Capítulo 3

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Estou a pensar em colocar a Meena e a Aoom na história tbm mais pra a frente o que acham?

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O escritório de Engfa estava silencioso exceto pelo suave tilintar da colher contra a porcelana enquanto ela mexia seu café. A luz do entardecer pintava sombras alongadas através das janelas panorâmicas, mas seus pensamentos estavam focados nos relatórios à sua frente. O perfume de jasmim flutuava pelo ar, misturando-se com o aroma amargo do café especial que ela importava diretamente do Vietnam - mais um dos muitos luxos que seu império proporcionava.

"Os números do casino em Macau estão abaixo do esperado", Heidi comentou, sua voz calma mas preocupada enquanto deslizava mais um documento sobre a mesa de mogno polido. "E há rumores de que a polícia local está investigando nossas operações no porto. As últimas três remessas tiveram que ser redirecionadas, causando atrasos significativos."

Engfa ergueu os olhos dos documentos, seu rosto uma máscara de indiferença calculada. Os anos de experiência no submundo de Bangkok haviam lhe ensinado que demonstrar emoção era um luxo que ela não podia se permitir. "Rumores são como veneno, Heidi. Lentos, mas letais se não tratados adequadamente." Ela tomou um gole de café antes de continuar, saboreando o amargor familiar que a mantinha alerta durante suas longas noites de trabalho. "Quem está falando?"

"Wong Min", Heidi respondeu, seu profissionalismo habitual tingido com uma nota de desgosto. Seus dedos longos e elegantes ajustaram nervosamente a pasta que segurava - um tique que apenas Engfa, após anos de convivência, seria capaz de notar. "Aparentemente, ele tem alimentado informações para as autoridades há meses. Nossos contactos na polícia confirmaram que ele fez três visitas à delegacia central na última semana."

Um silêncio pesado preencheu a sala enquanto Engfa absorvia a informação. Wong Min havia sido um associado confiável por anos, gerenciando parte significativa das operações em Macau. Sua traição não era apenas um insulto - era uma ameaça direta ao império que ela construíra tão meticulosamente. Cada peça de seu domínio havia sido posicionada com precisão cirúrgica, e uma única pedra fora do lugar poderia causar um efeito dominó devastador.

"Entre em contato com Sun", Engfa disse finalmente, sua voz fria como gelo do Ártico. "Diga-lhe para cuidar do problema. Sem rastros. E certifique-se de que a família de Wong Min seja... adequadamente compensada por sua perda iminente. Afinal, negócios são negócios, mas não somos bárbaros."

Heidi assentiu, já pegando seu telefone. Após tantos anos trabalhando junto a Engfa, ela conhecia o verdadeiro significado por trás de cada palavra cuidadosamente escolhida de sua chefe. Não haveria segunda chance para Wong Min, mas sua família seria poupada - uma demonstração calculada de misericórdia que serviria para fortalecer ainda mais a reputação de Engfa como uma líder que podia ser tanto implacável quanto magnânima quando a situação exigia.

Enquanto Heidi fazia a ligação em voz baixa, Engfa voltou sua atenção para a cidade que se estendia além das janelas de seu escritório. Bangkok pulsava com vida lá embaixo, uma mistura hipnotizante de luzes, sons e movimento perpétuo. Era seu reino não oficial, um império construído nas sombras, mas não menos real por isso. Cada rua, cada beco, cada estabelecimento pagava tributo de uma forma ou de outra - alguns com dinheiro, outros com informação, todos com lealdade forçada pelo medo ou respeito.

"Sun está a caminho de Macau", Heidi informou, guardando o telefone. "Ele disse que terá o assunto resolvido antes do amanhecer."

Engfa permitiu-se um pequeno sorriso. Sun nunca a desapontava - era uma das razões pelas quais ele havia se tornado seu executor mais confiável. "Excelente. E quanto à nossa... convidada?"

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