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Daphne Miller

Infelizmente hoje eu tive o desprazer de atender Nicholas Morgan, por deuses, olhar e falar com esse menino é uma tortura.

Agora já se passavam das cinco, faltava exatamente uma hora para fecharmos o restaurante, havia acabado de atender uma mesa e fui passar o pedido para a cozinha.

- Oi gata - escuto uma voz atrás de mim e viro na mesma hora

- Lenna - digo sorrindo animada

- Eu! Vim te importunar rapidinho - ela diz se apoiando no balcão

- Lá vem, tá inventando o que agora?

- Ethan me mandou mensagem hoje a tarde chamando pra ir à praia amanhã e eu posso levar amigos - ela diz sorrindo

- Ethan? Praia só com o Ethan? - pergunto

- Olha amiga, Ethan e os amigos dele - ela diz

Ethan e os amigos dele significa ver o Nicholas e todos os outros amiguinhos.

Ethan é muito daora, o único problema é as amizades dele, no caso, Nicholas.
Que eu saiba o Ethan e a Lenna estão ficando a um tempo, mas nada sério, já sai algumas vezes com os dois, porém o Nicholas não estava no meio.

- Daph? O que diz? - Lenna pergunta me fazendo voltar a prestar atenção

- Eu? Eu digo que vou - respondo

- Essa é a minha garota! Krista e Dylan também vão, passo na sua casa pra te pegar no sábado, esteja pronta às 12:00 - ela diz toda animada

- Tá certo, vou estar! - digo e retribuo a animação

O sino indicando que a comida está pronta me impede de continuar a conversa com a Lenna.

- Vou deixar você trabalhar - ela diz e logo sai

- Beijos - respondo enquanto pego a bandeja da mesa 04 para entregar

Meus amigos são as pessoas mais importantes que eu tenho nessa vida, eles são minha família então não vou deixar de aproveitar com eles por causa de um merdinha.

Somos quatro, eu, Lenna, Krista e Dylan, como já sabemos, a Krista eu conheço a minha vida inteira, Lenna eu conheci em uma noite que fui para uma boate, e nossa quanto tempo eu não vou a uma boate mas por fim temos o Dylan, conheci ele na escola, caiamos na mesma turma e ele me ajudava nas tarefas.

Eles me respeitam de uma forma inexplicável, sabem a relação difícil com meu pai e os meus problemas com a depressão, mesmo eu sendo difícil eles nunca me desampararam, a única coisa que eu gostaria que eles não soubessem é o segredo, mas agora já era, confiei em um cuzão e todos sabem do meu pior momento.

...

Uh, fim de expediente, Os funcionários estavam limpando as mesas, o piso e organizando outras coisas, assim que terminamos tudo finalmente podemos finalizar tudo e ir para a casa.

Dou tchau para alguns funcionários que ficaram lá , eles iriam fechar o restaurante hoje. Vou em direção a minha bicicleta e pego o caminho de casa, a noite estava fresca e com estrelas no céu, em poucos minutos já estou em casa, deixo a bicicleta em frente a casa e entro.

Assim que passo pela porta da frente meu olhar sai de alívio por estar em casa para desespero. A casa estava parecendo um lixão, a bancada da cozinha estava com restos de comida, salgadinhos e refrigerantes derramados, no chão tinha peça de roupas e quando meu olhar bate sobre a sala piora, meu pai estava dormindo no sofá em sono profundo, a mesinha de centro estava tomada por latinhas de cerveja, só tinha uma parte sem e nessa parte tinha pó espalhado. Não sei como esse homem ainda não morreu.

Imediatamente começo a pensar que essa zona vai sobrar pra mim, é impossível fazer isso hoje, está tarde e eu estou morta de cansaço, por sorte amanhã eu estou de folga e vou poder limpar isso tudo com calma mas só de pensar o cansaço já toma conta de mim e é como se uma onda de sentimentos negativos me atacassem com força, que porra eu fiz pra merecer essa vida.

Apenas dou mais uma olhada para o local e pego o caminho para o meu quarto, só coloco minha mochila em um canto, pego minha toalha e vou tomar um banho, quando volto pro quarto e coloco meu pijama, achei que eu iria encostar na cama e iria cair logo no sono, assim eu fiz mas o sono não veio e sim a fome, minha barriga roncava me lembrando que hoje eu tinha sobrevivido apenas com um macarrão no meu horário de almoço.

Suspiro indignada e me levanto resolvendo ir até a cozinha ver algo para comer, certamente não dava pra fazer nada com essa zona e eu não estava afim de fazer barulho e ver meu pai acordando então só abro o armário e pego um salgadinho que estava perdido, nem lembrava que tinha comprado isso, não tenho costume de comer essas coisas, antes de sair da cozinha para voltar pro quarto dou mais uma olhada para o meu pai jogado no sofá, me pergunto quando ele se tornou isso ou ele sempre foi isso e eu nunca me dei conta até crescer.

Volto pro quarto me sentando na cama enquanto como o pacote de biscoito, metade dessa porra vem só ar, como pode. Estava rodando o instagram sem muito interesse então largo o celular olhando ao redor do meu quarto perdida em alguns pensamentos.

Meu olhar cai sobre a mesinha que ficava na frente da minha cama, nela ficavam algumas coisas minhas e tinha um retrato, era uma foto minha com a minha mãe, eu devia ter de uns quatro a cinco anos na foto e estava sorrindo junto a ela, o sorriso mais lindo que eu já vi em toda a minha vida e pro meu conforto eu herdei esse sorriso, as pessoas falam que é o mesmo que o dela.

A foto sempre esteve ali e no começo me doía muito olhar pra ela, por isso depois de um tempo eu tentava não vê-la, mas nunca tirei ela do lugar e guardei, ela apenas estava ali.

Meu coração pesou, a vontade de chorar parecia avassaladora. Eu nunca esqueci minha mãe, eu guardava todas lembranças e fotos que tínhamos mas talvez eu evitasse ficar pensando sempre nela e nas coisas que vivemos para me proteger e não chorar todos os dias da minha vida pensando o quão melhor seria se ela estivesse aqui.

Eu gostaria que ela estivesse aqui, mas ela não está e eu tenho que seguir a vida ou ao menos tentar, ela gostaria de me ver bem.














Eu gostaria que ela estivesse aqui, mas ela não está e eu tenho que seguir a vida ou ao menos tentar, ela gostaria de me ver bem

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• Ultimamente os capítulos estão ficando curtos, mas os próximos vou tentar deixar mais longo.

E de repente Onde histórias criam vida. Descubra agora