Two - Imprinting

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"Os outros eu conheci por ócio acaso, a ti vim encontrar porque era preciso."

- G.R


Diana Miller - Dias atuais


O som do carro tocava uma melodia relaxante no piano, combinando perfeitamente com o clima chuvoso que estava fora do carro, dirijo atentamente enquanto como as batatinhas que tinha comprado na última lanchonete que parei, já estavam frias, mas eu estava com fome outra vez. Eu gostava muito de pegar a estrada, desde que tirei minha carteira aos dezesseis anos sempre tentava ir aos finais de semana em alguma cidade vizinha a Washington, essa claro está sendo até agora a viagem mais longa que já fiz, observo atenta a placa de boas vindas de Forks passar rapidamente por mim, animada por estar finalmente voltando para casa tanto tempo depois de partir, a cidade de Forks ainda parecia a mesma para mim, talvez um pouco menos esquecida no mapa, não tinha a intenção de ficar nela, estava indo para a reserva, a minha avó não morava mais lá desde que tinha se casado de novo com um cara que morava na cidade, a casa estava fechada a quatro anos e segundo minha avó eu não precisava me preocupar com nada, a casa estava livre e eu queria voltar pra cá, pareceu a jogada perfeita, sigo na estrada até a entrada conhecida que levava a reserva, observo o verde da floresta fechada aos poucos sendo substituídos pelas pequenas casas e lojas da reserva Quileute, dirijo até a frente da casa da minha avó e desligo o carro, encaro a casa de tamanho médio com uma varanda em volta dela, a pintura azul estava descascada e a entrada estava cheia de folhas secas e uma quantidade consideravél de musgo, meu coração acelera no peito, minha respiração fica forte enquanto encaro a casa da minha infancia, voltar para cá foi tudo que eu mais sonhei nos últimos dez anos e o que parecia impossível agora estava diante dos meus olhos, pego minha bolsa e desço do carro travando o mesmo e seguindo em direção a casa, maravilhada, toco a madeira do pequeno corrimão de entrada, está úmida pela recente chuva que caiu, pisco os olhos para afastar as lágrimas bobas, subindo devagar até estar de frente para a porta de madeira escura, busco a chave dentro da minha bolsa e a coloco na fechadura, rodo duas vezes e escuto o click mostrando que está destrancada, respirando fundo empurro a porta gentilmente mas ela não se move, tento mais uma vez e nada, franzindo o rosto tento mais umas duas vezes com mais força e a porta nem mesmo range. Jura vovó? a senhora tinha me dito que tinha vindo a pouco tempo na casa e ela estava ótima, o destino estava zombando de mim só podia ser isso, um castigo por eu ter ido embora e agora nem mesmo a casa me quer de volta!

- Você vai me desculpar querida, mas eu vou entrar nem que seja esmurrando você. - Resmungando para porta tomo impulso e torno a empurrar a madeira que nem se mexe, indignada um grito frustrado deixa os meus lábios. - Coopera comigo pelo amor de Deus! - Ah pronto! agora eu tinha perdido o juízo mesmo, discutindo com uma porta, empurro novamente e nada, puta eu me afasto, vou chutar essa merda, a probabilidade de não dar em nada além de um tornozelo torcido é grande, mas as aulas que fiz de judô não foram todas atoa né? pelo menos uma porta eu devo saber chutar direito, calculo minha rota de chute como acho que deve ser e ensaio uma vez, juntando coragem eu levanto a perna novamente pronta para descontar toda minha raiva na porta e a chuto em um golpe seco, a madeira finalmente cede e a porta abre com violência batendo na parede interna do hall.

- Isso! Finalmente! - Um grito satisfeito me escapa e eu faço uma dancinha da vitória enquanto levanto os braços e dou voltinhas animadas, quando me recomponho eu observo o interior da casa, o cheiro de mofo me acerta em cheio, franzindo o nariz eu avanço na penumbra, a casa tinha poucos móveis faltando pelo que minha avó tinha dito, animada eu vou até cada uma das janelas e portas e as abro trazendo luz para os cômodos e um frescor no cheiro de velho, observo bem a minha volta, a casa precisava de uma boa limpeza, uma mão de tinta, itens de decoração e alguns móveis, nada que eu não conseguisse resolver sozinha, pego dentro da minha bolsa um bloco de notas e caneta e anoto tudo que vou precisar comprar na cidade para não correr o risco de esquecer nada, passava um pouco das nove da manhã então hoje eu ainda ia conseguir agir bastante coisa, anoto itens de limpeza e checo para ver ser a geladeira está funcionando e me surpreendo quando ela liga sem nenhum problema, testo o fogão e ele também parece funcionar, mais tranquila com os itens mais caros da cozinha funcionando eu saio da casa trancando a porta e caminho até meu carro.

Maktub | SAM ULEYOnde histórias criam vida. Descubra agora