Please Don't.. - JoongDunk oneshot

Capítulo único

- Dois anos. Dois anos que estamos assim, sinceramente? Já não sei se te imagino acordando algum dia. Não sei se você vai ser capaz de levantar dessa cama de hospital e ser o velho Joong que era antes de tudo isso. Eu sinto sua falta, sinto falta da sua risada, dos seus olhos que quando me olhavam, brilhavam como uma lâmpada. Sinto falta do seu enorme sorriso quando conquistava suas coisas, sinto falta da gente. Joong... Por favor... - O garoto estava sentado ajoelhado ao lado da cama do namorado. Todas as noites antes de dormir, rezava para o universo e todos os deuses possíveis, para que o moreno pelo qual se apaixonou quatro anos antes, acordasse.

Era um inferno viver assim, ele já não aguentava mais. Desde o acontecido, um pedaço de si mesmo morria a cada dia. Seu olhar brilhante e adorável havia ganhado um tom escuro e sem vida, suas olheiras profundas, o rosto pálido e a boca seca por conta da anemia já eram parte de suas características físicas. Ele não sentia vontade alguma de ser o velho Dunk, não quando não tinha o namorado que tanto amava para acordar e dizer o quanto ele era bonito mesmo nas manhãs que ele acordava mais acabado. Archen era como um pontinho de luz no meio da escuridão que era sua vida, ele era a trilha sonora mais bonita que já havia escutado, era a estrela que mais iluminava o céu, era como... Um anjo enviado pelos céus para fazer Dunk encontrar sentido na vida de novo. E não que ele não gostasse de viver antes de Joong, ele só não estava feliz.

Após tantas súplicas, deixou que o choro que estava acumulado há semanas, finalmente caísse. Suas bochechas ganharam rubor e seus olhos foram ficando inchados a cada gota de água que caia deles. Ele estava cansado, seu corpo todo doia, ele não se alimentava direito e não conseguia descansar. Pelo dia, estava na oficina consertando carros e fazendo dinheiro, além de ficar meio período na lanchonete do namorado, essa que ele dividia com o irmão mais novo. Desde que ele ficou desse jeito, Dunk e Khaotung tentavam se ajudar das maneiras que podiam. Tung acabou tomando conta da lanchonete sozinho, claro que o namorado e o cunhado ajudavam, mas as responsabilidades do local ficaram em suas costas, eles só queriam que o lugar ficasse exatamente como Joong deixou pela última vez que pisou ali. Aconchegante e agradável aos olhos.

- Sabe, amor... Não te ter aqui dói tanto sabia? E saber que você ficou assim logo depois de termos uma discussão feia, dói mais ainda. Eu falei palavras tão horríveis para você, e não existe um dia sequer que eu não lembre do quão duro fui com você. Me perdoa. - Ele segurava na mão do rapaz, as lágrimas eram tantas que estava deixando o colchão encharcado. Ele deitou o rosto ali, deixando um selar na mão do garoto que tanto amava. - Você quer descansar, Joong? Você pode, meu amor... Eu não posso te prometer que vou ficar bem ou mentir que é fácil te deixar ir... Mas você já aguentou o suficiente. - Dunk soluçava, seu coração doía. Após todo esse tempo, foi a primeira vez que ele conseguiu dizer aquilo. Ele amava Joong mais do que qualquer coisa nessa vida, mas o ver sofrendo tanto assim não era certo. - Eu te amo tanto, solzinho. Você me fez tão feliz. Vivemos tantas coisas boas... Se você decidir partir, saiba que esses dois anos foram os melhores da minha vida. E eu não quero casar com outra pessoa que não seja você, ou ter filhos, mas eu prometo que vou contar nossa história para os nossos sobrinhos, hm? Vou dizer sobre o quanto você me amava e o quanto você sonhava em ter um ranhentinho correndo pela casa.

Natachai deixou um sorriso escapar, eles moraram juntos por pouco mais de um ano, e sempre comentavam sobre ter um pequeno Joong e um pequeno Dunk pela casa. Já haviam até decidido os nomes, o primeiro seria Fadel e o segundo Style.

- Me pergunto as vezes o que você pensa, sabe? Será que você ainda está aí? Será que você me perdoou? Será que você tem raiva de mim pelas coisas que eu disse? - Ele deu um suspiro, seus lábios trêmulos juntavam forças para continuar falando. - O que se passa na sua cabeça? Você vê tudo preto ou sonha? Você pensa em mim? Você escuta as palavras que eu te digo todos os dias? Você está bem?