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Muzan ignorou totalmente o olhar de surpresa de Akaza enquanto continuava a cuidar de Kasume. Ele sabia que a atitude que estava tomando era incomum para alguém como ele, mas algo dentro dele o impulsionou a agir assim. Talvez fosse a fragilidade de Kasume, ou o jeito que ela parecia tão indefesa perante a doença, mas Muzan não conseguiu se conter. Ele precisava ajudar, mesmo que isso significasse ir contra o seu próprio caráter sombrio.
Kasume tossiu levemente, sentindo a pressão em seu queixo, mas abriu mais a boca, bebendo o líquido extraído da planta. Muzan observou atentamente, buscando quaisquer sinais de melhora em seu estado. Akaza, ainda em choque, continuava a observar a cena se desenrolando diante dele, sua mente provavelmente tentando processar a aparente mudança de comportamento de Muzan.
— M-mestre Muzan...— Akaza sussurrou
Muzan voltou seus olhos para Akaza, sua expressão neutra, porém com um toque de irritção. Ele não respondeu de imediato, mas deixou claro em seu olhar que queria saber o que era.
Ele continuou a cuidar de Kasume, seu foco em ajudar a jovem princesa, mas ficou alerta para qualquer palavra que Akaza fosse dizer.
— Por que, esta fazendo isso com a primeira filha do seu inimigo? — Akaza logo baixou a cabeça — Sinto muito, não é da minha conta, me perdoe
Muzan encarou Akaza por um momento, sua expressão fechada. Ele não respondeu imediatamente, ainda continuando a cuidar da Kasume. Depois de alguns segundos, ele finalmente quebrou o silêncio:
— Você está certo, não é da sua conta. Mas se precisar saber, é porque eu quis assim.
Havia determinação em sua voz, sinalizando que não havia mais espaço para questionamentos ou discussão. Ele voltou sua atenção para Kasume, ignorando a presença de Akaza.
— A lua...— Kasume sussurrou baixinho, enquanto abria seus olhos lilases e opacos — ela também está linda nessa noite?
Ela imaginou que a pessoa que a segurava, era o mesmo jovem da noite passada, sua mente ainda estava confusa.
Muzan virou seu olhar para Kasume, suas palavras interrompendo seus pensamentos. Ele a encarou por um momento, surpreso por ela estar acordada.
Ele assentiu levemente.
— Sim, a lua está especialmente radiante hoje — Muzan respondeu calmamente, sua voz suave como a água corrente. Ele a olhou fixamente, ainda segurando-a nos braços. — Você precisa descansar e se recuperar.
— Sabe o meu maior desejo? — ela ronronou
Muzan arqueou uma sobrancelha, um pouco curioso com a pergunta de Kasume. Ele a encarou, escutando atentamente.
— Me diz — ele murmurou, uma nota de interesse em sua voz. — Qual é o seu maior desejo?
— Conseguir ver a lua...uma única vez antes de morrer — ela sorriu fracamente e fechou seus olhos — Mas eu nunca vou conseguir ver seu brilho.
— Por que esse desejo é tão importante para você? — Muzan perguntou suavemente, sua voz suave contrastando com seu caráter normalmente sombrio.
— Por que...eu amo a lua, mas nunca pude ver sua beleza
Muzan continuou a segurar Kasume, as palavras dela ecoavam em sua mente. Ele a encarou por alguns segundos, pensando em alguma forma de satisfazer seu desejo, mesmo que fossem apenas por um momento. Ele olhou para o luar, a luz refletindo em seus olhos vermelhos.
— Eu posso... te mostrar a lua — Muzan murmurou suavemente, sua voz quase um sussurro. Ele não sabia por que estava oferecendo tal coisa, mas não conseguiu se conter.
— Obrigada — ela sorriu — mas isso é impossível...criança.
— Não é impossível. Não enquanto eu estiver aqui — Muzan falou, sua voz carregada de determinação. Ele a segurou com firmeza, olhando diretamente em seus olhos.
— Não se apegue a mim...não quero que chore quando eu morrer.
— Eu não vou chorar — ele murmurou, sua voz suave. Ele a encarou por um momento e em seguida desviou o olhar para o luar, tentando esconder a inquietação que sentia com a situação.
