DAYS LIKE THIS

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Os dias de quarta, quinta e sexta-feira passaram rapidamente, mas não sem tensão. O furacão Milton, mesmo com o olho longe de sua cidade, trouxe ventos fortes, chuvas incessantes e uma sensação de isolamento. Lara e seu pai passaram todos esses dias em casa, evitando qualquer saída desnecessária. O som do vento chicoteando as janelas e o constante estalar das árvores do lado de fora criavam um cenário inquietante.

Lara usava o tempo para assistir filmes, arrumar o quarto e conversar com seus amigos online. Cauã, sempre imprevisível, enviava snaps para ela diretamente da praia. Ele filmava o mar revolto, os ventos carregando areia, e ele caminhando despreocupado, como se o furacão fosse apenas mais um detalhe.

— Praia no furacão? Você é maluco! — respondeu Lara em um vídeo, mostrando sua cara de espanto.

Cauã riu da mensagem e, sem perder tempo, sugeriu:

— Sábado, jetski. Vem comigo. Vai estar tudo melhor.

Lara hesitou, pensando nos perigos, mas a empolgação de Cauã era contagiante. Depois de ponderar, ela aceitou o convite. Ao contar para o pai, recebeu um olhar preocupado.

— Jetski? Depois de um furacão? Vocês têm certeza disso?

— Tenho, pai. Vai estar tudo mais calmo, eu prometo. E vamos estar com o Cauã, o Samu e o pessoal, não tem perigo.

O pai balançou a cabeça, mas acabou cedendo.

— Tudo bem, principessa. Só tome cuidado, por favor.

No sábado, o alarme de Lara tocou às 6h, e, mesmo sonolenta, ela levantou animada. Tomou um banho rápido e vestiu seu biquíni preto, cobrindo-o com uma regata branca e um shorts preto. Depois, desceu para tomar café da manhã e deixou uma mensagem no celular do pai, avisando que já estava saindo.

Samu chegou pouco depois para buscá-la, com Cauã no banco da frente e Kyle e Didão em outro carro logo atrás. Lara entrou sorridente, cumprimentando todos.

— Bom dia, aventureiros! — disse, brincando com o grupo.

— Pronta pra se arrepender de confiar na gente? — respondeu Cauã com um sorriso travesso.

— Não começa! — ela retrucou, rindo.

O grupo parou em um posto de gasolina para abastecer os galões de combustível que usariam nos jetskis. O clima era leve, cheio de risadas, enquanto planejavam o dia. Ao chegarem à marina, Samu estacionou o carro, e Cauã e Lara ficaram responsáveis por colocar os jetskis na água.

— Tá pronta? — perguntou Cauã, ajudando-a a subir no jetski.

— Pronta, mas com medo de me arrepender. — respondeu Lara, segurando firme nas laterais do veículo.

Cauã assumiu o controle, e, logo que ligou o motor, o jetski disparou pela água. Lara, instintivamente, segurou-se na cintura dele, rindo e gritando ao mesmo tempo.

— Você dirige como um louco! — gritou ela, enquanto ele fazia curvas fechadas e saltava pelas ondas.

— Relaxa, Larinha, você está segura comigo. — respondeu Cauã, sem diminuir o ritmo.

Samu e Didão, no outro jetski, pareciam igualmente entusiasmados. O grupo fazia pequenas corridas e se provocava, transformando o dia em uma aventura cheia de adrenalina. Depois de um tempo, Cauã sugeriu que Lara dirigisse.

— Sua vez! — disse ele, parando o jetski.

— Ah, não sei se consigo... — respondeu ela, hesitante.

— Claro que consegue! Eu confio em você. — incentivou Cauã, trocando de lugar com ela.

Lara, aos poucos, pegou o jeito. Cauã segurava sua cintura com firmeza, orientando-a sobre como fazer curvas e controlar a velocidade. Com o tempo, ela começou a se sentir mais confiante, e até arriscou algumas manobras mais ousadas, arrancando risadas e gritos de aprovação de Samu e Didão.

— Tá mandando bem, Larinha! — gritou Samu, passando ao lado deles.

— Mais ou menos, né? — brincou Cauã, provocando-a.

— Cala a boca, senão te derrubo daqui! — respondeu ela, rindo.

Eles passaram horas na água, revezando o controle do jetski e explorando as áreas ao redor. Quando o sol começou a baixar, decidiram que era hora de voltar. Depois de guardar os jetskis na marina e organizar os equipamentos, o grupo se despediu.

— Dia incrível! Precisamos repetir isso. — disse Didão, acenando enquanto entrava no carro.

— Com certeza! — respondeu Lara, antes de dar um selinho em Cauã.

Cauã retribuiu o gesto com um sorriso caloroso, e Lara entrou em casa com uma mistura de animação e cansaço. Fechando a porta, foi surpreendida pelo olhar atento do pai, que estava sentado no sofá. Ele parecia curioso e ligeiramente divertido.

— Então... o nosso vizinho, né? Qual o nome dele mesmo?

Lara parou no meio da sala, sentindo o rosto esquentar.

— Paiii! Não acredito que você viu isso! — exclamou, cobrindo o rosto com as mãos.

— Vi o suficiente. Cauã, é isso? Hm... parece um bom rapaz. — respondeu ele, rindo.

— Não é nada sério, estamos só nos conhecendo. — disse Lara, tentando explicar enquanto caminhava em direção às escadas.

O pai não perdeu a oportunidade de brincar.

— Conhecendo? Sei... Do jeito que vai, daqui a pouco você me apresenta como genro!

Lara revirou os olhos, rindo enquanto subia para o quarto.

— Vou tomar banho! — gritou, encerrando a conversa.

No banho, Lara deixou a água quente relaxar seus músculos cansados. Apesar das provocações do pai, ela não conseguia tirar o sorriso do rosto. O dia havia sido perfeito, cheio de aventura e momentos que ela sabia que não esqueceria tão cedo. Talvez, apenas talvez, Cauã fosse mais especial do que ela imaginava.

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