Jeongguk sentia-se nervoso. Sua mão estava entrelaçada com a do mais velho — bem mais velho —, deixava isso um pouco mais intenso. Nem sabia como seu coração não tinha parado, nem sabia como não tinha desmaiado depois de ter seus lábios sendo tocados pelos dele.
Finalmente estava ali, com Taehyung, finalmente o estava vendo em carne e osso, finalmente estava podendo apreciar toda aquela beleza que sua alma gêmea tinha, finalmente sentia seu cheiro, finalmente ouvia sua voz pessoalmente, finalmente poderia tocar em sua pele amorenada e macia.
Mordendo o lábio inferior, Jeongguk olhou para o lado, um homem bonito de 32 anos estava ali. Não era o mesmo menino que se lembrava vagamente, era um homem muito lindo.
— Então, onde quer comer? — Ainda não completamente acostumado, Jeongguk arrepiou-se um pouco ao ouvir aquela voz bonita, ao se dar conta que o Kim estava lhe fazendo uma pergunta enquanto olhava com certo carinho para seu rosto que já deveria estar bem corado.
— Ah, eu não sei, — engoliu em seco e olhou para seus pés, estava nervoso, tinha 19 anos e estava nervoso, não esperava que aquilo fosse acontecer. O certo era ter encontrado sua alma gêmea a mais ou menos quatro anos atrás, mas ali estava ele, ao lado de Taehyung com mais de trinta anos lhe olhando com certa preocupação. Não queria reagir daquele jeito, mas seu coração não estava conseguindo assimilar tudo aquilo de forma rápida.
Mal tinha se recuperado do beijo.
Seu primeiro beijo.
— Jeongguk? — A voz rouca lhe chamou outra vez, suave e mansa enquanto esperava para que o mais novo lhe olhasse nos olhos. Respirando fundo, o garoto fez aquilo, levantou seu olhar e viu os castanhos bonitos de Taehyung, pareciam duas portas para um infinito mistério, para algo que nunca se cansaria de desvendar. Eram olhos mais expressivos e com mais ruguinhas que os seus; eram mais anos vividos que os seus.
Aos poucos, o mais velho deu um passo para frente, levando sua mão até uma das bochechas do mais novo, deixando carinhos por ali e sorrindo pouco quando o garoto começou a se esfregar ali, como um gatinho carente que gosta de atenção daquele mesmo jeito.
Deu mais alguns passos, quase colando os dois corpos enquanto sorria por estar sentindo seu interior vibrar com aquilo. Anos de espera que valeram muito à pena desde que viu aquele jovem garoto parado, lhe esperando com expressões ansiosas e preocupadas no rostinho pálido.
— Não precisamos ir até algum lugar agora, — sussurrou continuando com o carinho — se quiser podemos ir para minha casa, para a sua, podemos apenas ficar parados aqui como agora, me contento com qualquer coisa desde que possa continuar te olhando — se aproximou um pouquinho mais e selou a testa do garoto bem mais jovem que si — eu ainda sou o mesmo Taehyung, e ainda te amo do mesmo jeito, se quiser se despedir agora, também vou entender você.
E Jeongguk chorou.
Abaixou a cabeça, sentindo a mão quente em suas bochechas enquanto ouvia a respiração daquele no qual sua alma estava ligada e seu coração entregue. Fungou alto e começou a derramar as lágrimas — essas que tinham infinitos significados; dor, felicidade, medo, satisfação, amor, saudade...
Seu corpo foi puxado para um abraço apertado e não hesitou em afundar seu rosto no pescoço cheiroso do mais velho, não hesitou em apertar sua cintura, não hesitou em tocá-lo. Jeongguk o queria, queria demais aquele que sussurrava palavras doces para si naquele exato momento.
— Eu te amo tanto meu bebê, não chore — o abraçou com mais força, acariciando os fios pretos e as costas cobertas pelo casaco. — Você é tão lindo, não tem que chorar.

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A Lua Azul
FanfictionJeongguk nunca botou uma real fé no assunto de encontrar sua alma gêmea, já tinha desistido, afinal, já tinha 17 anos e nunca havia conhecido a sua e aquilo lhe frustrava um pouco conforme via que todos ao seu redor já tinham achado seus pares prede...