Interesse em comum

Capítulo 1: O começo

Esta é uma obra com elementos e personagens ficcionais, qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

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    Maya Ramires definitivamente odeia ter que acordar cedo, pois considera algo desnecessário, apesar de que é preciso para que ela não se atrase para as aulas, além de também haver a possibilidade de que talvez seja uma questão de otimização ou melhor aproveitamento do tempo das vinte e quatro horas do dia, mas ainda assim, de acordo com ela mesma, ela não engole ter que acordar cedo. Principalmente pelo fato de que para Maya quase nada muda, e o que muda, é previsível, por ela, apenas dormiria novamente ao acordar, e se necessário levantaria apenas para comer, tomar banho e ir ao banheiro e continuaria deitada no tempo restante do dia.

- Maya! Levanta que quem faz dinheiro na cama é prostituta, e até elas levantam.- Disse a mãe de Maya, Roberta Ramires, uma mulher de estatura mediana, aproximadamente um metro e sessenta, pele morena, com um tom pouco mais retinto que o da filha e um gênio tão forte quanto o da garota .

- Calma que eu estou começando a ligar meu sistema, você sabe como é, eu sou um pouco lenta pra isso.- declarou Maya.- além de obviamente não querer.- pensou ela consigo mesma.

- Não importa, levanta logo que você tem que se arrumar, ou vai com o cabelo em pé do jeito que está?- Roberta apontou para o cabelo de Maya.

- Posso apenas não ir pra aula? É mais fácil.- Maya vira na cama ficando de barriga para baixo com o rosto no travesseiro.

- Não, você pode até ter notas boas, mas tem a frequência abaixo da média. Anda, levanta!- Respondeu a mãe puxando a coberta.

Maya sentiu um pouco de frio, o que deixou sua pele levemente arrepiada.

-  Okay, okay.- Maya suspira, e de sobressalto se põe sentada na cama.- Você venceu.- ela põe as pantufas, e levanta seguindo para o banheiro.

   Maya estava escovando os dentes, quando um pensamento recorrente apareceu novamente em sua cabeça naquele momento.

-Todo vez é quase a mesma história, entra dia, sai dia, entra semana, sai semana, quase sempre tudo se repete quase igual...-Pensou ela-Isso é um saco...do jeito que está, as coisas parecem sem graça demais para o meu gosto, estou entediada...-reclamou ela consigo mesma em voz baixa.

    No ônibus ainda com a sensação persistente de falta de entretenimento, Maya repassa os prováveis acontecimentos do dia, que em como toda sexta-feira eram de acordo com ela acordar, comer, se arrumar, pegar o ônibus para o colégio, ter aula de literatura clássica, uma matéria que para ela hora era agradável e hora insuportável, artes era onde podia respirar e se divertir, principalmente quando o tema da pintura era livre, onde ela podia soltar sua criatividade a seu bel prazer, mesmo que nos últimos tempos não estivesse tão inspirada, e  por fim, a matéria criada por algum babaca desocupado ou até mesmo pelo próprio diabo, matemática. Esse seria seu dia, depois, iria para casa onde chegaria, tomaria um bom banho quente na sua amada banheira , relaxaria, depois faria um lanche e iria dormir.

- O tempo está nublado... não é novidade, em vista de que os outonos em Chicago são inconstantes, sendo às vezes frios, às vezes quentes, nada de novo acontece por aqui, nada mesmo, que pena...- Pensou um pouco decepcionada por não encontrar algo incomum e interessante em seu dia.

   Mal sabia ela que o acaso juntaria o útil e o agradável para matar seu tédio.

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    Michael naquele dia estava como todos os outros dias, arrumado o suficiente para estar decente e não estar feio, porém não o suficiente para poder se dizer bonito, estava normal, a verdade era que Michael era bem comum, até sem graça, e se a expressão "plain Jane" significa mulher comum e/ou sem graça, Michael poderia ser considerado um "plain Joe", tanto que passava despercebido pelas pessoas por sua falta de presença, a ponto de talvez poder ser visto como parte do ambiente, como uma planta.