrar no Rafe de novo. Literalmente. A gente tava saindo do portão ao mesmo tempo, e eu meio distraída com os pensamentos bati o ombro nele.

SN:
— Ah, desculpa!

Ele sorriu, meio sem jeito, e deu de ombros.

Rafe:
— Tranquilo, acontece.

E foi só isso. Cada um seguiu seu caminho, e eu fiquei com aquela breve troca de palavras ecoando na minha cabeça pelo resto do dia.

Durante a semana, parecia que minha cabeça só sabia pensar no tal Rafe Cameron. Eu nem sabia o que tinha me prendido tanto nele, mas a verdade era que eu simplesmente não conseguia parar de pensar naquele sorriso de canto, na tranquilidade dele... sei lá, tinha alguma coisa.

Chegou o segundo dia de prova, e lá estávamos nós de novo, eu e Kaic, prontos pra encarar a maratona final. Quando eu entrei na sala e vi Rafe de novo, dessa vez eu senti uma pequena onda de coragem me invadir. A prova foi mais tranquila, e quando acabou, saímos todos daquele sufoco aliviados. Só que, dessa vez, foi ele que veio falar comigo.

Ele me alcançou enquanto eu tava já do lado de fora, conversando com Kaic.

Rafe:
— Ei, espera aí...

Eu virei, surpresa, e ele tava lá, com aquele mesmo sorrisinho de canto.

Rafe:
— Desculpa te interromper, mas... será que posso pegar teu Instagram?

Eu mal acreditei que ele tava ali, pedindo meu contato daquele jeito tão direto. Sorri de volta, meio nervosa, mas claro que passei.

SN:
— Claro... é sn_teles. Me segue lá que eu te aceito.

Ele acenou, satisfeito, e deu uma piscadinha antes de se afastar.

Rafe:
— Pode deixar.

Kaic, que tava assistindo a tudo de perto, não se aguentou.

Kaic:
— Rapaz... e não é que tu tava certa sobre ele? Agora sim tu vai passar o resto da semana pensando nele, de novo.

Eu ri, balançando a cabeça, sem nem tentar esconder o quanto aquilo tinha mexido comigo.

SN:
— E tu achava que eu tava exagerando, né?

E assim a semana seguiu, com aquele gostinho de novidade. Quem diria que uma prova tão séria poderia me trazer uma distração tão boa? Mal podia esperar pelo que viria depois.

 Quem diria que uma prova tão séria poderia me trazer uma distração tão boa? Mal podia esperar pelo que viria depois

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Oi, gente! Queria compartilhar uma coisinha aqui. Às vezes vocês vão perceber que minha escrita vai mudando, e é porque eu tô sempre tentando me adaptar e melhorar, buscando algo novo. Acho que isso faz parte do meu processo como escritora, então não estranhem essas mudanças! Espero que vocês curtam as histórias tanto quanto eu gosto de escrevê-las. Ah, e essa história aqui tem um toque pessoal, sabe? Foi inspirada em algo que aconteceu comigo, não exatamente igual, mas foi uma experiência que me marcou. Obrigada por estarem aqui e por lerem! 💛

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⏰ Última atualização: Nov 17 ⏰

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