O Problema de Ter um Lobo Gostoso na Cabeça

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Victoria estava tentando — tentando muito — manter a compostura. Só que era mais fácil lutar contra vampiros recém-criados do que fingir que não estava babando pelo lobisomem mais irritante do planeta. O problema era simples: Paul Lahote tinha aquele tipo de beleza que te fazia esquecer como respirar por uns dois segundos. Talvez três. Ou vinte. Tudo nele parecia ter sido desenhado para desviar qualquer pensamento lógico: o sorriso malicioso, o corpo musculoso e quente (literalmente quente, já que ele era um forno ambulante), e aquela atitude de "eu sou o cara e você que lute". E, para piorar, o imprinting não deixava ela pensar em outra coisa.

Sim, o bendito imprinting. Quando Victoria acordou na casa da matilha, tinha sentido a mesma coisa que ele: o impacto esmagador de que agora o universo inteiro girava em torno de Paul. Como loba, o imprinting era parte de quem ela era, mas ela tinha uma diferença crucial. Ela era também vampira, o que fazia com que as emoções dela fossem mais confusas, mais intensas. Era como se a parte loba estivesse gritando: "Paul é meu, meu, meu!", enquanto o lado vampiro revirava os olhos, debochava, e sussurrava: "Amiga, não seja trouxa."

Por enquanto, o lado loba estava vencendo a guerra interna.

E, claro, Paul não ajudava. Ele estava ali, parado na cozinha da casa de Emily, com os braços cruzados e a camiseta apertada, que parecia estar lutando por sua vida contra o tamanho dos músculos dele. Victoria tentou olhar para qualquer outra coisa — o teto, a janela, o chão — mas era como se Paul fosse um ímã e ela fosse a idiota que não sabia resistir.

Para sua sorte (ou azar), Embry entrou na sala com aquele sorriso bobo característico. Ele pegou uma maçã do balcão e olhou para Paul, que continuava encarando Victoria como se ela fosse um quebra-cabeça que ele não conseguia montar.

— Ei, Victória, você sabia que eu conseguimos ouvir todos os pensamentos dos outros lobos? — perguntou Embry, casualmente.

Victoria congelou.

— Isso é sério? — ela perguntou, tentando soar desinteressada. Mas, por dentro, ela estava surtando.

Paul deu uma risada curta, olhando para Embry como se estivesse prestes a jogá-lo pela janela.

— Ele está mentindo. isso acontece só na matilha e só quando estamos transformados.

— Ah, é verdade — disse Embry, piscando para Victoria. — Mas sabe, se eu pudesse, ia ser divertido saber no que vocês estão pensando agora. 

Victoria sentiu o rosto queimar. Graças a Deus eles não podiam ler a mente dela, porque, sinceramente, a situação era humilhante. Nos últimos dez minutos, tudo o que ela conseguia pensar era: "Meu Deus, como esse homem é gostoso. Será que ele já ficou com alguma vampira? Será que eu deveria perguntar? Não, isso seria estranho. Foco, Victoria! Foco!"

Ela virou de costas rapidamente e fingiu que estava muito interessada nos armários da cozinha, porque encarar Paul enquanto tinha pensamentos desse tipo era suicídio.

— Você está bem? — perguntou Paul, com a voz mais baixa do que de costume.

Victoria respirou fundo e se virou para ele, tentando parecer confiante.

— Estou ótima. Por que não estaria?

Paul estreitou os olhos, como se pudesse sentir que ela estava mentindo, mas não disse nada. Em vez disso, ele apenas balançou a cabeça e saiu da cozinha, o que foi um alívio e um inferno ao mesmo tempo. Porque agora que ele não estava ali, Victoria podia finalmente respirar. Mas, droga, ela também queria que ele voltasse.

Mais tarde, naquela noite, Victoria estava sentada no sofá da sala enquanto Emily e Sam conversavam baixo na cozinha. Jared e Quil estavam jogando cartas na mesa, e Paul estava escorado na parede, olhando para ela. Como sempre.

Era irritante. E sexy. Irritante e sexy. Como era possível ele fazer os dois ao mesmo tempo?

— Sabe, a gente nunca teve uma híbrida aqui — comentou Quil, sem tirar os olhos do jogo. — É meio legal. Você come comida de humano? Ou bebe sangue?

— Comida humana, principalmente — respondeu Victoria. — Mas se você me irritar muito, posso pensar em experimentar sangue.

Quil levantou as mãos, rindo. — Beleza, entendi a dica.

— Mas sério — disse Jared, franzindo o cenho para ela. — Como isso funciona? Quero dizer, você é... meio que um mistério ambulante.

Victoria deu de ombros, mantendo o tom casual. — Eu nasci loba. Só que... bom, alguém achou que seria uma ótima ideia me transformar em vampira. Não foi exatamente o que eu escolhi.

Paul ergueu uma sobrancelha. — E quem foi esse alguém?

Victoria não respondeu. Porque essa era a parte que ela não estava pronta para compartilhar. Não ainda.

O silêncio caiu na sala, mas não durou muito, porque Leah Clearwater entrou pela porta com aquele ar de quem não tem paciência para ninguém. Ela deu uma olhada em Victoria e revirou os olhos.

— Maravilha. Agora temos uma híbrida com problemas emocionais para lidar. Como se os dramas dos meninos já não fossem suficientes.

Victoria abriu um sorriso falso. — Que bom que você chegou, Leah. A sala estava precisando de um pouco mais de amargura.

Paul tentou disfarçar a risada, mas Victoria percebeu. E, por algum motivo, isso a fez se sentir... bem. Não que ela precisasse da aprovação dele. Claro que não.

Quase como se pudesse ouvir os pensamentos dela, Paul se aproximou e sentou-se no sofá ao lado dela. De repente, o ambiente ficou pequeno demais. O calor dele era como uma onda que se espalhava, e Victoria teve que se esforçar para não olhar para ele.

— Você parece desconfortável — ele comentou, com um sorriso malicioso.

— Talvez seja porque você está invadindo meu espaço pessoal — respondeu ela, tentando parecer irritada.

Paul se inclinou um pouco mais perto. Só um pouco, mas foi o suficiente para fazer o coração de Victoria disparar.

— Ou talvez seja porque você não consegue parar de pensar em mim.

Ela arregalou os olhos, chocada.

— Quem você pensa que é?

— Eu sou Paul Lahote — ele respondeu, com aquele sorriso arrogante que ela estava começando a odiar (e a amar). — E você? Você é meu imprinting.

Victoria congelou. Ela sabia que ele estava certo, mas ouvir aquelas palavras era como um choque. Ele sabia. E agora tudo estava prestes a mudar.

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⏰ Última atualização: Nov 22 ⏰

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A promessa que eu mantenho - Paul LahoteOnde histórias criam vida. Descubra agora