Capítulo 4

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Charlotte Austin ajustou a alça do relógio Cartier em seu pulso pela décima vez naquele dia - um tique nervoso que havia desenvolvido nas últimas 72 horas de cativeiro. O quarto onde estava confinada, embora luxuoso como uma suíte de hotel cinco estrelas, não deixava de ser uma prisão. As janelas ofereciam uma vista deslumbrante dos jardins meticulosamente cuidados, mas eram à prova de balas e seladas. A cama king-size com lençóis de seda egípcia não conseguia mascarar o som dos guardas se revezando do lado de fora de sua porta.

"Bom dia, Senhorita Austin", a voz suave da empregada tailandesa interrompeu seus pensamentos. "Trouxe seu café da manhã."

Charlotte observou a jovem - Mai, ela havia se apresentado no primeiro dia - colocar a bandeja sobre a pequena mesa próxima à janela. O aroma de café fresco e croissants recém-assados preencheu o ambiente.

"Obrigada, Mai", ela respondeu, mantendo sua voz educadamente neutra. Desde o primeiro dia, havia decidido tratar a equipe com cordialidade. Não apenas porque era sua natureza, mas porque informação era poder, e pessoas tendem a falar mais com quem as trata bem. "As flores no jardim são realmente lindas hoje."

Mai sorriu timidamente enquanto arrumava os pratos. "Sim, senhora. A Senhorita Waraha pessoalmente supervisiona o jardim. As orquídeas são sua especialidade."

Claro que são, Charlotte pensou. Belas, exóticas e potencialmente venenosas - combina com ela.

Após Mai sair, Charlotte pegou o caderno que havia solicitado e começou suas anotações do dia:

Notas:
7:00 - Troca de guardas (2 homens, uniformes pretos, armados)
7:15 - Café da manhã servido por Mai
7:30 - Jardineiro começa trabalho no setor leste

Nota importante: Padrão de segurança mais intenso nas primeiras horas da manhã. Câmera no corredor tem ponto cego próximo à escada de serviço.

Entre as anotações técnicas, ela não conseguiu evitar adicionar: E.W. chegou às 8:15. Tailleur Chanel preto, saltos Louboutin. Parou no jardim por 10 minutos para inspecionar as orquídeas.

"Você está ficando obsessiva, Charlotte", murmurou para si mesma, fechando o caderno com mais força que o necessário. Mas era difícil não observar Engfa. Havia algo magnético em sua presença, mesmo vista à distância através da janela.

A manhã se arrastou lentamente. Charlotte alternava entre fazer anotações, ler os livros que haviam providenciado (uma coleção impressionante de clássicos em inglês, francês e mandarim), e observar a movimentação nos jardins. Por volta das 11 horas, ela viu quando um carro preto chegou e Heidi, a assistente perpetuamente eficiente de Engfa, desceu carregando pastas.

Reunião importante, Charlotte deduziu. Engfa nunca recebe pessoas tão cedo a menos que seja urgente.

Às 12:30, quando trouxeram o almoço, ela recusou educadamente.

"A Senhorita não está se sentindo bem?", Mai perguntou, genuinamente preocupada.

"Só não estou com fome", Charlotte respondeu, forçando um sorriso. "Mas adoraria um chá mais tarde, se possível."

Quando Mai saiu, Charlotte voltou à janela. De seu ponto de observação, podia ver parte do escritório de Engfa no andar superior. A luz do entardecer começava a criar sombras interessantes, e por um momento ela se permitiu imaginar como seria estar lá dentro - não como prisioneira, mas como...

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⏰ Última atualização: 6 days ago ⏰

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