capítulo quatro: fumaça no teto

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A maioria dos professores não sobreviviam ao ano letivo.

Como poderiam? Eles estavam na linha de frente, cara a cara com os adolescentes mais intocáveis do mundo inteiro. Era possível contar nos dedos quem realmente era decente e tinha uma boa educação - não aquela treinada que vinha de mensalidades milionárias desde a infância, o que faltava ali era a verdadeira educação, a realmente genuína e de personalidade empática.

Uma raridade entre as paredes de La Brede.

Por muito tempo, ser um professor no Instituto significava passar por uma rede de humilhações, desdém e atitudes arrogantes que nunca seriam corrigidas. Aqueles adolescentes tinham o mundo em suas mãos e não seriam quatro anos de estudos que mudariam algo que aprenderam no próprio parto.

Vanessa Coleman um dia resolveu inverter os papéis.

Em um instante, ser educado se tornou uma corrida na qual ninguém queria ficar de fora. Vanessa deu poder aos professores, um que a maioria deles nem sabia sequer como utilizar da forma correta.

Eles podiam decidir quem seria o primeiro lugar.

A escolha de Jace Velmont foi unânime. Ele tinha boas notas, era dedicado e inteligente. Prestava atenção em todas as aulas e às vezes conseguia usar a própria voz para debates esclarecedores. Tinha a polidez necessária para que não fosse arrogante com nenhum funcionário, mas também, não era nenhum puxa-saco. Sua família tinha um nome forte, altamente carismática entre a bolha. A habilidade de Regeneração não parecia ter nenhum concorrente à altura e no fim, era inegável como ter um poder que a humanidade era obcecada realmente o fazia ser o centro das atenções.

Os professores e a diretora Coleman reuniam-se uma vez por semana, para apresentarem seus relatórios semanais e avaliarem seus melhores alunos. Era um sucesso. A diretora havia conquistado uma equipe satisfeita e em muito tempo não lia nenhum email sobre demissão por ansiedade generalizada ou afastamento por burnout.

Mesmo com professores dedicados e alunos controlados, Vanessa gostava de estar presente em aulas ou atividades. Ela precisava ver mais de perto como a mente adolescente estava funcionando. Não podia apertá-los muito forte, ou iriam explodir com facilidade, mas também era impossível dar muita liberdade. Controlar dezenas de corpos com hormônios borbulhando era definitivamente uma tarefa muito mais difícil do que as pessoas imaginavam. Em um piscar de olhos, tudo viraria caos. Vanessa tinha que se adaptar. Tinha que entender.

Tinha que ver mais de perto.

Por isso, dava aulas de combate nas terça-feiras à tarde.

- Eu sei que vocês passaram as férias com os melhores professores particulares e seus treinos cansativos para controlarem seus poderes. E eu sei o quanto estavam ansiosos para essa aula.

Mutações genéticas como aquelas precisavam de atividades cognitivas mais avançadas do que escolas convencionais. Eles também tinham educação física, atividades curriculares como futebol ou basquete, mas nada era comparado à liberação de dopamina que vinha com usar o próprio poder.

Os alunos estavam reunidos em uma sala oval onde os degraus se elevaram gradualmente em direção a um palco redondo, com um quadro verde grande o suficiente para cobrir parte da parede. Sentados em suas cadeiras, eles observavam ansiosos o começo da melhor aula de La Brede.

- A primeira coisa que procuram quando voltam para La Brede é a oportunidade de lutarem contra aqueles que vocês mesmos denominam os mais fortes. Aqueles que vocês mesmos querem superar. Essa é a aula de hoje.

Um sorriso malicioso cruzou as feições da mulher enquanto dizia:

- Hoje, vocês podem escolher seus oponentes.

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⏰ Última atualização: Nov 21 ⏰

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