Ouço barulhos lá embaixo. Meu celular já está em cima da pia, enquanto eu estou toda encolhida em cima do vaso, tentando não entrar em pânico.
Mas é quase impossível em uma situação como essa.
Tampon os meus ouvidos quando ouço mais barulhos e barulhos lá embaixo.
Sinto que de hoje eu não passo.
Se eu soubesse que iria morrer hoje, teria comprado um pote de sorvete e comido, e esperado a minha morte.
Ouço passos se aproximando, e cada vez que sinto que está perto, mais eu entro em desespero.
Chutes são dados na porta do quarto, mesmo eu estando no banheiro, sinto que é agora que iria morrer.
Deus, sei que não fui uma filha boa, e nem a melhor delas, mas por favor, não deixe eu ir para o inferno.
Ouço um barulho alto, e tenho certeza que a porta despedaçou. Quando ouço mais passos dentro do quarto, meu coração congela.
Sinto o meu ar falta quando uma voz grave e rouca ecoa pelo quarto.
- Tem alguém aí? Se tiver alguém aí, peço que abra a porta desse banheiro. Se não, vou ser obrigado a picotar essa porta de tiro. - Mesmo sua frase sendo assustadora, sua voz soa calma.
Pronto, além de morrer, vou morrer que nem uma peneira, cheia de bala.
Crio coragem de onde eu nem sei que eu tenho e responde
- Calma, olha, eu não sei quem você é e nem o que você quer. Você pode pegar tudo o que você quiser, ok? Só não me mate. Não vou perder nada pedindo pra não me matar, tá? Não custa nada ter um pouco de esperança.
Sinto os passos se aproximando da porta do banheiro e sinto o meu coração batendo na garganta, já sinto vontade de chorar.
Acho que tô toda cagada de tanto medo que eu tô.
- Senhora, sou da polícia, sou o policial Cristian. Não sou ladrão ou qualquer coisa que tenha entrado na sua residência. Peço que você saia do banheiro para eu conseguir retirar você da casa em segurança.
Sua voz era calma e mansa, mas ao mesmo tempo grave e forte. O alívio tomou conta do meu corpo, sinto que o ar volta para os meus pulmões igual o sangue que volta para as veias devagar.
- Tudo bem, eu vou abrir, calma.
Me levanto devagar do vaso e caminho até a porta do banheiro. Destranco a porta e aperto a maçaneta com tanta força que os meus dedos ficaram brancos.
A porta range ao abrir, e eu vejo a figura do policial parado na frente.
Não consigo ver seu rosto, já que está tampado por uma máscara preta de pano que envolve todo o seu rosto, deixando apenas os seus olhos à mostra.
E que olhos! São da cor de uma esmeralda, brilhantes e intensos, como se estivessem iluminando o ambiente ao redor.
Seu corpo é digno de um atleta, alto e musculoso, com cerca de 1,92 metros de altura.
Seus músculos quase pulam da sua farda, exalando força e poder.
Eu me pego secando o homem à minha frente, ele finge uma tossi para chamar minha atenção.
Sinto meu rosto esquentar, e tenho certeza de que estou vermelha como uma tomate. Eu me sinto envergonhada e apavorada ao mesmo tempo.
- Será que agora tem como abaixar a arma - peço da forma mais educada possível, tentando controlar o tremor na minha voz.
- Desculpe, eu precisava conferir se não tinha mais alguém com você - ele explica, guardando a arma no cós da calça.
Eu me sinto aliviada, mas ainda um pouco constrangida.
- Você pode me acompanhar até a saída? - ele pergunta, sem esperar minha resposta, e começa a andar com passos rápidos e firmes.
Eu o sigo silenciosamente, tentando acompanhar seus passos, mas é impossível. Um passo dele é três do meu.
Vejo que minha casa está cheia de policiais e isso, ao invés de me tranquilizar, me assusta.
Ao chegarmos na saída, ele continua andando até uma viatura e para, esperando por mim.
- Peço para que você espere aqui dentro da viatura, para levamos você para a delegacia para dar o seu depoimento, já que quando chegamos aqui não tinha ninguém - ele explica, me encarando com aqueles olhos intensos.
Eu confirmo com a cabeça, e ele abre a porta da viatura para eu entrar.
Antes de fechar a porta, ele olha dentro da minha alma, e eu sinto um arrepio na espinha.
Ele fecha a porta do carro e vira as costas, indo em direção à minha casa novamente.
Aqui está a parte reescrita com mais detalhes:
Sinto todo o meu corpo doendo, como se cada músculo estivesse gritando por descanso.
Mal me recuperei do trabalho e isso acontece.
Por que eu não posso ter um dia de paz? Por que eu tive que nascer tão azarada?
Encosto a cabeça no assento da viatura, sentindo o couro frio contra minha pele.
Fecho os olhos, deixando as lágrimas escorrerem lentamente.
Respiro fundo, tentando relaxar, mas meu coração continua acelerado.
Minha mente está repleta de perguntas: quem era aquele homem?, oque ele queria?, ele vai voltar?.
Apoio meu braço na janela da viatura, sentindo o ar fresco no meu rosto.
A cidade lá fora está uma névoa, um borrão de cores e sons que não conseguem penetrar na minha bolha de ansiedade.
E nem se eu quisesse conseguiria.
Autora
Capítulo curto, mas prometo que o próximo será mais intenso!
Agora que o nosso querido Cristian entrou em cena, gostaram do primeiro contato?
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Quero saber: o que vocês acham de Cristian até agora?
Aguardo seus comentários e votos!
Próximo capítulo em breve!

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Undercover Truth
Fiksi PenggemarQuando falarem que policiais são bonzinhos e bons moços, não acredite: eles não são muito bons, são os diabinhos. E o nosso Cristian está de prova disso.