Capítulo único

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Emaranhados

   Quando acontece de você estar naquele momento, o momento; você se percebe num tipo de inconsciência. E essa inconsciência, de alguma forma, é um tipo de consciência; que você está ali, exatamente onde deveria estar.

   Minha consciência foi Sehun. Seus músculos suaves e macios do peito, os braços ao meu redor, sua cintura entre as minhas pernas e a boca na minha. Mesmo essa pressionada a minha, eu sabia que ele estava sorrindo. Eu sentia.

   Quando você passa tempo demais sendo quieto, tempo de mais sendo reservado, o momento que ocorre, é um renascimento. Eu renasci pela consciência de que estava ali com Sehun. Porque eu sentia a vida na ponta dos meus dedos, que tocavam seu peito nu, seu cabelo, o cós da calça jeans.
Parei nossas bocas por um instante, e juro que fiquei tonto de desejo apenas pela visão de seu rosto muito próximo ao meu. Eu o olhava com o desejo de alguém que gostaria de devorar todos seus detalhes e eternizá-los. Coloquei minhas mãos em ambos os lados de seu pescoço com delicadeza, sussurrei sorrindo, mesmo que houvesse só nós dois no quarto.
   

- Você é lindo. - Sorriu grande, puxando minhas pernas ainda mais ao seu redor. Colei seu rosto ao meu. Um suave roçar de narizes. Olhei firme em seus olhos, pequenos, brilhantes, sorridentes, carregados de alma. - Acho que estou apaixonado por você. Acho que tenho certeza de que estou apaixonado por você.

E o sorriso enorme que comportava no rosto fino, dobrou de tamanho. De repente, Sehun era uma confusão de dentes e olhos brilhantes. Era a confusão mais linda que eu já vira. E mais de repente ainda, sua boca estava na minha e a minha na dele. Minhas mãos não conseguiam se manter longe de seu corpo. Eu tinha ansiedade, necessidade, vontade, mimo de tocá-lo, senti-lo, sua pele quente contra a minha, o bater do coração, o movimento suave da respiração. Era tudo tão Sehun, e eu gostava se tudo que envolvia Sehun.

   Mais uma vez eu quebrava o contato. Beijei suas bochechas, a ponta do nariz, o queixo, o pescoço, sua clavícula. Eu estava tão consciente!
   

- Luhan... - Suspirou. Eu adorava a forma que pronunciava meu nome, quando fala meu nome. A suave curva do "Han". - Eu estou ridiculamente apaixonado por você. Estou loucamente apaixonado por você. E se existem deuses nos assistindo nesse momento, eles sabem o quanto eu sou maluco por tudo que envolve Luhan.

   

   Meus pulmões procuravam ar, mas tudo era Sehun. Eu não sei como, nem o porquê, mas em certo momento eu estava sobre ele e seus braços me apertavam com muita força e calor. Éramos emaranhados de pernas e braços, beijos e ternura. Eu não saberia dizer quais eram suas pernas e quais eram minhas, nem onde eu começava ou ele terminava.

   Será que nos abraçássemos com mais força, acabaríamos nos fundindo e virando um só? Ou se nos amassemos um pouquinho mais, viraríamos personagens de algum romance YA?
Eu não sabia, e não queria pensar muito.
Só queria continuar no nosso emaranhado até que nossos corpos reclamassem, ou que caíssemos no sono e acordássemos doloridos e enroscados na manhã.
Aquela noite a única coisa que fizemos, foi o puro ato de amar um ao outro.

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