A equipe escapou do templo enquanto ele desmoronava. Do lado de fora, o grupo estava exausto, mas Aki só tinha olhos para Dalcora. Ele a abraçou brevemente, mas logo se afastou, a expressão preocupada.
"Você não devia ter feito isso," ele disse, a voz baixa.
"Eu não podia te perder," Aki respondeu, a voz firme apesar de sua fraqueza.
"Mas agora... o que você deu em troca?" Dalcora perguntou, a preocupação crescendo.
Kim Dok Ja se aproximou, interrompendo o momento. "Essa é a questão. O preço ainda não foi totalmente revelado. Algo foi tomado de Aki, mas não sabemos o quê."
Dalcora olhou para sua irmã com uma expressão que mesclava gratidão e medo. Ele sabia que ela o amava, mas também sabia que brincar com o equilíbrio da vida e da morte nunca era algo simples.
"Seja o que for," Aki disse, olhando para os outros, "eu vou enfrentar isso. Não importa o preço."
Dazai deu um pequeno sorriso enigmático. "Você diz isso agora. Vamos ver se ainda pensa assim quando o preço for cobrado."
Chuuya o empurrou de leve. "Dazai, cala a boca. Já foi difícil o bastante."
Enquanto a equipe descansava, longe do templo em ruínas, uma sensação de inquietação pairava no ar. Algo estava diferente. E, apesar de Dalcora estar de volta, a sombra do preço do Orbe pairava sobre todos eles.
No entanto, por um breve momento, Aki sentiu paz. Seu irmão estava ali, e ela sabia que, juntos, poderiam enfrentar qualquer coisa — até mesmo as consequências inevitáveis de sua escolha.
As chamas da pequena fogueira iluminavam os rostos cansados da equipe enquanto descansavam na floresta, longe das ruínas do templo. A atmosfera estava tensa, apesar de todos tentarem parecer aliviados com o retorno de Dalcora. No entanto, Aki sabia que algo estava errado.
Sentada ao lado de seu irmão, ela olhou para ele, tentando gravar cada detalhe. Era real. Ele estava ali. Mas, ao mesmo tempo, um vazio crescia dentro dela, como se algo essencial estivesse faltando.
Kim Dok Ja observava Aki de longe, seus olhos estreitados. Ele podia ver que havia algo diferente nela. Sua postura estava mais pesada, e os olhos que antes brilhavam com determinação agora pareciam... apagados.
"Você sente alguma coisa estranha?" ele perguntou, se aproximando.
Aki balançou a cabeça, mas evitou contato visual. "Não. Só... cansaço."
Dalcora, no entanto, parecia inquieto. Ele estudava a irmã com preocupação crescente. Como alguém que a conhecia profundamente, ele podia ver o que os outros não podiam. "Você deu algo de si para me trazer de volta, não foi?" ele perguntou, sua voz carregada de culpa.
Ela não respondeu imediatamente, mas o silêncio foi o suficiente para confirmar suas suspeitas.
Enquanto todos tentavam descansar, Dalcora foi para longe do grupo. Ele precisava de um momento para processar tudo. Seu retorno, o sacrifício de Aki, e, acima de tudo, o medo crescente de que o preço seria maior do que imaginavam.
"Por que você está tão inquieto?" uma voz suave perguntou.
Dalcora se virou rapidamente, pronto para se defender. No entanto, ele não viu ninguém. Apenas a escuridão ao seu redor parecia vibrar. Ele franziu o cenho. "Quem está aí?"
"Eu sou a consequência," a voz respondeu, quase como um sussurro no vento. "Sua irmã pagou um preço alto para trazê-lo de volta, mas o equilíbrio ainda não foi restaurado. Você sabe o que isso significa, não sabe?"
Dalcora sentiu um arrepio na espinha. Ele apertou os punhos, tentando ignorar o medo que subia por seu corpo. "Não importa o que você seja. Eu vou protegê-la."
