̶M̶y ̶̶B̶̶o̶̶s̶̶s

O Dia de Chris

Chris acordou com a luz do sol entrando pela janela. Ele se espreguiçou e olhou para o relógio. Estava atrasado. Levantou-se rapidamente, vestindo a primeira roupa que encontrou. Enquanto se preparava, sua mente estava longe do trabalho; estava fixada em Lizzie. A discussão da noite anterior ecoava em seus pensamentos, e ele sabia que tinha sido um idiota.

No caminho para o trabalho, ele pegou o trânsito habitual, mas nada parecia distraí-lo da sensação de culpa que o acompanhava. Ele sabia que Lizzie estava chateada com ele, e isso o incomodava profundamente. A verdade é que, por mais que tentasse ignorar, ele sentia que ela estava se afastando dele. Cada mensagem não respondida e cada olhar distante eram como facadas em seu coração.

Ao chegar ao escritório, Chris tentou se concentrar nas tarefas do dia. As reuniões foram longas e cansativas, mas sua mente vagava sempre de volta para Lizzie. Ele lembrava do sorriso dela e de como ela sempre trazia luz aos seus dias. Mas agora, havia uma sombra entre eles, e ele não sabia como dissipá-la.

Durante o intervalo para o almoço, ele se sentou sozinho em uma mesa no canto da sala de descanso. Seus colegas conversavam animadamente sobre planos para o fim de semana, mas Chris mal ouvia. Ele olhou para o celular repetidamente, esperando uma mensagem dela, mas nada veio. “Por que eu não consigo apenas pedir desculpas?”, pensou frustrado.

Ele sabia que deveria ter sido mais gentil na discussão anterior. Havia um lado dele que queria abrir seu coração e explicar como estava se sentindo, mas havia também um medo paralisante de que isso pudesse afastá-la ainda mais. “E se ela não quiser falar comigo?”, pensou, mordendo os lábios nervosamente.

A tarde passou lentamente e a pressão em seu peito aumentava a cada hora que passava sem notícias de Lizzie. Ele decidiu enviar uma mensagem simples: “Oi, Lizzie. Espero que você esteja bem.” Mas assim que pressionou “enviar”, se arrependeu. A mensagem parecia tão fraca comparada ao turbilhão de emoções que ele sentia.

Quando finalmente chegou a hora de ir embora, Chris pegou suas coisas e decidiu passar na cafeteria onde costumavam ir juntos. O aroma do café fresco fez seu coração apertar ainda mais ao lembrar dos momentos em que passou com Lizzie naquela cafeteria, mesmo que tivessem sido apenas momentos onde os dois iam juntos pegar café e trocavam algumas palavras.

Ele pediu um café preto e sentou-se em uma mesa perto da janela, observando as pessoas passarem na calçada. Cada risada ou conversa animada o fazia sentir-se ainda mais sozinho. A verdade era que ele sentia falta não apenas da presença de Lizzie, mas também da conexão especial que tinham.

Com um suspiro profundo, Chris decidiu que não poderia continuar assim. Ele queria resolver as coisas entre eles antes que fosse tarde demais. Levantou-se abruptamente e saiu da cafeteria em direção ao apartamento dela.

O caminho parecia mais longo do que nunca enquanto suas inseguranças dançavam em sua mente. O medo da rejeição era esmagador, mas a ideia de perder Lizzie era ainda pior.

Ao chegar à porta dela, hesitou por um momento antes de tocar a campainha. O som ecoou no corredor vazio enquanto seu coração batia acelerado. Ele esperou com a respiração presa até ouvir passos se aproximando.

Quando Lizzie abriu a porta, Chris viu a expressão dela mudar rapidamente — surpresa e talvez um pouco de alívio? Mas logo veio a neutralidade novamente.

“Oi”, ela disse suavemente.

“Oi”, ele respondeu, sua voz quase falhando.

Um silêncio constrangedor pairou entre eles por alguns segundos antes que Chris finalmente tomasse coragem para falar.

“Eu... eu vim aqui porque preciso te pedir desculpas”, começou ele, sentindo o peso das palavras enquanto lutava contra as emoções à flor da pele.

Lizzie olhou nos olhos dele e Chris percebeu a dor refletida neles. Ele sabia que tinha muito a explicar e muito mais a ouvir.