Todos Pov's
A batalha terminou e fomos comer algo. Os meninos estavam conversando sobre quem ganharia uma batalha de SLAM.
- Porque vocês não fazem e eu e o Lino vemos quem ganha? - Ela fala depois de engolir o pedaço do seu podrão.
- Apoio. - Lino diz bebendo coca.
- Bora então. Vamos tirar ímpar e par.
Quem ganha no jogo pra decidir é Donaldo.
- Eita, começa aí.
Após a menina falar, o garoto jovem abaixa a cabeça e fica pensando, mas logo fala.
- Sabe, eu vi armas contra o meu cabelo armado e flores contra o cabelo alisado. Eu sinto no meu peito balas. Vejo que quando eu disse que queria ser médico, me parabenizaram: primeiro médico negro que eu conheço, eles disseram. Mas quando disse que viveria da arte, eles falaram que era imaginação. Tentaram até destruir o meu sonho, sem saber que ele já estava destruído. Aê, irmão, me diz, quando foi que tu sentiu que o mundo caiu nas suas costas?
Com o término do verso, chega a vez do Guri.
- Eu nunca vi o mundo cair nas minhas costas, eu vi a casa, é que sabe como é né, ter que pagar pra ter moradia é a vida do Brasil. Você viu armas contra o seu cabelo, eu vi cortes contra as minhas veias. Você ouviu primeiro médico negro, eu ouvi Miles Morales sem teia. Sabe, fui o primeiro herói do meu primo, ele também não teve pai. Olha a situação, da família que eu vim é cultura isso aí de abandono, mas a família da rua, é cultura o patrono!
- Aiii...acabou comigo em Guri! - Cristiano coloca a mão no peito.
- Bom, vamos decidir.
Katrine puxou Lino para o canto e decidiram que o vencedor era o Guri.
- Ha! Eu sou demais. - Eu ri.
Ficaram conversando zoando, sem perceberem a hora passar.
- AI MEU DEUS! MINHA MÃE VAI ME MATAR! - Katrine disse olhando no telefone.
- Tá poxa, bora e sem migué! - Lucas lembra.
- Aí gente, foi muito bom falar com vocês, um dia dessas a gente se vê!
Katrine se despede deles de forma rápida.
Katrine Pov's
- Minha mãe vai me matar Guri! - Falo, eu estava nas costas dele, invés de Uber, quis ir de metrô, queria gastar tempo com ele.
- Ah, para! Confia no Joãozinho que tá tudo certo! - Ele diz confiante.
- Ah, isso é porque não é você que vai ouvir ela reclamar depois.
- Silêncio menina barro!
Ele me levou pra casa, foi bom, o metrô estava praticamente vazio e ele ficou rimando lá, logo chegamos no portão.
- Tchau Cruello! - Falo abraçando ele, mais a cintura, porque o menino pra ser alto.
- Tchau menina barro! - Ele diz rindo. - Aí, o ano letivo está acabando, podia passar as tuas férias em São Paulo, o que acha? - Ele propõe.
- Barreto me disse o mesmo por mensagem, teria que ver isso com a minha mãe, ela tem muito medo que eu não queira mas viver com ela.
- É compreensível, mas é melhor entrar, está tarde.
Fizemos um toque.
- Não, pera aí. É assim... - Ele me ensina e eu faço.
Logo eu entro.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Espinhos de uma Rosa, Luzes de um Girassol
FanfictionKatrine Machado mora em um município pequeno da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, após 18 anos vivendo com sua família adotiva, Katrine resolveu entrar em contato com sua mãe biológica para descobrir o motivo do abandono, mas o que era para ser...