A voz riu, fria e vazia. "Veremos."
Na manhã seguinte, Dalcora voltou para o grupo, mas seu comportamento havia mudado. Ele parecia mais distante, como se estivesse escondendo algo. Aki percebeu, mas estava ocupada demais tentando ignorar as mudanças em si mesma. Cada movimento parecia mais difícil, como se sua energia estivesse sendo drenada lentamente.
Kim Dok Ja a observava de perto. Durante a caminhada, ele finalmente se aproximou dela. "Aki, você está escondendo algo de nós. O que realmente aconteceu com o Orbe?"
Ela suspirou, olhando para ele com olhos cansados. "Eu não sei. Desde que o usei, algo... mudou. É como se eu estivesse perdendo partes de mim."
Kim ficou em silêncio por um momento, ponderando. Ele sabia que o equilíbrio sempre exigia um preço, mas não tinha certeza de como isso se manifestaria. "Precisamos descobrir o que está acontecendo antes que seja tarde demais."
Dazai, que ouvia a conversa de longe, sorriu de canto. "Bem, se estamos lidando com maldições e artefatos, talvez seja hora de pedir ajuda a alguém que entende dessas coisas. E eu sei exatamente quem chamar."
"Quem?" perguntou Chuuya, revirando os olhos. "Se você for sugerir alguém irritante, eu juro—"
"Não se preocupe, Chuuya," Dazai respondeu, o sorriso travesso crescendo. "É alguém que você conhece bem."
O grupo seguiu até Yokohama, onde Dazai os levou diretamente ao território da antiga organização que ele uma vez liderou: a Máfia do Porto. Apesar da tensão no ar, Aki, Kim Dok Ja, e até mesmo Dalcora sabiam que não tinham outra escolha.
"Tem certeza de que eles vão nos ajudar?" perguntou Aki, sua voz baixa.
Dazai deu de ombros. "Isso depende de como pedirmos. Mas confiem em mim, eles têm os recursos que precisamos."
No quartel-general da máfia, o grupo foi recebido por Akutagawa, que os olhou com desprezo antes de focar sua atenção em Dazai. "O que você quer?"
Dazai sorriu, inclinando a cabeça. "Oh, Akutagawa, sempre tão caloroso. Estamos aqui para falar com Mori."
Akutagawa bufou, mas os conduziu ao escritório do chefe da máfia. Mori Ougai os recebeu com um sorriso enigmático, acompanhado por Elise, que parecia mais interessada em brincar com um urso de pelúcia do que na presença deles.
"Dazai, meu querido ex-subordinado," Mori disse com falsa gentileza. "A que devo a honra?"
Dazai explicou a situação, omitindo os detalhes mais delicados. Mori ouviu com atenção, mas seus olhos brilhavam com uma curiosidade perigosa. "Um artefato que quebra o equilíbrio entre vida e morte? Fascinante. E o preço ainda não foi totalmente revelado, correto?"
Aki assentiu, mas não confiava naquele homem. "Podemos resolver isso sem a sua ajuda, mas precisamos de informações sobre maldições e como revertê-las."
Mori sorriu, apoiando o queixo nas mãos. "Claro, eu ajudarei. Mas, como você deve imaginar, nada aqui é de graça."
Dalcora deu um passo à frente, olhando diretamente para Mori. "Seja o que for, eu pagarei. Apenas me diga o que fazer."
Mori inclinou a cabeça, intrigado. "Interessante. Bem, vamos começar analisando o que exatamente está afetando sua irmã. Mas estejam preparados. Alguns preços não podem ser negociados."

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Entre Linhas e Destinos: BSD x ORV (Em manutenção)
FanfictionKim Dokja se vê perdido em Yokohama, uma cidade dominada por habilidades sobrenaturais e cheia de intrigas perigosas. Sem sua habilidade The Fourth Wall, ele se vê vulnerável e cercado por figuras misteriosas, como o enigmático Dazai Osamu e o impul...