Sete de espadas

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"A mentira está em jogo

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"A mentira está em jogo. Alguém pode estar mentindo para você ou tentando te enganar. Ou ainda, você pode ter criado uma teia de mentiras como desculpa para não encarar a realidade ou a situação em questão"

Rebeca estava sentada no sofá da sala de estar que dividia com Lorrane, com um notebook aberto em seu colo e uma xícara de chá fumegante ao lado. Já era noite, e as luzes amareladas criavam um clima acolhedor no pequeno apartamento que as duas chamavam de lar. Lorrane, distraída, rolava a timeline no celular enquanto mastigava distraidamente um pedaço de chocolate.

— Então... — começou Rebeca, quebrando o silêncio.

Lorrane ergueu os olhos do celular.
— Então?

— Você reparou nos olhares da Adria pra você naquela noite? — perguntou Rebeca, tentando parecer casual, mas falhando miseravelmente.

Lorrane arqueou uma sobrancelha, claramente surpresa.
— O quê? Que olhares?

Rebeca fez uma pausa, mordendo o lábio inferior.
— Ah, você sabe. Ela tava te olhando o tempo todo, meio curiosa, meio... interessada.

Lorrane soltou uma risada curta, jogando o celular na mesa de centro.
— Interessada? Sério, Rebeca? Eu mal troquei duas frases com ela.

— Talvez seja isso que tenha deixado ela mais curiosa. Você tem um jeito de... intrigar as pessoas — respondeu Rebeca, dando de ombros.

Lorrane inclinou-se para frente, estreitando os olhos para a amiga.
— Pera aí. Quem é você e o que você fez com a Rebeca? Desde quando você tá tão atenta a essas coisas?

Rebeca corou imediatamente e desviou o olhar para a tela do notebook.
— Não tô "atenta". Só... notei.

Lorrane deu uma risada cheia de malícia, cruzando os braços.
— Ah, tá. Isso vindo da pessoa que ficou roxa quando Simone elogiou seu jeito com as cartas. Você não tá nada atenta, né?

— Isso não tem nada a ver! — rebateu Rebeca, agora visivelmente desconfortável.

— Não tem? — provocou Lorrane, sorrindo como uma gata que acabara de derrubar um vaso. — Porque, do meu ponto de vista, parece que você tá projetando.

Rebeca suspirou, largando o notebook na mesa ao lado do chá.
— Você é insuportável às vezes, sabia?

— E você é um livro aberto — retrucou Lorrane, rindo alto. — Mas sério, Beca. Relaxa. Se Adria tava me olhando, talvez fosse curiosidade mesmo. Ela acabou de chegar na cidade, não conhece ninguém. E eu sou, você sabe, difícil de ignorar.

Rebeca balançou a cabeça, mas não conseguiu conter um pequeno sorriso.
— Modesta, como sempre.

— Só tô falando a verdade — disse Lorrane, piscando para a amiga antes de se recostar no sofá.

interestelar (rebiles) Onde histórias criam vida. Descubra agora